Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stocche,Renato Mestriner
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Garcia,Luís Vicente, Reis,Marlene Paulino dos, Klamt,Jyrson Guilherme, Évora,Paulo Roberto B.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000600010
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: No período peri-operatório, o risco de anafilaxia deve sempre ser considerado. A incidência de reações alérgicas em anestesia é controversa, variando entre 1/3000 a 1/20.000, com mortalidade entre 3% e 9 %. Neste caso, relata-se o uso do azul de metileno como coadjuvante ao tratamento do choque anafilático refratário à terapêutica tradicional. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 53 anos, submetido a herniorrafia inguinal sob raquianestesia. No final do procedimento, ao receber dipirona (1,5 g), por via venosa, o paciente imediatamente apresentou broncoespasmo, cianose, diminuição da SpO2 e da PAS, culminando com parada cardiorrespiratória. Foi iniciada reanimação cardiorrespiratória com massagem cardíaca externa, seguida de IOT e injeção de adrenalina (1 mg), atropina (1 mg), restabelecendo-se FC de 150 bpm, porém sem pulso palpável. Administrou-se mais 1 mg de adrenalina além de 1 g de hidrocortisona, com restabelecimento de pulso central (8 minutos). Apesar de receber dopamina (20 µg.kg-1.min-1), o paciente manteve-se hipotenso (60 mmHg) até 80 minutos. Administraram-se 100 mg de azul de metileno por via venosa, quando houve aumento da PAS para 85 e 105 mmHg, após a segunda dose. Seguiu-se da diminuição da dose de dopamina de 20 para 10, 7, 5 e, finalmente, 2 µg.kg-1.min-1. CONCLUSÕES: A anafilaxia tem como principal mediador a liberação de histamina, que induz a produção de óxido nítrico (NO), com conseqüente aumento da guanilato ciclase que promove vasodilatação arteriolar por aumento do GMP cíclico. O azul de metileno pode ser útil nestas situações, pois inibe a guanilato ciclase e conseqüentemente a vasodilatação, o que resulta em melhora hemodinâmica.
id SBA-1_9cb927d8c0de581f368e01ef686e2b1e
oai_identifier_str oai:scielo:S0034-70942004000600010
network_acronym_str SBA-1
network_name_str Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
repository_id_str
spelling Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de casoANALGÉSICOS/dipironaCOMPLICAÇÕES/choqueDROGAS/azul de metilenoJUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: No período peri-operatório, o risco de anafilaxia deve sempre ser considerado. A incidência de reações alérgicas em anestesia é controversa, variando entre 1/3000 a 1/20.000, com mortalidade entre 3% e 9 %. Neste caso, relata-se o uso do azul de metileno como coadjuvante ao tratamento do choque anafilático refratário à terapêutica tradicional. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 53 anos, submetido a herniorrafia inguinal sob raquianestesia. No final do procedimento, ao receber dipirona (1,5 g), por via venosa, o paciente imediatamente apresentou broncoespasmo, cianose, diminuição da SpO2 e da PAS, culminando com parada cardiorrespiratória. Foi iniciada reanimação cardiorrespiratória com massagem cardíaca externa, seguida de IOT e injeção de adrenalina (1 mg), atropina (1 mg), restabelecendo-se FC de 150 bpm, porém sem pulso palpável. Administrou-se mais 1 mg de adrenalina além de 1 g de hidrocortisona, com restabelecimento de pulso central (8 minutos). Apesar de receber dopamina (20 µg.kg-1.min-1), o paciente manteve-se hipotenso (60 mmHg) até 80 minutos. Administraram-se 100 mg de azul de metileno por via venosa, quando houve aumento da PAS para 85 e 105 mmHg, após a segunda dose. Seguiu-se da diminuição da dose de dopamina de 20 para 10, 7, 5 e, finalmente, 2 µg.kg-1.min-1. CONCLUSÕES: A anafilaxia tem como principal mediador a liberação de histamina, que induz a produção de óxido nítrico (NO), com conseqüente aumento da guanilato ciclase que promove vasodilatação arteriolar por aumento do GMP cíclico. O azul de metileno pode ser útil nestas situações, pois inibe a guanilato ciclase e conseqüentemente a vasodilatação, o que resulta em melhora hemodinâmica.Sociedade Brasileira de Anestesiologia2004-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000600010Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.6 2004reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)instacron:SBA10.1590/S0034-70942004000600010info:eu-repo/semantics/openAccessStocche,Renato MestrinerGarcia,Luís VicenteReis,Marlene Paulino dosKlamt,Jyrson GuilhermeÉvora,Paulo Roberto B.por2005-01-26T00:00:00Zoai:scielo:S0034-70942004000600010Revistahttps://www.sbahq.org/revista/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||sba2000@openlink.com.br1806-907X0034-7094opendoar:2005-01-26T00:00Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)false
