Avaliação da contenção química e recuperação anestésica de cervídeos neotropicais submetidos a diferentes protocolos anestésicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adams, Rozana da Rocha
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/194382
Resumo: Objetivou-se avaliar a contenção química e a recuperação anestésica de cervídeos neotropicais submetidos a diferentes protocolos anestésicos. No primeiro estudo, dez veados-catingueiro (Mazama gouazoubira) foram contidos quimicamente com 7 mg/kg de cetamina associada à 1 mg/kg de xilazina (CX) ou 0,2 mg/kg de detomidina (CD) ou 0,02 mg/kg de dexmedetomidina (CDx) administrados pela via intramuscular. A indução anestésica foi avaliada por meio da escala visual analógica (VAS) e as variáveis cardiorrepiratórias, hemogasométricas, lactato e glicose séricos foram registradas. No segundo estudo, 17 animais de oito espécies de cervídeos foram contidos quimicamente com 7 mg/kg de cetamina e 1 mg/kg de xilazina pela via intramuscular e submetidos a anestesia inalatória com isofluorano. Foram monitoradas frequências cardíaca (FC) e respiratória (f), saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO2) e temperatura retal (TR). A recuperação anestésica foi avaliada por meio da VAS e escala descritiva qualitativa em ambos estudos. Os dados foram analisados para normalidade usando o teste de Shapiro-Wilk e comparados pelo teste de Kruskal-Wallis seguido de Dunn ou ANOVA seguido de Tukey. Todos os dados foram submetidos a análise multivariada de correspondência múltipla (ACM). No primeiro estudo, os animais tratados com CX foram associados à hipoxemia (SpO2 entre 61 e 74%), os tratados com CD associados com hipertensão (iPAM entre 118 e 159 mmHg) e os tratados com CDx associados a taquicardia (FC entre 80 e 126 bpm). Um animal tratado com CX e outro com CD foram eutanasiados após apresentarem edema pulmonar hemorrágico durante a recuperação anestésica. Os animais tratados com CD, durante a recuperação, apresentaram atitude geral levemente excitada, posição quadrupedal apoiando-se nas paredes e com quedas repetidas, sendo considerada de pior qualidade quando comparada com os animais tratados com CX e CDx. No segundo estudo, a FC de Blastocerus dichotomus (40 [31-95] bpm) e Ozotocerus bezoarticus (40 [38-45] bpm) foi menor entre as espécies. A f foi menor em B. dichotomus (20 [6-28] mpm) e Odocoileus virginianus (20 [20-22] mpm). A TR foi menor (36,1 [35,6-37,5] °C) em O. bezoarticus que em Mazama americana (38,1 [36,8-38,8] °C). A mediana (mínimo-máximo) da VAS de recuperação foi de 8,2 (4,7-9,4) em animais da espécie B. dichotomus, 8,8 (5,3-10) em M. gouazoubira, 8,7 (5,8-9,7) em M. americana, 9 (8,5-9,6) em Mazama nana, 7,9 (6,9-9,8) em Mazama nemorivaga, 6,9 (6,3-8,1) em Mazama bororo, 8 (6,6-8,9) em O. virginianus e 7,6 (6,2-9) em O. bezoarticus. Cervídeos da espécie M. bororo, M. gouazoubira e M. nemorivaga tiveram recuperação anestésica com incoordenação e queda. Conclui-se que o protocolo de contenção química obtido com a associação de cetamina e dexmedetomidina é o mais indicado nas condições deste estudo. Os cervídeos das espécies M. gouazoubira, M. nemorivaga e M. bororo tiveram recuperação de pior qualidade quando comparados com as espécies B. dichotomus, O. virginianus, O. bezoarticus, M. americana e M. nana.