Dermatofitoses : estudo de 16 anos na região metropolitana no Sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/143784 |
Resumo: | Introdução: os dermatófitos afetam 40% da população mundial, e no sul do Brasil encontrase o maior número de portadores de HIV/habitante do país, sendo necessário, portanto, um controle epidemiológico desses fungos. Objetivo: determinar a prevalência dos dermatófitos na região metropolitana de Porto Alegre, Brasil, e comparar as espécies a partir dos dados dos pacientes. Métodos: foi realizado um estudo transversal com dados de pacientes atendidos em hospital de referência, no período de 1996-2011, sendo que as análises estatísticas utilizadas para cada objetivo específico do trabalho foram: regressão linear simples (determinar o comportamento da prevalência ao longo dos anos); Qui-quadrado (comparar a prevalência dos fungos entre o gênero masculino e feminino); Mann-Whitney U (comparar a idade dos pacientes entre os gêneros); Kruskal-Wallis (comparar a idade dos pacientes entre as espécies de dermatófitos); Qui-quadrado corrigido por Bonferroni (comparar a proporção étnica dos casos acometidos por cada espécie com a proporção amostral) e teste exato de Fisher/análise de resíduos (determinar as diferenças entre os locais anatômicos afetados pelos fungos). Em todas as análises, foi considerado =0,05. Resultados: foram obtidos 14.214 casos positivos no exame micológico cultural, sendo que 9.048 foram positivos para dermatófitos, o que torna este o maior estudo epidemiológico sobre dermatofitoses do país. Trichophyton rubrum ocorreu em 59,6% dos casos, seguido de T. interdigitale (34%), Microsporum canis (2,6%), Epidermophyton floccosum (1,5%), M. gypseum (1,3%), T. tonsurans (0,9%) e T. violaceum (1 caso). Para T. interdigitale, E. floccosum, T. rubrum e M. canis, os coeficientes angulares das regressões lineares foram +1,119, +0,211, -0,826 e -0,324% ao ano, respectivamente. No gênero masculino verificou-se maior prevalência de infecção (79,3% versus 54,9%), porém as mulheres acometidas apresentaram idade superior aos homens. T. interdigitale e M. canis foram mais frequentes em pacientes caucasianos, enquanto T. rubrum acometeu menos pacientes pardos do que o esperado. Tinea unguium foi a dermatofitose mais prevalente (48,5%), sendo as unhas dos pés mais acometidas do que as unhas das mãos (94,4% versus 4,1%), seguida de tinea pedis (33,1%), corporis (6,8%), cruris (5,9%), manuum (2,4%), capitis e facie (1,5% cada) e barbae (0,07%). T. rubrum foi o fungo predominante em todas as regiões do corpo, exceto no couro cabeludo, em que M. canis foi responsável por 75% dos casos. As maiores associações positivas para cada espécie foram: T. rubrum (região inguinal); T. interdigitale e E. floccosum (pele dos pés); M. canis e T. tonsurans (couro cabeludo); M. gypseum (face). Conclusão: este estudo corrobora os demais estudos da região quanto à distribuição dos dermatófitos, sendo T. rubrum a espécie mais comum. T. tonsurans apresenta baixíssima prevalência, diferentemente de outros estados brasileiros, onde esse fungo está entre os primeiros do ranking. Porém, este estudo mostrou diferença entre homens e mulheres quanto à idade e à prevalência na infecção por dermatófitos. Além disso, observamos uma diminuição na prevalência de T. rubrum e M. canis, acompanhada de um aumento de T. interdigilate e E. floccosum. Nesse sentido, é preciso haver mais estudos epidemiológicos na região para o devido acompanhamento e controle da evolução das dermatofitoses. |
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Heidrich, DaianeScroferneker, Maria Lucia2016-07-21T02:19:01Z2013http://hdl.handle.net/10183/143784000874802Introdução: os dermatófitos afetam 40% da população mundial, e no sul do Brasil encontrase o maior número de portadores de HIV/habitante do país, sendo necessário, portanto, um controle epidemiológico desses fungos. Objetivo: determinar a prevalência dos dermatófitos na região metropolitana de Porto Alegre, Brasil, e comparar as espécies a partir dos dados dos pacientes. Métodos: foi realizado um estudo transversal com dados de pacientes atendidos em hospital de referência, no período de 1996-2011, sendo que as análises estatísticas utilizadas para cada objetivo específico do trabalho foram: regressão linear simples (determinar o comportamento da prevalência ao longo dos anos); Qui-quadrado (comparar a prevalência dos fungos entre o gênero masculino e feminino); Mann-Whitney U (comparar a idade dos pacientes entre os gêneros); Kruskal-Wallis (comparar a idade dos pacientes entre as espécies de dermatófitos); Qui-quadrado corrigido por Bonferroni (comparar a proporção étnica dos casos acometidos por cada espécie com a proporção amostral) e teste exato de Fisher/análise de resíduos (determinar as diferenças entre os locais anatômicos afetados pelos fungos). Em todas as análises, foi considerado =0,05. Resultados: foram obtidos 14.214 casos positivos no exame micológico cultural, sendo que 9.048 foram positivos para dermatófitos, o que torna este o maior estudo epidemiológico sobre dermatofitoses do país. Trichophyton rubrum ocorreu em 59,6% dos casos, seguido de T. interdigitale (34%), Microsporum canis (2,6%), Epidermophyton floccosum (1,5%), M. gypseum (1,3%), T. tonsurans (0,9%) e T. violaceum (1 caso). Para T. interdigitale, E. floccosum, T. rubrum e M. canis, os coeficientes angulares das regressões lineares foram +1,119, +0,211, -0,826 e -0,324% ao ano, respectivamente. No gênero masculino verificou-se maior prevalência de infecção (79,3% versus 54,9%), porém as mulheres acometidas apresentaram idade superior aos homens. T. interdigitale e M. canis foram mais frequentes em pacientes caucasianos, enquanto T. rubrum acometeu menos pacientes pardos do que o esperado. Tinea unguium foi a dermatofitose mais prevalente (48,5%), sendo as unhas dos pés mais acometidas do que as unhas das mãos (94,4% versus 4,1%), seguida de tinea pedis (33,1%), corporis (6,8%), cruris (5,9%), manuum (2,4%), capitis e facie (1,5% cada) e barbae (0,07%). T. rubrum foi o fungo predominante em todas as regiões do corpo, exceto no couro cabeludo, em que M. canis foi responsável por 75% dos casos. As maiores associações positivas para cada espécie foram: T. rubrum (região inguinal); T. interdigitale e E. floccosum (pele dos pés); M. canis e T. tonsurans (couro cabeludo); M. gypseum (face). Conclusão: este estudo corrobora os demais estudos da região quanto à distribuição dos dermatófitos, sendo T. rubrum a espécie mais comum. T. tonsurans apresenta baixíssima prevalência, diferentemente de outros estados brasileiros, onde esse fungo está entre os primeiros do ranking. Porém, este estudo mostrou diferença entre homens e mulheres quanto à idade e à prevalência na infecção por dermatófitos. Além disso, observamos uma diminuição na prevalência de T. rubrum e M. canis, acompanhada de um aumento de T. interdigilate e E. floccosum. Nesse sentido, é preciso haver mais estudos epidemiológicos na região para o devido acompanhamento e controle da evolução das dermatofitoses.Background: dermatophytes affect 40% of the world population. In Brazil, largest number of patients with HIV/inhabitant occurs in the south, requiring epidemiological control of these fungi. Objective: to determine the prevalence of dermatophytes in the metropolitan area of Porto Alegre, Brazil, and to compare species based on patient data. Methods: we conducted a cross-sectional study with data of patients from a highly respected hospital 1996-2011. The statistical analyses performed for each specific objective were: Simple linear regression (to determine the prevalence of behavior over the years), Chi-square (to compare prevalence of fungi between the genders), Mann-Whitney U (to compare patients' age between the genders), Kruskal-Wallis (to compare the ages of pacients among species of dermatophytes); Chi-square corrected by Bonferroni (to compare ethnic proportion of cases affected by each species with the sample proportion), Fisher's Exact Test / Analysis waste (to determine differences between anatomical sites affected by fungi). In all analyses, = 0.05 was considered. Results: were obtained 14,214 cases mycological culture-positive, being 9,048 cases positive for dermatophytes, making this work the largest epidemiological study of dermatophytosis in the country. Trichophyton rubrum occurred in 59.6% of cases, followed by T. interdigitale (34%), Microsporum canis (2.6%), Epidermophyton floccosum (1.5%), M. gypseum (1.3%), T. tonsurans (0.9%) and T. violaceum (1 case). The slopes of the linear regressions, for T. interdigitale, E. floccosum, T. rubrum and M. canis, were +1.119, +0.211, -0.826 and -0.324% per year, respectively. Males presented higher prevalence of infection (79.3% versus 54.9%), but women were older than men. T. interdigitale and M. canis were most prevalent in Caucasians and T. rubrum was less prevalent in brown people than expected. Tinea unguium was more prevalent of the dermatophytosis (48.5%) being toenails more affected than fingernails (94.4% vs. 4.1%), followed by tinea pedis (33.1%), corporis (6.8%), cruris (5.9%) manuum (2.4%), facie and capitis (1.5% each one) and barbae (0.07%). T. rubrum was the predominant fungus in all regions of the body except in the scalp where M. canis was the responsible for 75% of the cases. The species with the highest positive associations were: T. rubrum (groin); T. interdigitale and E. floccosum (skin of the feet); M. canis and T. tonsurans (scalp); M. gypseum (face). Conclusion: this study corroborates other similar studies in the region related to the distribution of dermatophytes, being T. rubrum the most common species followed by T. interdigitale, and being T. tonsurans the one that presents a very low