Melanoma: uma análise abrangente das características, diagnóstico e avanços no tratamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sedlmayr, Isabelle Ascania
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Dowsley, Thaís Coelho, Barcaro, Karenn Parreiras Pires, Lopes, Lícia de Lima, Vargas Junior, Alexandre Siles, Guimarães, Anita Dias, Carvalho, Lucas Franco, de Menezes, Emanuele Aluize, Ribeiro, Samia Santos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62847
Resumo: O melanoma consiste em um tumor maligno originário dos melanócitos. Caracteristicamente é muito agressivo, afetando, mais comumente, a pele, apesar de também poder envolver outros locais, como mucosa, intestino, cérebro ou úvea. Ultimamente, percebe-se um aumento em sua incidência, apesar da diminuição da mortalidade, o que é justificado pelo avanço nas técnicas diagnósticas e no manejo terapêutico. Embora possa se manifestar em qualquer idade, cerca de 50% dos casos de melanoma cutâneo recém-diagnosticados apresentam-se em pacientes com idade entre 35 e 65 anos. Sua patogênese envolve uma complexa interação entre a exposição aos fatores de risco, como raios ultravioletas, e os fatores genéticos e imunes do hospedeiro. Todavia, sabe-se que está relacionado a um DNA mutagênico de um melanócito, o qual escapa da reparação, dando origem à neoplasia. O melanoma cutâneo é subdividido em 4 tipos principais: melanoma extensivo superficial, melanoma nodular, melanoma lentigo maligno e melanoma lentiginoso acral, cada qual com suas características específicas. No que tange ao diagnóstico, a dermatoscopia pode ser utilizada para exame mais detalhado de lesões suspeitas. Contudo, sabe-se que toda lesão suspeita deve ser submetida à biópsia excisional sempre que possível, com margem de 2 mm. A biópsia incisional pode ser realizada apenas em casos de lesão muito extensa ou em áreas nobres. A análise histopatológica com índice de Breslow é fundamental para estadiamento e definição de ampliação de margens cirúrgicas. Usualmente, utiliza-se a regra do ABCDE (assimetria, bordas, cor, diâmetro e evolução) para determinação de lesão suspeita. Além disso, alguns casos requerem pesquisa de linfonodo sentinela, a fim de avaliar disseminação e determinar a conduta mais adequada. O manejo terapêutico é imprescindível, a fim de evitar evolução do quadro. Para doença localizada, a exérese total da lesão com margem cirúrgica de acordo com o Breslow é o tratamento de primeira linha. Pode-se indicar adjuvância com alfainterferona, imunoterapia e/ou terapia alvo em pacientes com mutação em BRAF. Já para doença avançada, atualmente, utiliza-se tratamento sistêmico com imunoterapia, terapia alvo-molecular ou quimioterapia, sendo que a radioterapia e a excisão cirúrgica podem ser associadas. Vale ressaltar que a exposição solar controlada e o uso de protetor solar devem ser indicados em associação a qualquer modalidade terapêutica.
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