Imagens do demônio nas missões jesuíticas da Amazônia espanhola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Varia História (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752015000300741 |
Resumo: | RESUMOEste artigo analisa as representações do demônio nos textos dos missionários que atuaram na Amazônia espanhola, entre os séculos XVII e XVIII. Os missionários europeus, e em especial os jesuítas, inseriam o processo de “conquista espiritual” das terras amazônicas em uma narrativa de luta entre as forças do bem e do mal. Apresentavam-se como aqueles que vieram libertar os índios que viviam acorrentados à adoração do demônio, que se servia dos xamãs para promover toda a sorte de conflitos e danos, e inspirava celebrações e sacramentos que imitavam os da religião cristã, mas que ao fim e ao cabo apenas reforçavam a submissão dos nativos aos desígnios do comum inimigo. Este texto analisa em detalhe os diversos elementos constitutivos dessa narrativa. Ao contrário do que afirmam alguns estudos, a demonização não era tão somente uma forma de desqualificação das culturas indígenas. Os jesuítas enquadravam como demoníacas aquelas práticas que tentavam conhecer e cujo sentido mais imediato lhes escapava. A imagem do demônio servia, portanto, para traduzir uma cultura em outra, tornar a cultura nativa inteligível. A demonização não significava o rechaço absoluto ao Outro, antes era uma tentativa de estabelecer pontes analógicas por meio das quais o diálogo intercultural e a negociação do universo do sagrado podiam fluir. |
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