Conceito anátomo-fisiológico do lobo occipital
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1972 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1972000100003 |
Resumo: | Apenas do ponto de vista estritamente anatômico o lobo occipital pode ser delimitado com relativa facilidade. Aparentemente constitui uma unidade morfológica, séde de estruturas basicamente relacionados com a percepção visual, aí entendidos também certos mecanismos integrativos óculo-motores que, em última análise, não são senão componentes dêste complexo fenômeno perceptivo. Depois de revistos alguns detalhes da anatomia convencional do lobo occipital (limites, área cortical estriada, peri-estriada e para-estriada) é feita uma tentativa, à base de estudo da literatura, no sentido de indicar as principais conexões destas áreas (radiações ópticas, feixes de associação, fibras de projeção e fibras comissurais) com diferentes estruturas do sistema nervoso central. A vascularização do lobo occipital é revisada com o auxílio de preparações anátomo-radiológicas seriadas e seletivas de diferentes troncos arteriais, nas quais se constatam intercomunicações entre os setores "terminais" dos sistemas das artérias cerebral posterior, média e anterior. Algumas variações morfológicas dos cornos occipitais são também postas em evidência com recursos de técnicas anátomo-radiológicas. Todavia, dados puramente anatômicos não são suficientes para compreensão das funções psico-fisiológicas do lobo occipital que pode ser conceituado como parte de um sistema perceptivo o sistema óptico altamente complexo, funcionando integradamente com múltiplos sectores do sistema nervoso e envolvendo diferentes mecanismos. Muito provàvelmente êste sistema, à maneira de muitos outros sistemas biológicos, está composto de vários circuitos mutuamente conjugados agindo sob o princípio de servo-mecanismos, devendo sua ação ser encaixada dentro do conceito das "totalidades" (Gestalten), cuja funcionalidade não deriva da soma dos seus componentes, mas da relação funcional que estes mantém entre sí para a atuação conjunta. Como toda função superior, a função visual não pode ser estritamente localizada e resulta da integração de estruturas funcionando conjugadamente.} Melhor entendimento desta função vem sendo progressivamente favorecido mediante o estudo da patologia, dos resultados da neurocirurgia experimental, dos efeitos de certas ablações neurocirúrgicas no homem e, sobretudo, das atuais referinadas técnicas eletro-neurofisiológicas. Malgrado êstes avanços há ainda muitos aspectos mal definidos aguardando melhores elucidações. |
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