Consumo alimentar, perfil nutricional e de saúde de crianças no 2o e 3o anos de vida atendidas em serviços públicos de saúde do município de Viçosa – Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante, Ana Augusta Monteiro
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8888
Resumo: Objetivo: Caracterizar o consumo alimentar, perfil nutricional e de saúde de crianças no 2o e 3o anos de vida, atendidas nos serviços públicos de saúde do município de Viçosa, Minas Gerais. Metodologia: Em 174 crianças de ambos os sexos foi realizado durante três meses, estudo transversal no qual se caracterizou o padrão alimentar. Foram aplicados a cada criança dois inquéritos dietéticos (Recordatório 24 horas e Questionário de Freqüência Alimentar) e um questionário socioeconômico, demográfico e de assistência à saúde, e comparadas, pela média encontrada nos dois inquéritos, a AMDR (Taxa de Distribuição Aceitável de Macronutrientes), aos EER (Necessidade Estimada de Energia) e à prevalência de inadequação de micronutrientes. Foram calculados scores z para os índices de peso/idade, peso/estatura e estatura/idade, e comparados ao padrão do NCHS/CDC (Centro Nacional para Saúde e Estatística/Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e associados ao consumo alimentar. Composição centesimal dos alimentos foi calculada utilizando-se o software Diet Pro4. Para a construção do banco e análise estatística utilizou-se o software Epi-Info (6.4) por meio do qual foram realizados o Teste X2, Teste t Student e a Razão de Chances (Odds Ratio). Resultados: A análise dos dados demonstrou que o consumo alimentar habitual de energia e nutrientes foi estatisticamente significante e maior entre as crianças do sexo masculino, p<0,0001, à exceção de fibra e vitamina C. A quantidade de energia proveniente de macronutrientes mostrou maior proporção (81,5%) de crianças de ambas as faixas de idade com valores abaixo do limite mínimo para lipídio. Ainda nas duas faixas de idade, a maioria das crianças (80,2% e 96,4% e 87,3% e 96,8%) permaneceu com a ingestão de carboidrato e proteína na faixa recomendada. A quantidade média de energia fornecida pela dieta excedeu a EER para ambos os sexos, com p<0,0001. As mais altas prevalências de inadequação foram observadas para as vitaminas C e A (96,6 e 36,8%) e os minerais ferro e zinco (13,2 e 99,4%). Alimentos mais consumidos foram feijão, carne de frango, arroz, angu, couve, banana e óleo. Prevalências de desnutrição encontradas foram 13,2% para P/I, 13,8% para P/E e 4,0% para E/I. Conclusão: Considerando a variabilidade referente ao consumo alimentar das crianças pode-se concluir que, apesar do fornecimento de energia por meio da dieta ter excedido a recomendação para a grande maioria das crianças estudadas, foram observadas elevadas prevalências de inadequação para a maior parte dos micronutrientes, a exemplo das vitaminas A e C e dos minerais ferro e zinco, essenciais para prevenir a morbi-mortalidade nos primeiros anos de vida. Encontrou-se associação positiva entre baixo nível socioeconômico e inadequação no consumo alimentar com os déficits nutricionais destas crianças.