Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schumann,Raphael de Faria
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Barbosa,Adauto Dutra Moraes, Valete,Cristina Ortiz
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492010000100008
Resumo: OBJETIVOS: Avaliar a incidência e a gravidade da retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo (RNPT) e sua associação com a morbidade e tratamentos instituídos, no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre os anos de 2003 e 2005. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de 73 retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo, com idade gestatória (IG) igual ou menor que 32 semanas e/ou peso de nascimento (PN) igual ou menor que 1.500 g, cujo exame oftalmoscópico foi realizado entre a 4ªe a 6ªsemana de vida ou entre 32 e 36 semanas de idade gestatória corrigida. Foram registrados os seguintes dados: realização de pré-natal, tipo de parto, intercorrências na gestação e durante o parto, sexo, peso de nascimento, idade gestatória, classificação peso-idade gestacional, FiO2 máxima, tempo de uso de oxigênio, presença de persistência do canal arterial, hemorragia intracraniana, sepse, enterocolite necrosante, transfusão sanguínea no recém-nascido e uso de surfactante. O escore de gravidade utilizado foi o CRIB. RESULTADOS: Entre os casos de retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo estudados, 34 não apresentaram retinopatia da prematuridade (46,6%). Dos 53,4% que apresentaram retinopatia da prematuridade, 13 tinham retinopatia da prematuridade 1 (17,8%), 20 tinham retinopatia da prematuridade 2 (27,4%) e 6 tinham retinopatia da prematuridade 3 (8,2%). O sexo masculino correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por cento das mães realizaram pré-natal, 64% apresentaram alguma intercorrência na gestação e 38% durante o parto. O tipo de parto mais frequente foi o cesáreo (69%). Todas as retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo pertenciam à mesma classe de CRIB. Cerca de metade da amostra era de RN pequeno para a idade gestacional (49,3%). A menor IG (p<0,001) e o menor PN (p<0,001) associaram-se à ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade. Graus mais avançados de retinopatia da prematuridade associaram-se a valores médios de FiO2 mais elevados. O maior tempo médio de oxigenoterapia associou-se a maior ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade (p<0,05). O Apgar de 5º minuto não estava associado à ocorrência de retinopatia da prematuridade (p=0,743). Entre as variáveis representativas de tratamentos e morbidade, apenas a transfusão sanguínea foi incluída no modelo estudado de análise multivariada através da regressão logística hierárquica. CONCLUSÃO: Embora as características das retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo explicassem, em parte, suas influências na gênese da doença, as transfusões sanguíneas associaramse à elevada chance de ocorrência de retinopatia da prematuridade.
id CBO-2_0d3637e92a66ef194dde6aa7e2233977
oai_identifier_str oai:scielo:S0004-27492010000100008
network_acronym_str CBO-2
network_name_str Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
repository_id_str
spelling Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005Retinopatia da prematuridade/epidemiologiaRetinopatia da prematuridade/etiologiaIdade gestacionalTransfusão de sangueRecém-nascidoOBJETIVOS: Avaliar a incidência e a gravidade da retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo (RNPT) e sua associação com a morbidade e tratamentos instituídos, no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre os anos de 2003 e 2005. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de 73 retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo, com idade gestatória (IG) igual ou menor que 32 semanas e/ou peso de nascimento (PN) igual ou menor que 1.500 g, cujo exame oftalmoscópico foi realizado entre a 4ªe a 6ªsemana de vida ou entre 32 e 36 semanas de idade gestatória corrigida. Foram registrados os seguintes dados: realização de pré-natal, tipo de parto, intercorrências na gestação e durante o parto, sexo, peso de nascimento, idade gestatória, classificação peso-idade gestacional, FiO2 máxima, tempo de uso de oxigênio, presença de persistência do canal arterial, hemorragia intracraniana, sepse, enterocolite necrosante, transfusão sanguínea no recém-nascido e uso de surfactante. O escore de gravidade utilizado foi o CRIB. RESULTADOS: Entre os casos de retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo estudados, 34 não apresentaram retinopatia da prematuridade (46,6%). Dos 53,4% que apresentaram retinopatia da prematuridade, 13 tinham retinopatia da prematuridade 1 (17,8%), 20 tinham retinopatia da prematuridade 2 (27,4%) e 6 tinham retinopatia da prematuridade 3 (8,2%). O sexo masculino correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por cento das mães realizaram pré-natal, 64% apresentaram alguma intercorrência na gestação e 38% durante o parto. O tipo de parto mais frequente foi o cesáreo (69%). Todas as retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo pertenciam à mesma classe de CRIB. Cerca de metade da amostra era de RN pequeno para a idade gestacional (49,3%). A menor IG (p<0,001) e o menor PN (p<0,001) associaram-se à ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade. Graus mais avançados de retinopatia da prematuridade associaram-se a valores médios de FiO2 mais elevados. O maior tempo médio de oxigenoterapia associou-se a maior ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade (p<0,05). O Apgar de 5º minuto não estava associado à ocorrência de retinopatia da prematuridade (p=0,743). Entre as variáveis representativas de tratamentos e morbidade, apenas a transfusão sanguínea foi incluída no modelo estudado de análise multivariada através da regressão logística hierárquica. CONCLUSÃO: Embora as características das retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo explicassem, em parte, suas influências na gênese da doença, as transfusões sanguíneas associaramse à elevada chance de ocorrência de retinopatia da prematuridade.Conselho Brasileiro de Oftalmologia2010-02-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492010000100008Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v.73 n.1 2010reponame:Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)instname:Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)instacron:CBO10.1590/S0004-27492010000100008info:eu-repo/semantics/openAccessSchumann,Raphael de FariaBarbosa,Adauto Dutra MoraesValete,Cristina Ortizpor2010-05-06T00:00:00Zoai:scielo:S0004-27492010000100008Revistahttp://aboonline.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpaboonline@cbo.com.br||abo@cbo.com.br1678-29250004-2749opendoar:2010-05-06T00:00Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online) - Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)false
