Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Caldas, Álvaro Manuel [UNIFESP], Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP], Ultchak, Fabio [UNIFESP], Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/3431
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000600005
Resumo: OBJETIVO: avaliar as características clínicas e demográficas de pacientes com febre reumática aguda (FRA), acompanhados no período de 1995 a 2005. MÉTODOS: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 193 pacientes com FRA diagnosticada de acordo com os critérios de Jones revisados (1992). Foram incluídos apenas os pacientes que iniciaram o acompanhamento nos primeiros dois meses de doença para que os erros diagnósticos fossem diminuídos. Foram analisados dados demográficos, características clínicas e laboratoriais, bem como anormalidades ecocardiográficas dos pacientes. RESULTADOS: 4 dos 193 (2,1%) pacientes eram menores de 5 anos de idade. Dentre as manifestações clínicas, a artrite foi a mais freqüente (70,5%) seguida da cardite (50,8%) e coréia (35,2%). Em 64 pacientes (33,2%), a artrite foi atípica, ou seja, foi mon oarticular (10,9%) ou comprometeu articulações não-usuais (59,4%), ou teve duração maior do que seis semanas (18,8%), ou não respondeu ao ácido acetilsalicílico (10,9%). Em relação ao comprometimento cardíaco, observamos cardite subclínica em 19% dos pacientes. A cardite clínica teve como alteração valvar mais encontrada a regurgitação mitral (96,9% dos pacientes com cardite). A coréia esteve presente em 35% dos casos. Quanto ao laboratório, anemia (p=0,01), VHS (velocidade de hemossedimentação) > 100 mm (p=0,04) e elevação de alfa1 glicoproteína ácida (p=0,04) foram estatisticamente mais freqüentes nos pacientes com cardite do que naqueles sem este comprometimento. Em 15% dos pacientes houve recorrências. CONCLUSÃO: 1) a febre reumática ainda é prevalente em nosso meio; 2) a presença da artrite atípica é um achado freqüente, devendo ser devidamente valorizada para o diagnóstico da FRA; 3) a cardite subclínica pode ocorrer e deve ser considerada; 4) a nossa freqüência de coréia de Sydenham continua superior à descrita na literatura; 5) recorrências são freqüentes em nossos pacientes.
id UFSP_5c49fa15032a1896b04ee2aeb267f3bd
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/3431
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]Caldas, Álvaro Manuel [UNIFESP]Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]Ultchak, Fabio [UNIFESP]Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:36:36Z2015-06-14T13:36:36Z2006-12-01Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 46, n. 6, p. 385-390, 2006.0482-5004http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/3431http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000600005S0482-50042006000600005.pdfS0482-5004200600060000510.1590/S0482-50042006000600005OBJETIVO: avaliar as características clínicas e demográficas de pacientes com febre reumática aguda (FRA), acompanhados no período de 1995 a 2005. MÉTODOS: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 193 pacientes com FRA diagnosticada de acordo com os critérios de Jones revisados (1992). Foram incluídos apenas os pacientes que iniciaram o acompanhamento nos primeiros dois meses de doença para que os erros diagnósticos fossem diminuídos. Foram analisados dados demográficos, características clínicas e laboratoriais, bem como anormalidades ecocardiográficas dos pacientes. RESULTADOS: 4 dos 193 (2,1%) pacientes eram menores de 5 anos de idade. Dentre as manifestações clínicas, a artrite foi a mais freqüente (70,5%) seguida da cardite (50,8%) e coréia (35,2%). Em 64 pacientes (33,2%), a artrite foi atípica, ou seja, foi mon oarticular (10,9%) ou comprometeu articulações não-usuais (59,4%), ou teve duração maior do que seis semanas (18,8%), ou não respondeu ao ácido acetilsalicílico (10,9%). Em relação ao comprometimento cardíaco, observamos cardite subclínica em 19% dos pacientes. A cardite clínica teve como alteração valvar mais encontrada a regurgitação mitral (96,9% dos pacientes com cardite). A coréia esteve presente em 35% dos casos. Quanto ao laboratório, anemia (p=0,01), VHS (velocidade de hemossedimentação) > 100 mm (p=0,04) e elevação de alfa1 glicoproteína ácida (p=0,04) foram estatisticamente mais freqüentes nos pacientes com cardite do que naqueles sem este comprometimento. Em 15% dos pacientes houve