Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000600022 |
Resumo: | OBJETIVO: Estudar o grau de conhecimento e aceitação de hemocomponentes e hemoderivados, frescos e armazenados, pelas testemunhas de Jeová e propor ferramentas bioéticas para o enfrentamento de eventuais conflitos éticos e morais nas relações com médicos e dentistas. MÉTODOS: Aplicação de questionários a 150 testemunhas de Jeová que frequentam Salões do Reino no Distrito Federal, Brasil. Os questionários buscaram respostas a aspectos sociodemográficos relacionados à possível aceitação de hemocomponentes e hemoderivados pelos pesquisados, bem como a atitude dos profissionais de saúde ante à opção religiosa dos pacientes. RESULTADOS: Dos pesquisados: 74% acreditam que usar sangue provoca mais malefícios do que benefícios à saúde (fundamentação essencialmente bíblica); 96% não aceitam usar hemocomponentes, mas 76% aceitam usar hemoderivados em situações específicas, demonstrando haver entendimentos particulares sobre o tema; 80% se sentem moralmente ofendidos com o uso de sangue armazenado e apenas 45% com sangue fresco, confirmando a interpretação religiosa de que produtos frescos são em geral mais aceitos; segundo 83% dos pesquisados, seus dentistas não perguntaram a religião dos pacientes contra 71% dos médicos, demonstrando pouca preocupação dos profissionais neste aspecto. CONCLUSÃO: As testemunhas de Jeová são vistas por seus "estranhos morais" (aqui, médicos e dentistas) como religiosos que simplesmente "não aceitam sangue". Todavia, diversos tratamentos sanguíneos são hoje aceitos, o que não impede, por livre convicção, a recusa no recebimento de qualquer deles. As interpretações particulares costumam ampliar o rol de proibições e de conflitos morais, já que médicos e dentistas, além de não considerar estas particularidades, também não perguntam a religião na anamnese. |
id |
AMB-1_a8fe3ed4a9cc563f089e0638bbf9617c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0104-42302010000600022 |
network_acronym_str |
AMB-1 |
network_name_str |
Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivadosTestemunhas de JeováMedicamentos hemoderivadosSubstitutos sanguíneosBioéticaAutonomia pessoalAutonomia profissionalOBJETIVO: Estudar o grau de conhecimento e aceitação de hemocomponentes e hemoderivados, frescos e armazenados, pelas testemunhas de Jeová e propor ferramentas bioéticas para o enfrentamento de eventuais conflitos éticos e morais nas relações com médicos e dentistas. MÉTODOS: Aplicação de questionários a 150 testemunhas de Jeová que frequentam Salões do Reino no Distrito Federal, Brasil. Os questionários buscaram respostas a aspectos sociodemográficos relacionados à possível aceitação de hemocomponentes e hemoderivados pelos pesquisados, bem como a atitude dos profissionais de saúde ante à opção religiosa dos pacientes. RESULTADOS: Dos pesquisados: 74% acreditam que usar sangue provoca mais malefícios do que benefícios à saúde (fundamentação essencialmente bíblica); 96% não aceitam usar hemocomponentes, mas 76% aceitam usar hemoderivados em situações específicas, demonstrando haver entendimentos particulares sobre o tema; 80% se sentem moralmente ofendidos com o uso de sangue armazenado e apenas 45% com sangue fresco, confirmando a interpretação religiosa de que produtos frescos são em geral mais aceitos; segundo 83% dos pesquisados, seus dentistas não perguntaram a religião dos pacientes contra 71% dos médicos, demonstrando pouca preocupação dos profissionais neste aspecto. CONCLUSÃO: As testemunhas de Jeová são vistas por seus "estranhos morais" (aqui, médicos e dentistas) como religiosos que simplesmente "não aceitam sangue". Todavia, diversos tratamentos sanguíneos são hoje aceitos, o que não impede, por livre convicção, a recusa no recebimento de qualquer deles. As interpretações particulares costumam ampliar o rol de proibições e de conflitos morais, já que médicos e dentistas, além de não considerar estas particularidades, também não perguntam a religião na anamnese.Associação Médica Brasileira2010-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000600022Revista da Associação Médica Brasileira v.56 n.6 2010reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online)instname:Associação Médica Brasileira (AMB)instacron:AMB10.1590/S0104-42302010000600022info:eu-repo/semantics/openAccessAzambuja,Letícia Erig Osório deGarrafa,Volneipor2011-01-26T00:00:00Zoai:scielo:S0104-42302010000600022Revistahttps://ramb.amb.org.br/ultimas-edicoes/#https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||ramb@amb.org.br1806-92820104-4230opendoar:2011-01-26T00:00Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
