Hakani e a campanha contra o infanticídio indígena: percepções contrastantes de humanidade e pessoa na Amazônia brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos-Granero,Fernando
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Mana (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132011000100006
Resumo: O presente artigo examina o debate, desencadeado pela campanha da ONG ATINI-Voz pela Vida e travado tanto no ciberespaço quanto na mídia brasileira, a respeito do infanticídio na Amazônia. Argumenta que este debate foi levado adiante em termos ocidentais-o suposto isomorfismo entre as noções de "humanidade" e "pessoa"-e, como tal, contribui pouco para entender esta incomum prática indígena. Para evitar o duplo risco do "imperialismo cultural" e do "relativismo cultural", adota um ponto de vista indígena, sustentando que os indígenas amazônicos consideram humanidade e pessoa como "estados de existência" independentes. Explora esta percepção por meio da análise de uma série de "instantâneos" etnográficos, à luz dos recentes desenvolvimentos teóricos, e conclui que, ao invés de confirmar o "primitivismo" das sociedades indígenas da Amazônia, este debate expõe a fratura da noção ocidental de "humano/pessoa", bem como a profunda- embora potencialmente positiva- crise do "moderno" pensamento ocidental.
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