dc.title.none.fl_str_mv Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
title Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
spellingShingle Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
Stocche,Renato Mestriner
ANALGÉSICOS/dipirona
COMPLICAÇÕES/choque
DROGAS/azul de metileno
title_short Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
title_full Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
title_fullStr Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
title_full_unstemmed Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
title_sort Uso do azul de metileno no tratamento de choque anafilático durante anestesia: relato de caso
author Stocche,Renato Mestriner
author_facet Stocche,Renato Mestriner
Garcia,Luís Vicente
Reis,Marlene Paulino dos
Klamt,Jyrson Guilherme
Évora,Paulo Roberto B.
author_role author
author2 Garcia,Luís Vicente
Reis,Marlene Paulino dos
Klamt,Jyrson Guilherme
Évora,Paulo Roberto B.
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Stocche,Renato Mestriner
Garcia,Luís Vicente
Reis,Marlene Paulino dos
Klamt,Jyrson Guilherme
Évora,Paulo Roberto B.
dc.subject.por.fl_str_mv ANALGÉSICOS/dipirona
COMPLICAÇÕES/choque
DROGAS/azul de metileno
topic ANALGÉSICOS/dipirona
COMPLICAÇÕES/choque
DROGAS/azul de metileno
description JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: No período peri-operatório, o risco de anafilaxia deve sempre ser considerado. A incidência de reações alérgicas em anestesia é controversa, variando entre 1/3000 a 1/20.000, com mortalidade entre 3% e 9 %. Neste caso, relata-se o uso do azul de metileno como coadjuvante ao tratamento do choque anafilático refratário à terapêutica tradicional. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 53 anos, submetido a herniorrafia inguinal sob raquianestesia. No final do procedimento, ao receber dipirona (1,5 g), por via venosa, o paciente imediatamente apresentou broncoespasmo, cianose, diminuição da SpO2 e da PAS, culminando com parada cardiorrespiratória. Foi iniciada reanimação cardiorrespiratória com massagem cardíaca externa, seguida de IOT e injeção de adrenalina (1 mg), atropina (1 mg), restabelecendo-se FC de 150 bpm, porém sem pulso palpável. Administrou-se mais 1 mg de adrenalina além de 1 g de hidrocortisona, com restabelecimento de pulso central (8 minutos). Apesar de receber dopamina (20 µg.kg-1.min-1), o paciente manteve-se hipotenso (60 mmHg) até 80 minutos. Administraram-se 100 mg de azul de metileno por via venosa, quando houve aumento da PAS para 85 e 105 mmHg, após a segunda dose. Seguiu-se da diminuição da dose de dopamina de 20 para 10, 7, 5 e, finalmente, 2 µg.kg-1.min-1. CONCLUSÕES: A anafilaxia tem como principal mediador a liberação de histamina, que induz a produção de óxido nítrico (NO), com conseqüente aumento da guanilato ciclase que promove vasodilatação arteriolar por aumento do GMP cíclico. O azul de metileno pode ser útil nestas situações, pois inibe a guanilato ciclase e conseqüentemente a vasodilatação, o que resulta em melhora hemodinâmica.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000600010
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000600010
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0034-70942004000600010
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.6 2004
reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
instacron:SBA
instname_str Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
instacron_str SBA
institution SBA
reponame_str Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
collection Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
repository.mail.fl_str_mv ||sba2000@openlink.com.br
_version_ 1752126625039777792