DistribuiÃÃo espacial e determinantes sociais de saÃde na populaÃÃo com AIDS no CearÃ.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simone de Sousa Paiva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10924
Resumo: Apesar de avanÃos cientÃficos no tratamento ao HIV e de polÃtica pÃblica especÃfica à populaÃÃo infectada, a aids se constitui em sÃrio problema de saÃde, que acomete grupos mais vulnerÃveis. Desta forma, ao tratar de pessoas vivendo com HIV à necessÃrio levar em conta os determinantes sociais relacionados ao processo de saÃde-doenÃa. Objetiva-se analisar a distribuiÃÃo espacial de pacientes com aids no Estado do CearÃ, Brasil, e sua associaÃÃo com determinantes sociais de saÃde. Estudo ecolÃgico transversal, considerou-se indivÃduos com aids, de idade igual ou superior a 13 anos, residentes no CearÃ, notificados entre 2001 e 2011 pelo Sistema de InformaÃÃo de Agravos de NotificaÃÃo. Trabalhou-se com variÃveis sociodemogrÃficas obtidas na Secretaria da SaÃde do Estado, dados socioeconÃmicos, ambientais e de saÃde do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica, do Departamento de InformÃtica do Sistema Ãnico de SaÃde do Brasil e do Departamento de AtenÃÃo BÃsica. ConstruÃram-se indicadores epidemiolÃgicos e sociais baseados no Modelo TeÃrico de DeterminaÃÃo Social sugerido por Whitehead e Dahlgren. Para anÃlise dos dados individuais empregou-se o software SPSS 20.0. Testes foram aplicados para comparaÃÃo das proporÃÃes (exato de Fisher ou qui-quadrado de Pearson), comparaÃÃo de mÃdias (t de Student), correlaÃÃo entre variÃvel dependente e suas regressoras (teste de Pearson) e teste para aferir a normalidade da variÃvel dependente (Shapiro-Wilk). Foram consideradas estatisticamente significantes anÃlises inferenciais de ρ inferior a 0,05. Para dados socioambientais e de saÃde foram utilizados mÃtodos de geoprocessamento e de geoanÃlise. Para identificaÃÃo de aglomerados espaciais, calculou-se taxa mÃdia de aids do perÃodo e relacionada com o mapa vetorial do CearÃ, atravÃs do programa ArcGis10.1. AutocorrelaÃÃo espacial foi verificada pelo Ãndice de Moran. O Modelo de RegressÃo Linear Global foi Ãtil para anÃlise multivariada. Foram construÃdos mapas do risco relativo à formaÃÃo de aglomerados de aids ao longo da sÃrie temporal. Obteve-se aprovaÃÃo do Comità de Ãtica da Secretaria da SaÃde do Estado, sob protocolo n 203.911. A aids à crescente no CearÃ, com maioria masculina, adulta, residente na Capital. Foi observado processo de feminizaÃÃo, juvenizaÃÃo e interiorizaÃÃo da epidemia. O uso de drogas à prevalente entre jovens e pessoas de baixa escolaridade. Ocorre tendÃncia crescente da doenÃa entre pessoas com sete a onze anos de estudo, e diferenÃa estatÃstica significativa entre os sexos. A Rede Social de Apoio e de SaÃde Especializada para aids concentra-se na RegiÃo Metropolitana do Estado. Clusters de aids com altas taxas foi verificada na RegiÃo LitorÃnea e em Ãreas prÃximas à fronteira do PiauÃ, provavelmente vinculados ao turismo e aos processos migratÃrios. As taxas de aids foram associadas com a maioria dos indicadores socioeconÃmicos estudados. Observou-se relaÃÃo positiva entre aids e desigualdades econÃmicas. Foi verificada associaÃÃo inversa entre o agravo e a atenÃÃo primÃria. Constatou-se risco para clusters de aids primeiramente nos SertÃes do Estado e maior risco relativo em municÃpios do Noroeste Cearense ao longo da sÃrie temporal. Segundo se conclui, a aids no Cearà possui Ãreas de dependÃncia espacial e as disparidades socioeconÃmicas e de acesso à saÃde geram determinaÃÃes preponderantes ao adoecimento pelo HIV.