Efeito do extrato de Passiflora edulis na cicatrização da parede abdominal de ratos: estudo morfológico e tensiométrico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes,Cálide Soares
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Campos,Antonio Carlos L., Torres,Orlando Jorge Martins, Vasconcelos,Paulo Roberto Leitão de, Moreira,Ana Tereza Ramos, Tenório,Sérgio Bernardo, Tâmbara,Elizabeth Milla, Sakata,Kenji, Moraes Júnior,Hugo, Ferrer,André Luiz S.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Acta Cirúrgica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502006000800003
Resumo: INTRODUÇÃO: O emprego de plantas no tratamento de diversas moléstias é costumeiro no Brasil. O maracujá (Passiflora edulis) é muito empregado em diversas afecções, freqüentemente sem comprovação científica. Foram descritas propriedades antiinflamatórias do extrato de Passiflora edulis, semelhantes às dos antiinflamatórios não esteroidais (AINE's). OBJETIVO: Avaliar morfológica e tensiometricamente o efeito do extrato hidroalcoólico de Passiflora edulis no processo de cicatrização de laparotomias medianas em ratos. MÉTODOS: Quarenta ratos Wistar, divididos em dois grupos de 20, foram submetidos à incisão e sutura da linha alba. Em 20 deles, grupo controle (GC), administrou-se solução salina na cavidade peritonial. Nos outros 20, grupo Passiflora (GP), administrou-se extrato de Passiflora edulis na cavidade peritonial, em dose única, isovolumétrica. O extrato foi obtido por extração alcoólica das folhas secas do maracujá. Os grupos controle e Passiflora foram subdivididos em dois, conforme o dia da morte: grupo controle três dias (C3), grupo controle sete dias (C7), grupo Passiflora três dias (P3) e grupo Passiflora sete dias (P7). Após a morte dos ratos, retirou-se espécimes da parede abdominal englobando a área operada. Os espécimes foram submetidos à avaliação macroscópica, histológica e tensiométrica. RESULTADOS: Na avaliação macroscópica, não houve diferença significante entre GC e GP. Na histológica, comparando-se C3 vs. P3, a variável inflamação aguda foi mais intensa no grupo C3, enquanto a colagenização e a neoformação capilar apresentaram diferenças significantes (0,001 e 0,001, respectivamente), em favor de P3. Entre C7 vs. P7, as variáveis inflamação aguda, inflamação crônica e neoformação capilar também apresentaram diferenças significantes (p=0,002; 0,006 e 0,001, respectivamente). Na avaliação tensiométrica, a carga máxima de ruptura (Cmáx) do sétimo dia foi maior no grupo Passiflora em relação ao grupo controle (6,91 ± 1,36 vs. 5,05 ± 1,63, p=0,013). A deformação máxima de ruptura (Dmáx) do sétimo dia também foi maior no grupo Passiflora em relação ao grupo controle (36,49 ± 4,61 vs. 26,19 ± 5,74, p=0,001). CONCLUSÃO: O extrato de Passiflora edulis melhora a cicatrização de laparotomias medianas em ratos, nos aspectos histológico e tensiométrico.
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