Atividade in vitro e in vivo de fármacos pró-oxidantes sobre o Schistosoma mansoni
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18716 |
Resumo: | A esquistossomose atinge no mínimo 249 milhões de pessoas no mundo (OMS, 2014) e no Brasil de 1995 para 2010 o número de casos confirmados aumentou de 441 para 47157 (MS, 2010). As drogas usadas para o tratamento da esquistossomose mansônica são a oxamniquina e o praziquantel, os quais reduziram o número de casos, porém com decorrente surgimento de resistência do helminto e efeitos colaterais graves. Diante disto, tornam-se imprescindíveis os estudos para a busca racional de novos fármacos. Uma nova abordagem quimioterápica para esta patologia é a associação de drogas antiparasitárias com índice de seletividade elevado. A combinação de dietilditiocarbamato de sódio (DETC) e curcumina (Curc.), testada por nosso grupo contra Plasmodium falciparum, apresentou esses índices com valores bem promissores de 21,55 (DETC) e 10161,03 (Curc.). Diante dessa premissa, decidimos avaliá-la contra o Schistosoma mansoni in vitro, uma vez que ambos parasitos detoxificam o heme através da formação de cristais de hemozoína. Além disso, analisamos a atividade esquistossomicida da associação do artemeter (Arte.) e DETC, pois constatamos sinergismo com a associação da artemisinina e esse carbamato em S. masoni in vitro. Quando analisada a combinação do DETC e Curc., essa apresentou sinergismo, como na condição de 30 OM (DETC) e 40 OM (Curc.) com 100 % de morte dos vermes. Para as avaliações da combinação de DETC com Arte., foi possível observar que essa potencializou o efeito das drogas, especialmente na condição de 50 OM (DETC) e 333 OM (Arte.), ocorrendo também 100 % de morte dos vermes. Em seguida, avaliamos a produção de espécies reativas pelo aumento de fluorescência emitida por carboxi-H2DCFDA oxidada. Todas as condições apresentaram marcação fluorescente, exceto para a Curc. e, co-incubado com Ditiotreitol, a associação Curc.-DETC apresentou alta fluorescência. Posteriormente foi testado o potencial das drogas em inibir a cristalização de hemina em β- hematina, que foi evidenciada para a Curc. e o DETC em concentrações elevadas e, em associação, para todas as condições. Diante desses resultados, avaliamos as alterações ultraestruturais com o uso da microscopia eletrônica de transmissão (MET), detectando desestruturação/perda tegumentar e do tecido muscular, além de degradação do epitélio intestinal, nas condições das drogas associadas (DETC e Curc.) e do DETC a 30 OM. Com esses resultados, verificamos que as combinações são tóxicas para esplenócitos, nas condições utilizadas para avaliar o efeito helminticida in vitro. Em seguida, observamos que não houve diferença significativa da atividade de transaminases séricas em camundongos sadios tratados com a associação da Curc. e DETC, quando comparado ao controle com o solvente, bem como uma redução significativa do número de ovos obtidos em camundongos infectados e tratados com 40 mg/kg/dia (Curc.) e 50 mg/kg/dia (DETC), porém, não ocorrendo o mesmo para o número de vermes. Desta forma, estudos tanto sobre os mecanismos de ação dos fármacos em questão, quanto os seus efeitos esquistossomicidas, são válidos na tentativa de sanar esse problema de saúde pública |
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Filadelfo, Ciro RibeiroMagalhães, Lizandra GuidiDutra, Alberto Augusto NoronhaAndrade, Zilton de AraújoSantos, Marcos André Vannier dos2017-05-03T13:18:30Z2017-05-03T13:18:30Z2014FILADELFO, C. R. Atividade in vitro e in vivo de fármacos pró-oxidantes sobre o Schistosoma mansoni. 2014. 60 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa ) – Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2014.