Impactos da Endometriose em paciente com útero didelfo associada à puberdade precoce: relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bueno, Bianca Silva Espírito Santo
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Carneiro, Camila Fonseca, de Carvalho, Luana Izabela Azevedo, Pereira, Hilka Flávia Barra Espírito Santo Alves, de Oliveira, Israel Santos, da Silva, Ellen Louisy Frazão
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64689
Resumo: A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, representando cerca de 10% de mulheres em menacme. Nesse sentido, este relato de caso objetiva descrever o diagnóstico de endometriose em uma escolar com a anormalidade mulleriana. Relato de caso: Paciente KPDS, sexo feminino, apresentou, aos 8 anos, menarca associada a metrorragia, dor abdominal e lombar pré-menstrual de forte intensidade, relatando recorrentes idas ao pronto-atendimento para administração de analgésicos e escopolamina endovenosos com melhora parcial. Paciente apresenta fluxo menstrual de 7 dias com presença de coágulos e uso de 20 absorventes por dia, associado a absenteísmo escolar de 2 dias. Paciente manteve quadro de metrorragia por 2 anos. Foi realizada ultrassonografia pélvica, que mostrou imagem sugestiva de endometrioma. Realizou ainda a ressonância nuclear magnética, que mostrou útero didelfo, hematometra em cavidade endocervical esquerda, cisto unilocular em ovário direito com maior eixo 4,3 cm e hidrossalpinge de tuba uterina esquerda. No mesmo ano, foi indicado uma videohisteroscopia diagnóstica, não sendo bem-sucedida devido à bifurcação uterina. O procedimento foi convertido em laparotomia exploratória onde foi drenado hematometra em hemiútero esquerdo e descolamento de aderências tubárias esquerdas. No pós-operatório, paciente evoluiu com remissão da dismenorreia. Em dezembro de 2022, evoluiu com polimenorreia, encurtamentos dos ciclos menstruais e aumento do fluxo menstrual, sendo prescrito anticoncepcional oral para melhora do quadro clínico. Discussão: Dismenorreia e dor pélvica refratárias ao uso de AINES levantam suspeição de endometriose, sendo os exames complementares de imagem indicados e, posteriormente, a laparoscopia é considerada, visando à excisão de focos de tecidos extra-uterinos. A presença de anormalidades congênitas do sistema reprodutor é rara em pacientes com endometriose, porém é um fator predisponente de dismenorreia. A paciente em questão necessitou de intervenção cirúrgica com o objetivo de visualizar aderências e corrigi-las.  A faixa etária pediátrica, por ser um raro achado, merece exames de imagem para detecção de comorbidades e conduta intervencionista em razão do prejuízo da qualidade de vida relacionado à dor pélvica intensa. Conclusão: A endometriose é um achado raro na faixa etária pediátrica, devendo ser tratada com intervenção cirúrgica se refratária à medicação. Deve-se, ainda, suspeitar de más formações genitais e fornecer orientações gerais sobre possíveis recorrências no decorrer do período reprodutivo.
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