prevalence, unlike other States. However, this study showed gender differences in relation to age and prevalence of the infection by dermatophytes. Moreover, we observed a decrease in the prevalence of T. rubrum and M. canis and an increase of T. interdigilate and E. floccosum. In this sense, the continuation of epidemiological studies in the region is necessary for monitoring and controlling the evolution of dermatophytosis.application/pdfporTinhaPrevalênciaBrasilEpidemiologyEstudo transversalEpidermophytonMicrosporumTrichophytonTineaDermatophytesPrevalenceDermatofitoses : estudo de 16 anos na região metropolitana no Sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000874802.pdf000874802.pdfTexto completoapplication/pdf474976http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143784/1/000874802.pdf1f7a3f67311c6926aeb5abcf98e7ad95MD51TEXT000874802.pdf.txt000874802.pdf.txtExtracted Texttext/plain123147http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143784/2/000874802.pdf.txt0511870c3da71ab4330badc7a0ab9152MD52THUMBNAIL000874802.pdf.jpg000874802.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1024http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143784/3/000874802.pdf.jpg6ed5bb0d6b44aaeb12fa9547a6532ea4MD5310183/1437842018-10-29 07:39:01.472oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143784Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-29T10:39:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: os dermatófitos afetam 40% da população mundial, e no sul do Brasil encontrase o maior número de portadores de HIV/habitante do país, sendo necessário, portanto, um controle epidemiológico desses fungos. Objetivo: determinar a prevalência dos dermatófitos na região metropolitana de Porto Alegre, Brasil, e comparar as espécies a partir dos dados dos pacientes. Métodos: foi realizado um estudo transversal com dados de pacientes atendidos em hospital de referência, no período de 1996-2011, sendo que as análises estatísticas utilizadas para cada objetivo específico do trabalho foram: regressão linear simples (determinar o comportamento da prevalência ao longo dos anos); Qui-quadrado (comparar a prevalência dos fungos entre o gênero masculino e feminino); Mann-Whitney U (comparar a idade dos pacientes entre os gêneros); Kruskal-Wallis (comparar a idade dos pacientes entre as espécies de dermatófitos); Qui-quadrado corrigido por Bonferroni (comparar a proporção étnica dos casos acometidos por cada espécie com a proporção amostral) e teste exato de Fisher/análise de resíduos (determinar as diferenças entre os locais anatômicos afetados pelos fungos). Em todas as análises, foi considerado =0,05. Resultados: foram obtidos 14.214 casos positivos no exame micológico cultural, sendo que 9.048 foram positivos para dermatófitos, o que torna este o maior estudo epidemiológico sobre dermatofitoses do país. Trichophyton rubrum ocorreu em 59,6% dos casos, seguido de T. interdigitale (34%), Microsporum canis (2,6%), Epidermophyton floccosum (1,5%), M. gypseum (1,3%), T. tonsurans (0,9%) e T. violaceum (1 caso). Para T. interdigitale, E. floccosum, T. rubrum e M. canis, os coeficientes angulares das regressões lineares foram +1,119, +0,211, -0,826 e -0,324% ao ano, respectivamente. No gênero masculino verificou-se maior prevalência de infecção (79,3% versus 54,9%), porém as mulheres acometidas apresentaram idade superior aos homens. T. interdigitale e M. canis foram mais frequentes em pacientes caucasianos, enquanto T. rubrum acometeu menos pacientes pardos do que o esperado. Tinea unguium foi a dermatofitose mais prevalente (48,5%), sendo as unhas dos pés mais acometidas do que as unhas das mãos (94,4% versus 4,1%), seguida de tinea pedis (33,1%), corporis (6,8%), cruris (5,9%), manuum (2,4%), capitis e facie (1,5% cada) e barbae (0,07%). T. rubrum foi o fungo predominante em todas as regiões do corpo, exceto no couro cabeludo, em que M. canis foi responsável por 75% dos casos. As maiores associações positivas para cada espécie foram: T. rubrum (região inguinal); T. interdigitale e E. floccosum (pele dos pés); M. canis e T. tonsurans (couro cabeludo); M. gypseum (face). Conclusão: este estudo corrobora os demais estudos da região quanto à distribuição dos dermatófitos, sendo T. rubrum a espécie mais comum. T. tonsurans apresenta baixíssima prevalência, diferentemente de outros estados brasileiros, onde esse fungo está entre os primeiros do ranking. Porém, este estudo mostrou diferença entre homens e mulheres quanto à idade e à prevalência na infecção por dermatófitos. Além disso, observamos uma diminuição na prevalência de T. rubrum e M. canis, acompanhada de um aumento de T. interdigilate e E. floccosum. Nesse sentido, é preciso haver mais estudos epidemiológicos na região para o devido acompanhamento e controle da evolução das dermatofitoses. |
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