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18716A esquistossomose atinge no mínimo 249 milhões de pessoas no mundo (OMS, 2014) e no Brasil de 1995 para 2010 o número de casos confirmados aumentou de 441 para 47157 (MS, 2010). As drogas usadas para o tratamento da esquistossomose mansônica são a oxamniquina e o praziquantel, os quais reduziram o número de casos, porém com decorrente surgimento de resistência do helminto e efeitos colaterais graves. Diante disto, tornam-se imprescindíveis os estudos para a busca racional de novos fármacos. Uma nova abordagem quimioterápica para esta patologia é a associação de drogas antiparasitárias com índice de seletividade elevado. A combinação de dietilditiocarbamato de sódio (DETC) e curcumina (Curc.), testada por nosso grupo contra Plasmodium falciparum, apresentou esses índices com valores bem promissores de 21,55 (DETC) e 10161,03 (Curc.). Diante dessa premissa, decidimos avaliá-la contra o Schistosoma mansoni in vitro, uma vez que ambos parasitos detoxificam o heme através da formação de cristais de hemozoína. Além disso, analisamos a atividade esquistossomicida da associação do artemeter (Arte.) e DETC, pois constatamos sinergismo com a associação da artemisinina e esse carbamato em S. masoni in vitro. Quando analisada a combinação do DETC e Curc., essa apresentou sinergismo, como na condição de 30 OM (DETC) e 40 OM (Curc.) com 100 % de morte dos vermes. 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Desta forma, estudos tanto sobre os mecanismos de ação dos fármacos em questão, quanto os seus efeitos esquistossomicidas, são válidos na tentativa de sanar esse problema de saúde públicaSchistosomiasis affects at least 249 million people worldwide (WHO, 2014). In Brazil, from 1995 to 2010, the number of confirmed cases has increased from 441 to 47157 (MS, 2010). Drugs used for treatment of schistosomiasis are oxamniquine and praziquantel, which reduced the number of cases, however with subsequent helminthic resistance and severe side effects. In this context, it becomes essential to search for new drugs. A possible option chemotherapy for this pathology is association of high selectivity index antiparasitary drugs. The association of sodium diethylditiocarbamate (DETC) and curcumin (Curc.), tested by our group against Plasmodium falciparum, showed promising values of this index: 21.55 (DETC) and 10161.03 (Curc.). Given this premise, we decided to test them in vitro against Schistosoma mansoni, since both parasites detoxifies the heme by forming crystals of hemozoin. Furthermore, we evaluated the schistosomicidal activity of artemether (Arte.) in association with DETC, since the combination of that carbamate and artemisinin is synergistic, as previously observed by our group. DETC and curcumin association showed synergism, especially in the condition of 30 OM (DETC) and 40 OM (Curc.), killing 100% of the worms. In the evaluation of DETC-Arte. combinations it was observed that the effect of the drugs was optimized, especially in the condition of 50OM (DETC) and 333OM (Arte.), which has also killed 100% of the worms. Next, we studied the reactive species production after treatment with a qualitative test of fluorescence observation of oxidized carboxy-H2DCFDA on fluorescence microscopy. All conditions showed fluorescence, except for Curc., and in dithiothreitol coincubated, the Curc.-DETC association showed greater fluorescence. It was subsequently tested the potential of drugs to inhibit the crystallization of hemin in β- hematin, which has been shown to Curc. and DETC at high and in combination, at all concentrations concentrations. With these results, we evaluated ultrastructural alterations using electron transmission microscopy. Alterations occurred with the association of DETC-Curc. and isolated DETC at 30 OM, exhibiting disruption/loss of tegumentary and muscular tissue and degradation of the gut epithelium. Despite that, we verified that those chemotherapy combinations, in vitro, are toxic to splenocites at the conditions used for killing the helminth. After that, we checked in vivo toxicity of the drugs through quantification of serum transaminase activity. There was no significant change of the serum transaminase activity in non-infected mice treated with DETC-Curc. association; meanwhile, we observed a significant reduction in the number of eggs recovered in infected mice treated with different therapeutical regimen of this combination, however it was not detected for the number of adult worms. Thus, futher studies about the action mechanisms of the drugs and their