title |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
spellingShingle |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados Azambuja,Letícia Erig Osório de Testemunhas de Jeová Medicamentos hemoderivados Substitutos sanguíneos Bioética Autonomia pessoal Autonomia profissional |
title_short |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
title_full |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
title_fullStr |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
title_full_unstemmed |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
title_sort |
Testemunhas de jeová ante o uso de hemocomponentes e hemoderivados |
author |
Azambuja,Letícia Erig Osório de |
author_facet |
Azambuja,Letícia Erig Osório de Garrafa,Volnei |
author_role |
author |
author2 |
Garrafa,Volnei |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Azambuja,Letícia Erig Osório de Garrafa,Volnei |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Testemunhas de Jeová Medicamentos hemoderivados Substitutos sanguíneos Bioética Autonomia pessoal Autonomia profissional |
topic |
Testemunhas de Jeová Medicamentos hemoderivados Substitutos sanguíneos Bioética Autonomia pessoal Autonomia profissional |
description |
OBJETIVO: Estudar o grau de conhecimento e aceitação de hemocomponentes e hemoderivados, frescos e armazenados, pelas testemunhas de Jeová e propor ferramentas bioéticas para o enfrentamento de eventuais conflitos éticos e morais nas relações com médicos e dentistas. MÉTODOS: Aplicação de questionários a 150 testemunhas de Jeová que frequentam Salões do Reino no Distrito Federal, Brasil. Os questionários buscaram respostas a aspectos sociodemográficos relacionados à possível aceitação de hemocomponentes e hemoderivados pelos pesquisados, bem como a atitude dos profissionais de saúde ante à opção religiosa dos pacientes. RESULTADOS: Dos pesquisados: 74% acreditam que usar sangue provoca mais malefícios do que benefícios à saúde (fundamentação essencialmente bíblica); 96% não aceitam usar hemocomponentes, mas 76% aceitam usar hemoderivados em situações específicas, demonstrando haver entendimentos particulares sobre o tema; 80% se sentem moralmente ofendidos com o uso de sangue armazenado e apenas 45% com sangue fresco, confirmando a interpretação religiosa de que produtos frescos são em geral mais aceitos; segundo 83% dos pesquisados, seus dentistas não perguntaram a religião dos pacientes contra 71% dos médicos, demonstrando pouca preocupação dos profissionais neste aspecto. CONCLUSÃO: As testemunhas de Jeová são vistas por seus "estranhos morais" (aqui, médicos e dentistas) como religiosos que simplesmente "não aceitam sangue". Todavia, diversos tratamentos sanguíneos são hoje aceitos, o que não impede, por livre convicção, a recusa no recebimento de qualquer deles. As interpretações particulares costumam ampliar o rol de proibições e de conflitos morais, já que médicos e dentistas, além de não considerar estas particularidades, também não perguntam a religião na anamnese. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000600022 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000600022 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0104-42302010000600022 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Médica Brasileira |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Médica Brasileira |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista da Associação Médica Brasileira v.56 n.6 2010 reponame:Revista da Associação Médica Brasileira (Online) instname:Associação Médica Brasileira (AMB) instacron:AMB |
instname_str |
Associação Médica Brasileira (AMB) |
instacron_str |
AMB |
institution |
AMB |
reponame_str |
Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
collection |
Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista da Associação Médica Brasileira (Online) - Associação Médica Brasileira (AMB) |
repository.mail.fl_str_mv |
||ramb@amb.org.br |
_version_ |
1754212829372612608 |