Avaliação experimental da resposta terapêutica e profilática de praziquantel em duas formulações farmacêuticas ao Schistosoma mansoni Sambon, 1907

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paulino, Érica Tex
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49296
Resumo: A esquistossomose é uma parasitose de ampla distribuição e considerada uma das mais importantes doenças tropicais negligenciadas do mundo. O praziquantel é, atualmente, o único medicamento preconizado pela OMS para o tratamento da esquistossomose mansônica. Neste contexto, testes com novas formulações do praziquantel ou até mesmo novos fármacos tornam-se relevantes para o controle da doença. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da formulação nanoencapsulada contendo Praziquantel na infecção esquistossomótica. Foram determinados seis grupos experimentais: dois grupos de camundongos Swiss albinos infectados com Schistosoma mansoni e tratados com as formulações de Praziquantel nanoencapsulado e livre separadamente (N=40 cada); dois grupos com animais não infectados e tratados com as duas formulações separadamente (N=30) e seus respectivos controles sem infecção e sem tratamento (N=20) e com infecção e sem tratamento (N=30). Com a finalidade de avaliar o tratamento em diferentes fases do desenvolvimento do parasito, o grupo dos infectados e tratados foi dividido em três subgrupos (15, 30 e 60 dias). Em todos os grupos foram avaliados os resultados das enzimas hepáticas (ALT, AST, fosfatase alcalina) e proteínas totais. A dinâmica parasitária foi avaliada em 60 e 90 dias após a infecção. Os resultados obtidos constataram que o praziquantel na dose e formulação utilizadas não surtiu o efeito esperado no tratamento da infecção esquistossomótica, pois não ocorreu a diminuição da carga parasitária após o tratamento no período patente, pelo contrário, a carga parasitária aumentou em 144,8%. Em relação ao tratamento no período pré-patente da infecção, não verificamos diferenças na quantidade de ovos por grama de fezes entre os grupos observados, no entanto ambas as formulações (PZQ-L \2013 praziquantel \201Cpuro\201D e PZQ-N \2013 praziquantel nanoencapsulado) em comparação ao controle reduziram o numero de ovos em 15 e 30 dias, 70,1% e 67,2% (PZQ-L), enquanto que o PZQ-N reduziu nos mesmos períodos 26,5% e 11,4%, respectivamente. Comparando a eficácia de tratamento das formulações neste período, observou-se que o grupo tratado com PZQ-L eliminou 59% e 63% (15 e 30 dias) menos ovos. Nenhum dos níveis de enzimas hepáticas em nenhum dos grupos avaliados ficou fora do intervalo de referência do teste laboratorial. Apenas os grupos infectados (IN-15, IN-30 e IN-60) apresentaram valores acima do intervalo de referência nos parâmetros avaliados. Conclui-se que a formulação nanoencapsulada do praziquantel deste estudo não foi eficaz no tratamento da esquistossomose mansônica, pois não reduziu a carga parasitária na fase patente da infecção. O presente trabalho gerou informações relevantes sobre a necessidade de novos fármacos para o tratamento da esquistossomose mansônica.