schistosomicidal effects are required to attempt to resolve this public health problem.CAPES, CNPq, PDTIS, PP-SUS e FAPESB2018-10-30Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz. Salvador, BA, BrasilporCentro de Pesquisas Gonçalo MonizS. mansoniDietilditiocarbamatoCurcuminaArtemeterS. mansoniDiethyldithiocarbamateCurcuminArtemetherSchistosoma mansoniDietilditiocarbamatoCurcuminaAtividade in vitro e in vivo de fármacos pró-oxidantes sobre o Schistosoma mansoniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2014-10-03Coordenação de EnsinoFundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo MonizSalvador/BaPós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82991https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/18716/1/license.txt5a560609d32a3863062d77ff32785d58MD51ORIGINALCiro Ribeiro Filadelfo. Avaliação in vitro de farmacos pro-oxidantes sobre o Schistosoma mansoni.pdfCiro Ribeiro Filadelfo. 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A esquistossomose atinge no mínimo 249 milhões de pessoas no mundo (OMS, 2014) e no Brasil de 1995 para 2010 o número de casos confirmados aumentou de 441 para 47157 (MS, 2010). As drogas usadas para o tratamento da esquistossomose mansônica são a oxamniquina e o praziquantel, os quais reduziram o número de casos, porém com decorrente surgimento de resistência do helminto e efeitos colaterais graves. Diante disto, tornam-se imprescindíveis os estudos para a busca racional de novos fármacos. Uma nova abordagem quimioterápica para esta patologia é a associação de drogas antiparasitárias com índice de seletividade elevado. A combinação de dietilditiocarbamato de sódio (DETC) e curcumina (Curc.), testada por nosso grupo contra Plasmodium falciparum, apresentou esses índices com valores bem promissores de 21,55 (DETC) e 10161,03 (Curc.). Diante dessa premissa, decidimos avaliá-la contra o Schistosoma mansoni in vitro, uma vez que ambos parasitos detoxificam o heme através da formação de cristais de hemozoína. Além disso, analisamos a atividade esquistossomicida da associação do artemeter (Arte.) e DETC, pois constatamos sinergismo com a associação da artemisinina e esse carbamato em S. masoni in vitro. Quando analisada a combinação do DETC e Curc., essa apresentou sinergismo, como na condição de 30 OM (DETC) e 40 OM (Curc.) com 100 % de morte dos vermes. Para as avaliações da combinação de DETC com Arte., foi possível observar que essa potencializou o efeito das drogas, especialmente na condição de 50 OM (DETC) e 333 OM (Arte.), ocorrendo também 100 % de morte dos vermes. Em seguida, avaliamos a produção de espécies reativas pelo aumento de fluorescência emitida por carboxi-H2DCFDA oxidada. Todas as condições apresentaram marcação fluorescente, exceto para a Curc. e, co-incubado com Ditiotreitol, a associação Curc.-DETC apresentou alta fluorescência. Posteriormente foi testado o potencial das drogas em inibir a cristalização de hemina em β- hematina, que foi evidenciada para a Curc. e o DETC em concentrações elevadas e, em associação, para todas as condições. Diante desses resultados, avaliamos as alterações ultraestruturais com o uso da microscopia eletrônica de transmissão (MET), detectando desestruturação/perda tegumentar e do tecido muscular, além de degradação do epitélio intestinal, nas condições das drogas associadas (DETC e Curc.) e do DETC a 30 OM. Com esses resultados, verificamos que as combinações são tóxicas para esplenócitos, nas condições utilizadas para avaliar o efeito helminticida in vitro. Em seguida, observamos que não houve diferença significativa da atividade de transaminases séricas em camundongos sadios tratados com a associação da Curc. e DETC, quando comparado ao controle com o solvente, bem como uma redução significativa do número de ovos obtidos em camundongos infectados e tratados com 40 mg/kg/dia (Curc.) e 50 mg/kg/dia (DETC), porém, não ocorrendo o mesmo para o número de vermes. Desta forma, estudos tanto sobre os mecanismos de ação dos fármacos em questão, quanto os seus efeitos esquistossomicidas, são válidos na tentativa de sanar esse problema de saúde pública |
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