recorrências. CONCLUSÃO: 1) a febre reumática ainda é prevalente em nosso meio; 2) a presença da artrite atípica é um achado freqüente, devendo ser devidamente valorizada para o diagnóstico da FRA; 3) a cardite subclínica pode ocorrer e deve ser considerada; 4) a nossa freqüência de coréia de Sydenham continua superior à descrita na literatura; 5) recorrências são freqüentes em nossos pacientes.OBJECTIVE: the aim of this study was to analyze the demographic and clinical characteristics of patients with acute rheumatic fever (ARF), followed between 1995 and 2005. METHODS: we retrospectively reviewed the medical records of 193 patients with ARF diagnosed according to the revised Jones criteria (1992). Only the patients that initiated the follow-up in the first two months of onset were included, in order to reduce the diagnostic mistake. Demographic, clinical and laboratorial data and echocardiographic abnormalities were considered. RESULTS: four out of 193 (2.1%) were younger than 5 years old. The most frequent clinical manifestation was arthritis (70.5%) followed by carditis (50.8%) and chorea (35.2%). Atypical arthritis occurred in 64 (33.2%) patients characterized by monoarthritis (10.9%), or involvement of unusual joints (59.4%), or duration longer than 6 weeks (18.8%), or poor response to salicylates (10.9%). Regarding the cardiac involvement we observed subclinical carditis in 19% of the patients. Clinical carditis presented most frequently as mitral involvement (regurgitation) (96.9%). Chorea was present in 35% of the patients. Regarding lab work, anemia (p=0.01), erythrocyte sedimentation rate > 100 mm (p= 0.04) and elevation of alpha1 acid glycoprotein (p=0.04) were statistically more frequent in patients with carditis compared to patients without this involvement. Fifteen percent of patients experienced recurrences. CONCLUSION: 1) rheumatic fever is still prevalent in our environment; 2) atypical arthritis is a common finding and must be taken into account in the ARF diagnosis; 3) subclinical carditis must be considered in our patients; 4) the frequency of Sydenham's chorea is higher than that described in the literature; 5) recurrences are frequent in our patients.UNIFESP Departamento de PediatriaUNIFESP Departamento de Pediatria Setor de Reumatologia da Disciplina de AlergiaUNIFESP, Depto. de PediatriaUNIFESP, Depto. de Pediatria Setor de Reumatologia da Disciplina de AlergiaSciELO385-390porSociedade Brasileira de ReumatologiaRevista Brasileira de Reumatologiafebre reumáticacardite subclínicaartrite atípicacoréiarheumatic feversubclinical carditisatypical arthritischoreaCaracterísticas clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumáticaClinical and demographic features of 193 patients with rheumatic feverinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0482-50042006000600005.pdfapplication/pdf153072${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/1/S0482-50042006000600005.pdf2be40ede9f025b8ee6d9dbb436ff385fMD51open accessTEXTS0482-50042006000600005.pdf.txtS0482-50042006000600005.pdf.txtExtracted texttext/plain26390${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/21/S0482-50042006000600005.pdf.txt96a42c6407aa7f679fccd0f85d3ceacfMD521open accessTHUMBNAILS0482-50042006000600005.pdf.jpgS0482-50042006000600005.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg6356${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/23/S0482-50042006000600005.pdf.jpgefd04205a37ecc5cf08df952df6b75b9MD523open access11600/34312023-06-05 19:51:28.93open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/3431Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-06-05T22:51:28Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Clinical and demographic features of 193 patients with rheumatic fever
title Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
spellingShingle Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
febre reumática
cardite subclínica
artrite atípica
coréia
rheumatic fever
subclinical carditis
atypical arthritis
chorea
title_short Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
title_full Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
title_fullStr Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
title_full_unstemmed Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
title_sort Características clínicas e demográficas de 193 pacientes com febre reumática
author Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
