Febre Qpacientes suspeitos de dengue, animais domésticos, animais silvestres e artrópodes no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mares-Guia, Maria Angélica Monteiro de Mello
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13632
Resumo: Febre Q é uma zoonose cosmopolita causada por Coxiella burnetii, uma bactéria intracelular obrigatória gram-negativa da ordem Legionellales. A doença, que ocorre como pequenos surtos ou casos isolados, tem amplo espectro clínico, desde doença febril limitada, pneumonia, hepatite à endocardite e meningoencefalite. Pequenos roedores silvestres são importantes reservatórios, mas a infecção humana está principalmente relacionada a ovelhas, cabras e gado bovino, embora gatos, cães e coelhos estejam implicados em surtos urbanos. Na população humana a transmissão ocorre por aerossóis provenientes de líquido amniótico, placenta e lã, além da urina, fezes, leite e outras secreções animais contendo o agente. No Brasil, a primeira descrição de febre Q ocorreu em 1953. Embora casos esporádicos confirmados por teste sorológico e estudos sorológicos tenham apontado para a presença de C. burnetii no Brasil, somente em 2008 o agente foi identificado por análise molecular em paciente no município de Itaboraí/RJ. Com a consequente caracterização da infecção também nos animais domésticos de propriedade do paciente, durante o período de 2010-2011, o presente estudo foi proposto com o objetivo de: (i) realizar a vigilância de febre Q em pacientes com suspeita de dengue internados no Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, em Itaboraí, durante o período de 24 meses; (ii) verificar a presença de infecção nos familiares dos casos de febre Q; (iii) analisar os animais de propriedade dos casos de febre Q; (iv) investigar a presença de C. burnetii em animais silvestres capturados nas áreas de onde procederam os casos de febre Q e (v) pesquisar C. burnetii nos artrópodes coletados nos animais Neste estudo foram utilizados o teste de imunofluorescência indireta e a análise molecular (PCR) visando os elementos IS1111 transposase no genoma de C. burnetii. Dos 272 pacientes atendidos no período de 2013 a 2014, 26 (10%) apresentaram anticorpos anti-C. burnetii e nove (3,3%) foram PCR positivos. Um dos pacientes apresentou também infecção por dengue. A análise das sequências genômicas obtidas demonstrou a elevada similaridade entre si (99-100%) e com as sequências de C. burnetii depositadas no GenBank. Dos 35 animais domésticos estudados, seis foram sororreativos: 1/13 cães, 3/13 gatos, 2/9 ovelhas. A análise molecular foi positiva em swab anal de um filhote de gato e em amostra de tecido do úbere da ovelha sororreativa com história de aborto. Todos os 59 animais silvestres dos gêneros Didelphis, Philander, Micoureus, Akodon, Oligoryzomys e Nectomys foram negativos na análise molecular. Dos 283 artrópodes analisados, DNA de C. burnetii foi amplificado em oito dos 266 exemplares de Rhipicephalus sanguineus e em um exemplar de oito Amblyomma sculptum e nenhum dos sete Dermacentor nitens e duas pulgas Ctenocephalides canis identificados. Os resultados comprovam a presença de C burnetii em Itaboraí, confirmam a necessidade da inclusão da febre Q no diagnóstico diferencial da dengue e alertam para a necessidade da sensibilização dos profissionais de saúde sobre a ocorrência desta zoonose no Brasil
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Pequenos roedores silvestres são importantes reservatórios, mas a infecção humana está principalmente relacionada a ovelhas, cabras e gado bovino, embora gatos, cães e coelhos estejam implicados em surtos urbanos. Na população humana a transmissão ocorre por aerossóis provenientes de líquido amniótico, placenta e lã, além da urina, fezes, leite e outras secreções animais contendo o agente. No Brasil, a primeira descrição de febre Q ocorreu em 1953. Embora casos esporádicos confirmados por teste sorológico e estudos sorológicos tenham apontado para a presença de C. burnetii no Brasil, somente em 2008 o agente foi identificado por análise molecular em paciente no município de Itaboraí/RJ. 