dc.title.none.fl_str_mv Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
title Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
spellingShingle Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
Schumann,Raphael de Faria
Retinopatia da prematuridade/epidemiologia
Retinopatia da prematuridade/etiologia
Idade gestacional
Transfusão de sangue
Recém-nascido
title_short Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
title_full Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
title_fullStr Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
title_full_unstemmed Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
title_sort Incidência e gravidade da retinopatia da prematuridade e sua associação com morbidade e tratamentos instituídos no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre 2003 a 2005
author Schumann,Raphael de Faria
author_facet Schumann,Raphael de Faria
Barbosa,Adauto Dutra Moraes
Valete,Cristina Ortiz
author_role author
author2 Barbosa,Adauto Dutra Moraes
Valete,Cristina Ortiz
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Schumann,Raphael de Faria
Barbosa,Adauto Dutra Moraes
Valete,Cristina Ortiz
dc.subject.por.fl_str_mv Retinopatia da prematuridade/epidemiologia
Retinopatia da prematuridade/etiologia
Idade gestacional
Transfusão de sangue
Recém-nascido
topic Retinopatia da prematuridade/epidemiologia
Retinopatia da prematuridade/etiologia
Idade gestacional
Transfusão de sangue
Recém-nascido
description OBJETIVOS: Avaliar a incidência e a gravidade da retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo (RNPT) e sua associação com a morbidade e tratamentos instituídos, no Hospital Universitário Antonio Pedro, entre os anos de 2003 e 2005. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de 73 retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo, com idade gestatória (IG) igual ou menor que 32 semanas e/ou peso de nascimento (PN) igual ou menor que 1.500 g, cujo exame oftalmoscópico foi realizado entre a 4ªe a 6ªsemana de vida ou entre 32 e 36 semanas de idade gestatória corrigida. Foram registrados os seguintes dados: realização de pré-natal, tipo de parto, intercorrências na gestação e durante o parto, sexo, peso de nascimento, idade gestatória, classificação peso-idade gestacional, FiO2 máxima, tempo de uso de oxigênio, presença de persistência do canal arterial, hemorragia intracraniana, sepse, enterocolite necrosante, transfusão sanguínea no recém-nascido e uso de surfactante. O escore de gravidade utilizado foi o CRIB. RESULTADOS: Entre os casos de retinopatia da prematuridade em recém-nascidos pré-termo estudados, 34 não apresentaram retinopatia da prematuridade (46,6%). Dos 53,4% que apresentaram retinopatia da prematuridade, 13 tinham retinopatia da prematuridade 1 (17,8%), 20 tinham retinopatia da prematuridade 2 (27,4%) e 6 tinham retinopatia da prematuridade 3 (8,2%). O sexo masculino correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por cento das mães realizaram pré-natal, 64% apresentaram alguma intercorrência na gestação e 38% durante o parto. O tipo de parto mais frequente foi o cesáreo (69%). Todas as retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo pertenciam à mesma classe de CRIB. Cerca de metade da amostra era de RN pequeno para a idade gestacional (49,3%). A menor IG (p<0,001) e o menor PN (p<0,001) associaram-se à ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade. Graus mais avançados de retinopatia da prematuridade associaram-se a valores médios de FiO2 mais elevados. O maior tempo médio de oxigenoterapia associou-se a maior ocorrência e gravidade da retinopatia da prematuridade (p<0,05). O Apgar de 5º minuto não estava associado à ocorrência de retinopatia da prematuridade (p=0,743). Entre as variáveis representativas de tratamentos e morbidade, apenas a transfusão sanguínea foi incluída no modelo estudado de análise multivariada através da regressão logística hierárquica. CONCLUSÃO: Embora as características das retinopatias da prematuridade em recém-nascidos pré-termo explicassem, em parte, suas influências na gênese da doença, as transfusões sanguíneas associaramse à elevada chance de ocorrência de retinopatia da prematuridade.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-02-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492010000100008
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492010000100008
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0004-27492010000100008
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Conselho Brasileiro de Oftalmologia
publisher.none.fl_str_mv Conselho Brasileiro de Oftalmologia
dc.source.none.fl_str_mv Arquivos Brasileiros de Oftalmologia v.73 n.1 2010
reponame:Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
instname:Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
instacron:CBO
instname_str Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
instacron_str CBO
institution CBO
reponame_str Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
collection Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
repository.name.fl_str_mv Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online) - Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
repository.mail.fl_str_mv aboonline@cbo.com.br||abo@cbo.com.br
_version_ 1754209026333212672