Um diálogo entre Michel Foucault e a economia solidária: relação entre práticas de liberdade e autogestão: um estudo de caso da cooperativa Teia Ecológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scarano, Renan Costa Valle
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/590
Resumo: O presente trabalho visa estabelecer a relação entre as práticas de liberdade, apontadas por Michel Foucault e a autogestão, princípio propagado nas cooperativas de Economia Solidária, visa, também, realizar um estudo de caso da Cooperativa Teia Ecológica da cidade de Pelotas. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa. Como forma de coleta de dados, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. Na pesquisa de campo, foram realizadas entrevistas com seis cooperados. A proposta de estudo buscou analisar as formas de rompimento das relações de dominação, exploração e assujeitamento, presentes nas relações humanas. Com esse intuito, analisou-se as práticas de liberdade mencionadas por Michel Foucault, como uma forma de resistência diante dos mecanismos de assujeitamento. Para isso, se fez necessário abordar o percurso realizado pelo pensamento foucaultiano até chegar as práticas de liberdade que estão em relação às análises sobre o poder. Apresentou-se as análises de Foucault sobre o poder, nesse viés, salientou-se a abordagem produtiva do poder, desenvolvida na modernidade a partir de dois movimentos caracterizados como Bio-poder: a disciplina e a biopolítica. Por outro lado, investigou-se a autogestão como resistência e, uma forma de gestão caracterizada no movimento operário por visar o controle direto do trabalhador sobre seu trabalho. Com este propósito, resgatou-se algumas lutas operárias em que a autogestão se manifestou. Nesse percurso, também se apresentou os antecedentes históricos da Economia Solidária. Com essa perspectiva, a análise acerca do princípio da autogestão na Economia Solidária, se deu como forma de estabelecer um contraponto em relação às empresas convencionais, em que prevalece o modo de produção capitalista. Nesse sentido, a autogestão, é uma forma de resistência e, um meio de criar novos espaços e condições para que a liberdade e a autonomia dos cooperados possa aparecer no cotidiano de trabalho. O estudo evidenciou que sob a perspectiva da resistência é possível relacionar as práticas de liberdade e a autogestão, pois ambas, visam recusar uma condição de assujeitamento e dominação e, a partir de brechas encontradas, criar uma nova possibilidade de formas de vida.
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Com esse intuito, analisou-se as práticas de liberdade mencionadas por Michel Foucault, como uma forma de resistência diante dos mecanismos de assujeitamento. Para isso, se fez necessário abordar o percurso realizado pelo pensamento foucaultiano até chegar as práticas de liberdade que estão em relação às análises sobre o poder. Apresentou-se as análises de Foucault sobre o poder, nesse viés, salientou-se a abordagem produtiva do poder, desenvolvida na modernidade a partir de dois movimentos caracterizados como Bio-poder: a disciplina e a biopolítica. Por outro lado, investigou-se a autogestão como resistência e, uma forma de gestão caracterizada no movimento operário por visar o controle direto do trabalhador sobre seu trabalho. Com este propósito, resgatou-se algumas lutas operárias em que a autogestão se manifestou. Nesse percurso, também se apresentou os antecedentes históricos da Economia Solidária. Com essa perspectiva, a análise acerca do princípio da autogestão na Economia Solidária, se deu como forma de estabelecer um contraponto em relação às empresas convencionais, em que prevalece o modo de produção capitalista. Nesse sentido, a autogestão, é uma forma de resistência e, um meio de criar novos espaços e condições para que a liberdade e a autonomia dos cooperados possa aparecer no cotidiano de trabalho. O estudo evidenciou que sob a perspectiva da resistência é possível relacionar as práticas de liberdade e a autogestão, pois ambas, visam recusar uma condição de assujeitamento e dominação e, a partir de brechas encontradas, criar uma nova possibilidade de formas de vida.The present work aims to establish the relation between the practices of freedom, which were showed by Michel Foucault and the self-management, a propagated principle in cooperatives of Solidarity Economy; it also aims to accomplish a study of Ecological Web Cooperative of Pelotas. The methodology used was the qualitative field search. As a form of data collect the bibliographic and field searches were used. In the field search interviews with six people from cooperatives were accomplished. The study proposal has searched to analyze the forms of disruption of the relation of domination, exploration and subjection present in humans’ relationships. With this aim the practices of freedom mentioned by Michel Foucault have been analyzed as a form of resistance on the mechanisms of subjection. To get this it was necessary to approach the way done from the Foucault’s thoughts to the practices of freedom which are in relation to the analysis of power. Foucault’s analysis about power have been showed so the productive approach of power has been highlighted, it was developed in the modernity from two actions featured as Biopower: discipline and biopolitics. Furthermore, the self-management as resistance has been investigated and a form of management featured in the worker action for aiming the direct control on the worker on his own work. With this proposal some worker struggles whose the self-management had been evidenced, were rescued. It was also possible to identify the early historical of Solidarity Economy. With this perspective, the analysis involving the principle of self-management in the Solidarity Economy has been happened to established a counterpoint in relation to conventional companies were capitalist production prevails. Thus the self-management is a way of resistance and a way to create new spaces and conditions to the worker’s freedom and autonomy appear in their daily work. The study has highlighted that with the perspective of resistance is possible to relation the practices of freedom and self-management, because both aim to refuse a condition of subjection and domination and from some gaps to create a new possibility of lifestyle.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES##2075167498588264571##600Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e Tecnologicas##-8792015687048519997##600BrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Politica Social##-7895665898047196699##600Ribeiro, Cristine Jacqueshttp://lattes.cnpq.br/8521859077411257Moura, Marcelo Oliveira dehttp://lattes.cnpq.br/1713248147163613Henning, Paula Corrêahttp://lattes.cnpq.br/5709258385798459Scarano, Renan Costa Valle2017-04-07T11:44:31Z2015-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfScarano, Renan Costa Valle. 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