Desenho urbano climaticamente orientado: a influência da vegetação no ambiente térmico externo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Minella, Flávia Cristina Osaku
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1034
Resumo: A vegetação pode produzir efeitos positivos mensuráveis no campo térmico dos recintos urbanos. Diante das inadequações térmicas verificadas nos espaços citadinos, existe a necessidade de projetos e planos urbanos que considerem a utilização da vegetação como elemento estratégico para a criação de condições de conforto térmico em espaços abertos. Nesse sentido, a pesquisa assume relevância ao propor um índice que identifique a quantidade de cobertura vegetal necessária para reduzir a temperatura do ar em ambientes urbanos. O índice foi desenvolvido para a cidade de Curitiba, especialmente para a Avenida Sete de Setembro e a Avenida Linha Verde. Adicionalmente, são apresentados estudos pilotos para as cidades de Genebra, Paris e São Paulo. De caráter experimental, a pesquisa utiliza medições em campo para coleta de dados microclimáticos e simulação computacional com o modelo ENVI-met, o qual viabilizou a comparação entre cenários atuais e cenários alternativos. Todas as simulações foram realizadas considerando situações de verão. Os índices Temperatura Fisiológica Equivalente (PET) e Universal Thermal Climate Index (UTCI) foram utilizados para avaliar os níveis de estresse térmico na escala do pedestre. De forma geral, observou-se que a inserção de áreas arborizadas (especialmente sob copa densa) poderia reduzir o potencial de aquecimento das áreas urbanas no período diurno, com mudanças substanciais nas categorias de estresse térmico. A máxima redução na temperatura do ar conseguida foi de 2,5°C, verificada nos estudos piloto de São Paulo e Paris. Na Sete de Setembro a redução máxima de temperatura do ar foi de 1,2°C e na Linha Verde foi de 1,5°C. Verificou-se que os fatores que contribuem para reduções na temperatura ambiente são a forma de distribuição das árvores e a densidade da copa (fator relacionado à qualidade da sombra). O índice proposto (proporção entre cobertura vegetal e a área construída) pode explicar a redução média de Ta em 83,1%. A partir da aplicação do mesmo, pode-se concluir que a redução de 1°C na temperatura do ar deve ser esperada para um aumento de 49% de cobertura vegetal. Em cidades com ocorrência de ondas de calor, a vantagem de um plano de arborização é o custo relativamente baixo de implantação se considerar o benefício na redução das categorias de estresse térmico. A importância do índice (e da metodologia proposta para seu desenvolvimento) reside na possibilidade da sua aplicação no desenho urbano climaticamente orientado.