A arte de envelhecer ativamente : articulações entre corpo, gênero e sexualidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alvarenga, Luiz Fernando Calage
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/60400
Resumo: Esta tese tematiza relações que se estabelecem entre corpo, gênero, sexualidade e envelhecimento no contexto do que se define como envelhecimento saudável, na contemporaneidade. A pesquisa fundamentou-se nos estudos culturais e de gênero aproximados da perspectiva de Michel Foucault, em articulação com alguns estudos do envelhecimento. O processo investigativo foi guiado pelas seguintes questões: como sujeitos ditos idosos/as estão (re)aprendendo a viver suas relações afetivas e sexuais na contemporaneidade e como corpo, gênero e sexualidade estão implicados nesses processos e com que efeitos? Para dar conta de tais questões foram realizados grupos focais e entrevistas semiestruturadas, dos quais participaram mulheres com idades entre 49 e 80 anos, integrantes de um programa voltado para a preparação para a aposentadoria na cidade de Caxias do Sul/RS. O material empírico produzido foi analisado na perspectiva da análise cultural. Utilizaram-se elementos da teorização foucaultiana sobre o cuidado de si, articulados com pressupostos de corpo, gênero e sexualidade como ferramentas analíticas; da análise realizada resultaram três unidades temáticas. A primeira toma como foco a articulação entre os processos de objetivação/subjetivação operados na direção de reforçar a juventude como ideal a ser perseguido/aprendido continuamente. Na segunda discutem-se as (re)aprendizagens afetivas e sexuais nas quais os sujeitos estão envolvidos, dentro de determinados limites e possibilidades. Na terceira abordam-se os modos de pensar destes sujeitos com relação ao HIV/aids e as implicações disso em suas vidas e na vida daqueles com quem eles se relacionam. A análise realizada permite defender o argumento de que a sexualidade ativamente vivida é um dos imperativos associados ao envelhecimento esperado e indicado como saudável, na contemporaneidade. Para dar conta disso, sujeitos ditos idosos/as precisam (re)aprender a viver suas relações afetivas e sexuais, sendo que esses processos são atravessados e dimensionados pelo gênero e têm o corpo como lócus central de investimentos.