Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: |
Gonçalves,Leandro Augusto Pires |
Data de Publicação: |
2019 |
Outros Autores: |
Mendonça,André Luis de Oliveira,
Camargo Júnior,Kenneth Rochel de |
Tipo de documento: |
Artigo
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Idioma: |
por |
Título da fonte: |
Ciência & Saúde Coletiva (Online) |
Texto Completo: |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232019000300683
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Resumo: |
Resumo Este artigo visa lidar com um assunto fundamental e pouco discutido entre as pessoas que estudam, debatem e experimentam o trabalho em saúde: as relações entre médicos e enfermeiras. Para isso, nos baseamos na experiência etnográfica em uma enfermaria feminina de um hospital público para elaborar algumas reflexões sobre tais relações. Experiência etnográfica que se inspirou na hermenêutica e nos “science studies” e fez uso de entrevistas semiestruturadas. Tal experiência revelou médicos que organizavam suas práticas e decisões clínicas a partir de abstrações e dialogavam em termos que estruturavam um discurso altamente especializado e restrito. As enfermeiras materializavam as decisões médicas, orientadas a partir das prescrições. Não tinham espaço para interferir nas decisões clínicas por estarem atarefadas no limite do tempo e por não dominarem o discurso clínico, crucial para os debates quanto às decisões. No contexto desta experiência, entre médicos e enfermeiras havia uma distância garantida pela teoria, técnica e valores compartilhados por cada grupo profissional. Assim, sugerimos que os saberes, práticas e valores de médicos e enfermeiras eram incomensuráveis entre si, e que isto afetava diretamente as ações em saúde cotidianas. |