author_facet Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Caldas, Álvaro Manuel [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Ultchak, Fabio [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
author_role author
author2 Caldas, Álvaro Manuel [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Ultchak, Fabio [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Caldas, Álvaro Manuel [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Ultchak, Fabio [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv febre reumática
cardite subclínica
artrite atípica
coréia
topic febre reumática
cardite subclínica
artrite atípica
coréia
rheumatic fever
subclinical carditis
atypical arthritis
chorea
dc.subject.eng.fl_str_mv rheumatic fever
subclinical carditis
atypical arthritis
chorea
description OBJETIVO: avaliar as características clínicas e demográficas de pacientes com febre reumática aguda (FRA), acompanhados no período de 1995 a 2005. MÉTODOS: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 193 pacientes com FRA diagnosticada de acordo com os critérios de Jones revisados (1992). Foram incluídos apenas os pacientes que iniciaram o acompanhamento nos primeiros dois meses de doença para que os erros diagnósticos fossem diminuídos. Foram analisados dados demográficos, características clínicas e laboratoriais, bem como anormalidades ecocardiográficas dos pacientes. RESULTADOS: 4 dos 193 (2,1%) pacientes eram menores de 5 anos de idade. Dentre as manifestações clínicas, a artrite foi a mais freqüente (70,5%) seguida da cardite (50,8%) e coréia (35,2%). Em 64 pacientes (33,2%), a artrite foi atípica, ou seja, foi mon oarticular (10,9%) ou comprometeu articulações não-usuais (59,4%), ou teve duração maior do que seis semanas (18,8%), ou não respondeu ao ácido acetilsalicílico (10,9%). Em relação ao comprometimento cardíaco, observamos cardite subclínica em 19% dos pacientes. A cardite clínica teve como alteração valvar mais encontrada a regurgitação mitral (96,9% dos pacientes com cardite). A coréia esteve presente em 35% dos casos. Quanto ao laboratório, anemia (p=0,01), VHS (velocidade de hemossedimentação) > 100 mm (p=0,04) e elevação de alfa1 glicoproteína ácida (p=0,04) foram estatisticamente mais freqüentes nos pacientes com cardite do que naqueles sem este comprometimento. Em 15% dos pacientes houve recorrências. CONCLUSÃO: 1) a febre reumática ainda é prevalente em nosso meio; 2) a presença da artrite atípica é um achado freqüente, devendo ser devidamente valorizada para o diagnóstico da FRA; 3) a cardite subclínica pode ocorrer e deve ser considerada; 4) a nossa freqüência de coréia de Sydenham continua superior à descrita na literatura; 5) recorrências são freqüentes em nossos pacientes.
publishDate 2006
dc.date.issued.fl_str_mv 2006-12-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-14T13:36:36Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-14T13:36:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 46, n. 6, p. 385-390, 2006.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/3431
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000600005
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0482-5004
dc.identifier.file.none.fl_str_mv S0482-50042006000600005.pdf
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv S0482-50042006000600005
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S0482-50042006000600005
identifier_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 46, n. 6, p. 385-390, 2006.
0482-5004
S0482-50042006000600005.pdf
S0482-50042006000600005
10.1590/S0482-50042006000600005
url http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/3431
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042006000600005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 385-390
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Reumatologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Reumatologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/1/S0482-50042006000600005.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/21/S0482-50042006000600005.pdf.txt
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/3431/23/S0482-50042006000600005.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 2be40ede9f025b8ee6d9dbb436ff385f
96a42c6407aa7f679fccd0f85d3ceacf
efd04205a37ecc5cf08df952df6b75b9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1783460312914067456