Achados oculares entre habitantes do Município de Pauiní e possível associação entre lesões corneanas e mansonelose na Amazônia
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Data de Publicação: | 1998 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27491998000600674 |
Resumo: | RESUMO Introdução: A mansonelose causada por infestação pela microfilária é encontrada no Brasil em áreas da floresta amazônica (Amazônia, Roraima) e Mato Grosso. Sua patogenicidade é discutida e em oftalmologia é referida como possível causa de prurido ocular e conjuntivite. Alterações corneanas associadas Mansonella spp. não existem na literatura. O sudoeste do estado do Amazonas está entre as regiões do Brasil ainda sem registro oftalmológico, desconhecendo-se as suas necessidades e prioridades. Objetivo: Relatar os achados oftalmológicos dos habitantes do município de Pauiní (localizado a sudoeste do estado da Amazônia, a 915 km de Manaus, a beira do rio Purus) e apresentar as lesões corneanas encontradas, possivelmente relacionadas à Mansonella, bem como verificar a porcentagem de habitantes que necessitavam de óculos. Pacientes e Métodos: Em setembro de 1997, 524 moradores de Pauini foram submetidos a exame oftalmológico. Os óculos necessários foram doados, enviados e entregues aos moradores. Quatro pacientes foram submetidos à biopsia cutânea para pesquisa de oncocercose e outros quatro à venoclise para pesquisa de mansonelose. Resultados: As ametropias foram as alterações oftalmológicas mais freqüentes nesta população. Foi indicada a prescrição de óculos em 178 (33,59%) pacientes. Destes, 21 (4%) necessitaram correção apenas para longe, 104 (20%) apenas para perto e 53 (10%) para perto e para longe. Quarenta e nove pacientes apresentaram pterígio (9,35%) e 36 (6,90%) catarata levando a baixa visual importante. Cicatriz retiniana compatível com toxoplasmose no pólo posterior causando grande perda visual esteve presente em pelo menos 6 pacientes (1%). Vinte e dois olhos de 20 pacientes (3,8%) apresentavam opacidades periféricas de córnea. Todas as lesões eram circulares, de 0,5 a 1,0 mm de diâmetro, com área translúcida de córnea entre a lesão e o limbo, sem neovascularização e sem afetar a visão, sendo bilaterais em 2 pacientes. Tracoma, oncocercose, conjuntivite cicatricial, alterações pupilares ou uveíte não foram encontradas. Nenhuma biópsia de pele foi positiva para oncocercose. Dois dos quatro pacientes submetidos a venóclise apresentavam Mansonella spp. no exame de sangue. Conclusão: A falta de óculos é a causa mais importante de baixa acuidade visual na região estudada, seguida pela catarata. As lesões corneanas sem causa conhecida e a presença de Mansonella a sugerem como possível causa das opacidades corneanas encontradas. |
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