Avaliação de espelho como ferramenta de enriquecimento ambiental em ovelhas como animal de experimentação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meyer, Fabiola Schons
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/26085
Resumo: Ovinos são modelo animal para diversas pesquisas biomédicas, além de serem estudados nas pesquisas zootécnicas e veterinárias. Em algumas circunstâncias experimentais as ovelhas necessitam ser alojadas sozinhas, sem contato social com coespecíficos. Como são altamente sociais, os ovinos ficam estressados com mudanças no seu ambiente social, especialmente com a separação do rebanho. Isso desencadeia uma série de respostas endócrinas e comportamentais, comprometendo o bem-estar do animal e possivelmente os resultados da pesquisa que está sendo realizada. Uma forma de minimizar esses efeitos é prover um ambiente mais estimulante, através de enriquecimento ambiental. O presente trabalho teve como objetivo verificar a influência do enriquecimento ambiental com espelhos, para ovinos mantidos isolados em ambiente novo, após estresse agudo causado pelo transporte. Vinte e quatro ovelhas foram divididas em quatro grupos: Grupo Espelho, no qual as ovelhas foram mantidas em isolamento social num ambiente enriquecido com um painel de espelho; Grupo OvCo e OvDes, no qual as ovelhas ficaram acompanhadas, respectivamente, de uma ovelha do mesmo rebanho e de um rebanho diferente; Grupo Isolado, no qual as ovelhas foram mantidas em isolamento social e sem enriquecimento ambiental. Cada ovelha foi transportada da propriedade de origem até o local do experimento, sempre no mesmo horário, onde permaneciam até o dia seguinte. Foram realizadas seis coletas de sangue para dosagem de cortisol: basal, na chegada ao local do experimento e duas, quatro, seis e 24 horas após a chegada. O comportamento dos animais foi registrado durante as primeiras 6 horas de permanência no local do experimento, através de uma microcâmera. Nas dosagens de cortisol não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Houve diferença estatística no momento da chegada, logo após o transporte, em todos os grupos. Observa-se uma tendência do declínio do cortisol nas primeiras duas horas ser mais acentuado no grupo OvCo, menos acentuado no grupo Isolado e os outros dois grupos apresentando valores intermediários. A análise comportamental não evidenciou diferença estatística nos parâmetros número de balidos, número de passos, tempo de interação com o enriquecimento ambiental, tempo de permanência deitada e tempo gasto se alimentando. A latência para iniciar a alimentação foi significativa (P<0,05), sendo maior no grupo OvCo em relação ao OvDes e ao Espelho. O benefício do uso de espelhos como ferramenta de EA para a espécie ovina não ficou evidente no presente estudo para as condições que o mesmo foi executado.
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Vinte e quatro ovelhas foram divididas em quatro grupos: Grupo Espelho, no qual as ovelhas foram mantidas em isolamento social num ambiente enriquecido com um painel de espelho; Grupo OvCo e OvDes, no qual as ovelhas ficaram acompanhadas, respectivamente, de uma ovelha do mesmo rebanho e de um rebanho diferente; Grupo Isolado, no qual as ovelhas foram mantidas em isolamento social e sem enriquecimento ambiental. Cada ovelha foi transportada da propriedade de origem até o local do experimento, sempre no mesmo horário, onde permaneciam até o dia seguinte. Foram realizadas seis coletas de sangue para dosagem de cortisol: basal, na chegada ao local do experimento e duas, quatro, seis e 24 horas após a chegada. O comportamento dos animais foi registrado durante as primeiras 6 horas de permanência no local do experimento, através de uma microcâmera. Nas dosagens de cortisol não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Houve diferença estatística no momento da chegada, logo após o transporte, em todos os grupos. Observa-se uma tendência do declínio do cortisol nas primeiras duas horas ser mais acentuado no grupo OvCo, menos acentuado no grupo Isolado e os outros dois grupos apresentando valores intermediários. A análise comportamental não evidenciou diferença estatística nos parâmetros número de balidos, número de passos, tempo de interação com o enriquecimento ambiental, tempo de permanência deitada e tempo gasto se alimentando. A latência para iniciar a alimentação foi significativa (P<0,05), sendo maior no grupo OvCo em relação ao OvDes e ao Espelho. O benefício do uso de espelhos como ferramenta de EA para a espécie ovina não ficou evidente no presente estudo para as condições que o mesmo foi executado.Sheep are animal model for several biomedical research, in addition to being studied in agricultural and veterinary research. In some experimental conditions the sheep need to be housed alone, without social contact with conspecifics. Sheep, being highly social animals, are stressed by changes in their social environment, especially by the separation from the flock. As consequence, a series of endocrine and behavioral responses is triggered, compromising the welfare of the animal and possibly the research results. One way to minimize these effects is to provide a more stimulating environment, through environmental enrichment. This study aimed to verify the influence of environmental enrichment with mirrors for sheep kept isolated in the new environment, following acute stress caused by transportation. Twenty-four sheep were divided into four groups: Mirror Group, in which the sheep were kept in social isolation in an environment enriched with a panel mirror, OvCo and OvDes Groups, where the sheep were accompanied, respectively, by a sheep from the same flock and from a different flock, and the Isolated Group, in which the sheep were kept in social isolation, without environmental enrichment. Each sheep were transported from the farm to the location of the experiment, always at the same time, where they remained until the following day. Serum cortisol analysis were performed at six different time points: baseline, on arrival at the experiment site, and two, four, six and 24 hours after arrival. Animal behavior was recorded during the first 6 hours at the place of the experiment with a camera. Cortisol levels were not statistically different among groups. We observed an increase in cortisol levels at arrival time in all groups. There is a trend towards a faster reduction in cortisol levels in OvCo group, while the reduction seems to be slower in the Isolated sheep, and the other two groups having intermediate values. Behavioral analysis showed no statistical difference in the number of bleatings, number of steps, time of interaction with environmental enrichment, lying, and eating. The latency to start feeding was significant (P <0.05), being higher in group OvCo in relation to OvDes and the Mirror groups. The benefit of using mirrors as a tool of environmental enrichment for the sheep was not evident in this study for the conditions that it was developed.application/pdfporExperimentação animalComportamento animalEspelhosOvinosSheepCortisolBehaviorEthogramEnvironmental enrichmentAvaliação de espelho como ferramenta de enriquecimento ambiental em ovelhas como animal de experimentaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000756362.pdf000756362.pdfTexto completoapplication/pdf458198http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26085/1/000756362.pdf0077c38908d3afd01a721489cc975002MD51TEXT000756362.pdf.txt000756362.pdf.txtExtracted Texttext/plain91847http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26085/2/000756362.pdf.txtf6564b6aae720e0265cd39ce05bfb501MD52THUMBNAIL000756362.pdf.jpg000756362.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1111http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26085/3/000756362.pdf.jpgf4f28ed1a268b90ebaa4ac23664bf952MD5310183/260852019-12-15 05:04:23.077157oai:www.lume.ufrgs.br:10183/26085Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-12-15T07:04:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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