Aspectos socioeconômicos, de saúde e nutrição, com ênfase no consumo alimentar, de idosos atendidos pelo Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI), de Viçosa – MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Wilson Cesar de
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8908
Resumo: Foi realizado um estudo epidemiológico nutricional, com o objetivo de avaliar as condições socioeconômicas, de saúde e nutrição de idosos cadastrados no Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI) – Viçosa – MG, dando ênfase ao consumo alimentar dos idosos. Participaram deste estudo 183 idosos com idade entre 60 e 90 anos. As variáveis socioeconômicas e de saúde foram avaliadas por entrevista utilizando-se um questionário que foi aplicado a cada idoso. O estado nutricional foi avaliado através do Índice de Massa Corporal (IMC) e da Relação Cintura Quadril (RCQ). Para avaliar o consumo alimentar, utilizou-se a média obtida a partir da soma do consumo encontrado entre o Recordatório de 24horas e Questionário de Freqüência Alimentar Semi Quantitativo (QFCA-s). A adequação do consumo de nutrientes e energia foi calculada com base na Ingestão Dietética de Referência (Dietary Reference Intakes DRI’s). Verificou-se que a população estudada é predominantemente de baixa renda e possui baixo nível de escolaridade. A maioria possui casa própria e mora em domicílios multigeracionais. A proporção de mulheres vivendo sozinhas e viúvas é maior do que entre os homens. A freqüência de tabagismo e consumo de álcool foi baixa e a prática de atividade física atingiu quase 40% dos idosos. Encontrou-se alta prevalência de edentulismo (82,5%). Quase 90% dos idosos relataram ter pelo menos uma doença, sendo a mais freqüente a hipertensão arterial. Também foi elevado o consumo de medicamentos, sendo que 81,3% consumiam pelo menos um medicamento por dia. Os idosos apresentaram uma bipolarização do perfil nutricional, com alta prevalência de baixo peso (15,1%) e de sobrepeso (40,8%). A freqüência de RCQ inadequada e CC aumentada foi significantemente maior nas mulheres, sendo que ambos os sexos apresentaram altas freqüências. A ingestão energética ficou abaixo da necessidade estimada para quase todos os idosos, no entanto, observou-se elevada ingestão de energia de fontes lipídicas (52,5%). Verificou-se elevada freqüência de inadequação no consumo de vitaminas (vitamina C, vitamina A, vitamina B1, vitamina B2 e vitamina B6). O consumo mediano de cálcio foi cerca de 1/3 do valor recomendado. Os fatores baixa renda, morar sozinho ou com três gerações, edentulismo, uso de medicamentos e sedentarismo, interferiram negativamente no consumo alimentar. Os alimentos mais consumidos pelos idosos foram o café, feijão, arroz, leite/derivados, pães e frutas. As inadequadas condições socioeconômicas, de saúde e nutrição observadas na população estudada interferem negativamente na qualidade de vida destes idosos. Assim, faz-se necessário a implementação de políticas públicas, especialmente direcionadas a este grupo populacional.