Estudo comparativo dos parâmetros eletrofisiológicos da estimulação endocárdica septal com a estimulação cardíaca endocárdica convencional.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juan Carlos Pachon Mateos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.98.2012.tde-12062012-074413
Resumo: Fundamento: A estimulação endocárdica convencional do ventrículo direito em ápice ou na região subtricuspídea ocasiona grande alargamento do QRS e importante dessincronização do miocárdio comprometendo a função ventricular. Com o surgimento da estimulação bifocal do VD e com a necessidade de estimulação cardíaca menos deletéria, a estimulação septal do VD tem sido cada vez mais utilizada. Eventualmente têm sido relatados limiares de estimulação mais altos e ondas R menores na estimulação septal. Objetivo: Comparar os parâmetros eletrofisiológicos das estimulações apical e septal, no mesmo paciente, para verificar se existem diferenças que possam interferir na escolha do ponto de estimulação. Este não é um estudo de ressincronização, porém tem o objetivo de contribuir na busca de uma estimulação ventricular monofocal menos deletéria. Casuística e métodos: Estudo prospectivo controlado. Foram incluídos 25 pacientes, com 67,2 ± 9 anos, 10 (40%) mulheres, 15 (60%) homens, com indicações clássicas de marca-passo por bradiarritmias. As etiologias foram Degenerativa em 9 (36%), Insuficiência coronária em 8 (32%), Doença de Chagas em 7 (28%), e Valvopatia em 1 (4%) pacientes. Foram utilizados eletrodos de fixação ativa tanto no ápice e região subtricuspídea, como no septo IVD. Foram medidos e comparados os limiares de comando, impedância e onda R uni e bipolares no momento do implante (medida direta) e após seis meses de evolução (medida por telemetria). Resultados: No implante, as médias dos limiares de comando septais x apicais foram respectivamente 0,73 x 0,74V (unipolar) e 0,73 x 0,78V (bipolar). As médias das ondas R septais x apicais foram 10 x 9,9mV (unipolar) e 12,3 x 12,4mV (bipolar). As médias das impedâncias septais x apicais foram 579 x 621? (unipolar) e 611 x 629? (bipolar). Todas as diferenças entre parâmetros septais e apicais com teste t-pareado bicaudal foram não significativas (p > 0,1). Após seis meses do implante, as médias dos limiares de comando septais x apicais foram respectivamente 0,5 x 0,72V (unipolar) e 0,71 x 0,87V (bipolar). As médias das ondas R septais x apicais foram 11,4 x 9,5mV (unipolar) e 12 x 11,2mV (bipolar). As médias das impedâncias septais x apicais foram 423 x 426? (unipolar) e 578 x 550? (bipolar). As diferenças entre parâmetros septais e apicais após 6 meses com teste t-pareado bicaudal foram não significativas (p > 0,05), exceto quanto às médias dos limiares de estimulação unipolares septal x apical (p=0,02) com menores limiares septais. 27, Conclusão: Este estudo mostrou que não existem diferenças expressivas entre parâmetros eletrofisiológicos de estimulação septal e apical, quando comparadas no mesmo paciente. Estes dados sugerem que em relação aos parâmetros de estimulação não há restrições para a escolha da estimulação septal em ventrículo direito. Este estudo não tem o objetivo de testar a ressincronização ventricular, porém contribui na escolha de uma estimulação monofocal ventricular direita mais fisiológica e menos deletéria.