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Um dos pacientes apresentou também infecção por dengue. A análise das sequências genômicas obtidas demonstrou a elevada similaridade entre si (99-100%) e com as sequências de C. burnetii depositadas no GenBank. Dos 35 animais domésticos estudados, seis foram sororreativos: 1/13 cães, 3/13 gatos, 2/9 ovelhas. A análise molecular foi positiva em swab anal de um filhote de gato e em amostra de tecido do úbere da ovelha sororreativa com história de aborto. Todos os 59 animais silvestres dos gêneros Didelphis, Philander, Micoureus, Akodon, Oligoryzomys e Nectomys foram negativos na análise molecular. Dos 283 artrópodes analisados, DNA de C. burnetii foi amplificado em oito dos 266 exemplares de Rhipicephalus sanguineus e em um exemplar de oito Amblyomma sculptum e nenhum dos sete Dermacentor nitens e duas pulgas Ctenocephalides canis identificados. Os resultados comprovam a presença de C burnetii em Itaboraí, confirmam a necessidade da inclusão da febre Q no diagnóstico diferencial da dengue e alertam para a necessidade da sensibilização dos profissionais de saúde sobre a ocorrência desta zoonose no BrasilQ fever is a worldwide zoonosis disease caused by Coxiella burnetii, a gram-negative obligate intracellular bacterium of the legionellales order. The disease, which occurs as individual cases or small outbreaks have broad-spectrum clinical manifestation from limited febrile disease, pneumonia, endocarditis, hepatitis and meningoencephalitis. Small wild rodents are important reservoirs, but human infection is mainly related to sheep, goats and cattle, although cats, dogs and rabbits are involved in urban outbreaks. In human population, transmission occurs by aerosol from amniotic fluid, placenta and wool, as well as urine, feces, milk and other animal secretions, containing the agent. In Brazil, the first Q fever description occurred in 1953. Although sporadic cases confirmed by serological testing and sero-epidemiological studies have pointed to the presence of C. burnetii in Brazil, only in 2008 it was possible identify the agent in a patient's municipality of Itaboraí/RJ by molecular assay. With the consequent characterization of the infection also in domestic animals owned by the patient during the period 2010-2011, this study was proposed with the aim of: (i) conduct surveillance of Q fever in hospitalized patients with suspected dengue in Itaboraí at the Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, during the period of 24 months; (ii) to verify the presence of Q fever infection in family cases ; (iii) analyzing, animals the property Q fever cases; (iv) investigate the presence of C. burnetii in wild animals captured in areas from which proceeded cases of Q fever and (v) search C burnetii in arthropods collected from animals. This study used the indirect immunofluorescence assay and molecular analysis (PCR) targeting the IS1111 transposase elements in the genome of C. burnetii. Of the 272 patients assisted from 2013 to 2014, 26 (10%) had anti-C. burnetii antibodies, and nine (3.3%) were PCR positive. One of these patients had also dengue infection. The analysis of the genomic sequences obtained showed high similarity to each other (99-100%) and the sequences of C. burnetii in GenBank. Of the 35 domestic animals studied, six were seroreactive: 1/13 dogs, cats 3/13, 2/9 sheep. Molecular analysis was positive in anal swab of a young kitten and tissue sample from the udder of sororreativa sheep with abortion history. All 59 wild animals Didelphis, Philander, Micoureus, Akodon, Oligoryzomys and Nectomys were negative by molecular analysis. Of the 283 arthropods analyzed, C. burnetii DNA was amplified in eight of 266 Rhipicephalus sanguineus and a specimen of 8 Amblyomma sculptum and none of 7 Dermacentor nitens and 2 fleas Ctenocephalides canis identified. The results show the presence of C. burnetii in Itaboraí, confirm the need for inclusion of Q fever in dengue differential diagnosis and point to the need of awareness among health professionals about the occurrence of this zoonosis in Brazil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporFebre Qpacientes suspeitos de dengue, animais domésticos, animais silvestres e artrópodes no Estado do Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2015-12-18Pós-Graduação em Medicina TropicalFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Medicina TropicalCoxiella burnetiiFebre QEpidemiologia MolecularTestes SorológicosVigilância Epidemiológicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALmaria_guia_ioc_dout_2015.pdfapplication/pdf33668716https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13632/1/maria_guia_ioc_dout_2015.pdf116b84e24b72cbb6e3a9a67cb4657da1MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13632/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTmaria_guia_ioc_dout_2015.pdf.txtmaria_guia_ioc_dout_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain224147https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13632/3/maria_guia_ioc_dout_2015.pdf.txt6e9ddc820e0a3be0f56e758b4a9a81e4MD53icict/136322023-09-04 11:49:26.001oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13632Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:26Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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