Design e síntese de filmes comestíveis à base de cebola para embalagens ativas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alonso, Jovan Duran
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/251341
https://lattes.cnpq.br/0063077377893688
http://lattes.cnpq.br/8516223928904348
http://lattes.cnpq.br/3316011688829943
http://lattes.cnpq.br/8498310891810082
Resumo: Ainda que, para a indústria de alimentos, os plásticos sejam excelentes materiais de embalagem, cumprindo bem sua função de proteção física e química a custos relativamente baixos, eles são um grave problema ambiental, sendo derivados de fontes não-renováveis, não sendo biodegradáveis e se acumulando no ambiente, com graves consequências. A tecnologia se insere nesta área de materiais e tem desenvolvido novas propostas, como bioplásticos de origem renovável e biodegradáveis, muitas vezes com funções ativas. O presente trabalho visa a desenvolver uma embalagem comestível com funções ativas, a partir de uma matéria-prima abundante e relativamente barata, em continuidade ao trabalho do grupo com a produção de filmes à base da polpa da cebola. Explorou-se uma via de design racional envolvendo dois caminhos de tratamentos com a polpa da cebola – a lavada (LAV), que envolveu uma lavagem exaustiva com água para remoção dos açúcares e flavonoides; e a não-lavada (NL), que manteve estes compostos em sua matriz. Também foi explorada a adição de 02 (dois) polímeros, para o preparo do filme, a polivinilpirrolidona (PVP) e o oleato de meglumina (MGAO), ambos com a finalidade de atuarem como plastificantes e mudarem o perfil mecânico, de barreira e estrutural do filme. No quesito aplicação, há grandes potenciais de aplicação com diferentes finalidades, por exemplo: como uma embalagem primária ativa e comestível para hamburger, onde atuaria na prevenção da oxidação dos lipídeos da carne e evitar o crescimento antimicrobiano; e em pizzas, onde o filme seria disposto entre a massa e o molho para evitar absorção de umidade pela massa, o que leva à perda de crocância. Este material também pode ser uma fonte e carreador de compostos bioativos e ser trabalhado com um prebiótico alimentar. Com os resultados, observou-se que o filme NL é amarelado, apresenta propriedades antioxidantes, baixa permeabilidade a vapor de água (PVA), e os açúcares em sua matriz causam um efeito plastificante acentuado. A adição de polímeros nesta matriz demonstrou poucas alterações. O filme LAV é transparente, com sua matriz composta majoritariamente por celulose, pectina e lignina; a adição de polímeros mostrou apresentar um grande efeito nesta matriz. O PVP se mostrou um agente complexante, formando ligações eletrostáticas com cadeias aniônicas, levando a uma maior rigidez e menor mobilidade molecular. A presença do MGAO sugere gerar uma descontinuidade na matriz com formação de poros, devido a um possível impedimento estérico ocasionado por uma torção na cadeia deste ácido graxo.