%0 article %A Gonçalves, Marcela [UNIFESP] %E Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP] %E Barbosa, Cassia Maria Passarelli Lupoli [UNIFESP] %E Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP] %E Lee, Lucia [UNIFESP] %E Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP] %D 2005 %G eng %T Diagnosis of malignancies in children with musculoskeletal complaints %U http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/2358 %U http://dx.doi.org/10.1590/S1516-31802005000100005 %X CONTEXTO: As queixas musculoesqueléticas podem estar associadas com neoplasias como uma manifestação inicial da doença em crianças. Quando estes sintomas predominam na apresentação da doença, o diagnóstico diferencial inclui várias doenças reumáticas. OBJETIVOS: Avaliar a freqüência, as características clínicas e os tipos de neoplasias encontrados em crianças encaminhadas ao ambulatório de reumatologia pediátrica com queixas musculoesqueléticas, no período de sete anos. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo. LOCAL: Disciplina de Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia, Departamento de Pediatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Escola Paulista de Medicina, São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Num estudo terciário, foram revisados retrospectivamente os prontuários de crianças com queixas musculoesqueléticas atendidas no ambulatório de reumatologia pediátrica cujo diagnóstico definitivo foi neoplasia. Foram avaliados: idade de início dos sintomas, idade ao diagnóstico da neoplasia, sintomas e sinais iniciais, exames laboratoriais e diagnósticos inicial e definitivo (tipo de neoplasia). RESULTADOS: O diagnóstico definitivo de neoplasia foi encontrado em nove de 3528 pacientes (0,25%) atendidos em nosso ambulatório com queixas musculoesqueléticas. O intervalo médio de tempo entre os sintomas iniciais e o diagnóstico definitivo foi de cinco meses (variação de dois a 18 meses). A apresentação inicial mais freqüente foi artrite e/ou artralgia, de caráter pauciarticular, envolvendo grandes articulações. Artrite reumatóide juvenil foi o diagnóstico inicial em 44,4% dos pacientes (4/9). Na avaliação hematológica inicial, anemia foi a alteração mais freqüente, apenas um paciente apresentou leucocitose e em nenhum paciente foi observada leucopenia. Seis de oito pacientes apresentaram velocidade de hemossedimentação elevada. A desidrogenase láctica estava aumentada em cinco de oito pacientes (63%). Para o diagnóstico definitivo foi necessária a realização de mielograma e/ou biópsia. Os tipos de neoplasias encontrados incluíram leucemia linfóide aguda, leucemia mielóide aguda, linfoma não-Hodgkin, neuroblastoma e tumor de Ewing. DISCUSSÃO: Neste estudo, a freqüência de neoplasia em pacientes com dor musculoesquelética foi semelhante ao relatado na literatura. Sintomas consumptivos não foram um sinal de alerta predominante nos nossos casos. Em relação aos exames laboratoriais, a anemia progressiva foi a alteração mais comum, embora o hemograma possa permanecer normal por semanas ou meses após o início dos sintomas. CONCLUSÃO: As neoplasias têm sempre que ser lembradas em crianças com queixas musculoesqueléticas. As manifestações clínicas incaracterísticas e os exames laboratoriais iniciais inespecíficos podem dificultar o diagnóstico definitivo e, portanto, acompanhamento rigoroso e investigações adicionais devem ser realizados.