Distribuição fenotípica e a freqüência genotípica do sistema sangüíneo Duffy em pacientes com a doença de Jorge Lobo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva,Eliane A.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Rosa,Patrícia S., Belone,Andréa F. F.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de hematologia e hemoterapia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842006000400009
Resumo: A doença de Jorge Lobo é uma micose cutânea e subcutânea de evolução crônica, causada pelo Lacazia loboi. Os mecanismos envolvidos na suscetibilidade/resistência do hospedeiro frente ao agente não estão ainda elucidados, dentre eles encontra-se a constituição genética. Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a distribuição fenotípica do grupo sangüíneo Duffy em pacientes com doença de Jorge Lobo e calcular suas freqüências gênicas. Foram analisados 21 pacientes, 13 caucasóides e oito mestiços (tipo moreno claro), provenientes do estado do Acre, e 44 indivíduos, não acometidos por esta doença, habitantes da cidade de Rio Branco (AC), como grupo controle. O fenótipo Duffy foi definido pela presença dos antígenos nas hemácias pela reação de aglutinação dos eritrócitos com anti-soros anti-Fya e anti-Fyb incubando-se a 37ºC e aplicando-se o teste da antiglobulina humana. Os resultados mostram que a distribuição fenotípica do sistema Duffy nos pacientes difere significativamente daquela observada nos controles, pela alta freqüência de indivíduos com fenótipo Fy(a-b-). Observa-se claramente que os pacientes apresentam maior freqüência do alelo FY e menor do alelo FYA do que os controles. O alelo FYB (não inclui os alelos que não são expressos) tem praticamente a mesma freqüência nos dois grupos. Com relação à comparação entre distribuição do grupo sangüíneo Duffy com as formas clínicas, sugere maior número de pacientes com forma localizada da doença de Jorge Lobo apresentando um predomínio do fenótipo Fy(a-b+) seguido do fenótipo Fy(a-b-) e inexistência do fenótipo Fy(a+b-). Por outro lado, temos a forma disseminada com maior incidência de fenótipo Fy(a+b-). A forma multifocal foi menos expressiva. Desse modo, podemos inferir uma provável prevalência de fenótipo Duffy negativo na região por nós estudada e os poucos dados disponíveis até o momento tornam clara a necessidade de elaborar tabelas de freqüências fenotípicas para a população acometida pela doença de Jorge Lobo, bem como realizar pesquisas para melhor entendimento da função biológica dos antígenos do sistema Duffy.
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