Estudo das relações entre as taxas de glicose no líqüido cefalorraqueano e no sangue
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1953 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1953000400005 |
Resumo: | Com a finalidade de verificar a influência da administração intravenosa de glicose sôbre a glicorraquia, os autores, após avaliação do êrro do método de dosagem, estudaram particularmente os efeitos da injeção de glicose em três grupos de pacientes: grupo 1, constituído por 3 casos que serviram de contrôle dos resultados; grupo 2, compreendendo 5 casos com líquor normal e 5 com líquor alterado; grupo 3, composto de 10 casos com líquor normal e 10 com líquor alterado. Nos pacientes do grupo 1 não foi injetada glicose; nos do grupo 2 foram administradas 10 g de glicose; os do grupo 3 receberam 50 g de glicose. O método utilizado consistiu no seguinte: a) colheita simultânea de sangue e líquor, em jejum, para determinação dos valores iniciais; b) injeção intravenosa de glicose; c) 15, 30, 45, 60, 120, 180 e 240 minutos após a injeção, colheita de novas amostras de sangue e líquor em cada paciente. Os resultados foram submetidos à análise estatística. Foi verificado, inicialmente, que as oscilações dos valores médios obtidos nos grupos 1 e 2 eram comparáveis às devidas ao êrro experimental. Não foram significantes as diferenças entre a média inicial e os valores médios obtidos 15 e 30 minutos após a injeção de 10 g de glicose; nos pacientes que receberam 50 g de glicose, apenas após 30 minutos foi obtido um valor médio que diferia significantemente do inicial. Foram calculadas as equações de regressão linear relacionando a taxa de glicose no líquor com o momento da colheita. Foram estudados os quocienles entre as taxas de glicose no líquor e no sangue (L/S). Foi estudada a duração do efeito da injeção de glicose no grupo 3. Os autores chegaram às seguintes conclusões: 1. A injeção intravenosa de 10 g de glicose não determina alteração significativa da glicorraquia. 2. Após a administração intravenosa de 50 g de glicose, obtém-se, durante a primeira hora, uma elevação uniforme das taxas de glicorraquia, a qual é mais acentuada nos pacientes com líquor alterado, devido, provavelmente, à maior permeabilidade da barreira hemoliquórica. 3. Os quocientes L/S elevaram-se progressivamente, nos pacientes com líquor alterado, entre 15 e 120 minutos após a injeção de 10 g de glicose na veia. 4. Os quocientes L/S elevaram-se progressivamente, tanto nos pacientes com líquor normal como naqueles com líquor alterado, no período decorrente entre 15 e 120 minutos após a injeção intravenosa de 50 g de glicose; não foi significante a diferença de comportamento dos subgrupos. 5. O quociente médio entre as taxas iniciais de glicose no líquor e no sangue, em 29 casos, foi de 0,617 ± 0,129. 6. A elevação da glicorraquia após a injeção de 50 g de glicose persistiu durante 4 horas, pelo menos. 7. Não houve diferença entre os valores da glicemia e da glicorraquia obtidos antes e 24 horas após a administração intravenosa de 50 g de glicose. |
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