Concepções de cuidado ao usuário de crack em situação de rua
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38386 |
Resumo: | A complexidade das necessidades da população usuária de crack que faz da rua seu espaço de sobrevivência, e os impactos deste fenômeno na rede de atenção à saúde, evidenciam a necessidade de uma prática facilitadora de produção de subjetividade. É fundamental compreender as concepções de cuidado dos trabalhadores para desvendar os modelos de atenção que se colocam em disputa neste campo. Investigar e analisar concepções e práticas de cuidado em saúde dirigidas aos usuários de crack que se encontram em situação de rua e que transitam por um território do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, que tem como lócus o território de Manguinhos/RJ. A técnica de coleta foi a entrevista semiestruturada no período de 2014 a 2016. Os participantes da pesquisa foram definidos pela relevância das informações e se constituíram por onze gestores e sete trabalhadores que atuam em equipes da atenção à saúde. Para análise dos resultados foi utilizada a técnica de análise temática e elaborado uma matriz com as categorias teóricas e empíricas. Buscou-se analisar, além dos significados expressos no material, a opacidade de determinados discursos, tomando como base a interpretação como um ato no nível simbólico e o contexto histórico e social. O cuidado como categoria ontológica é concretizado na interação com o outro, remetendo a experiências e vínculos entre os sujeitos. O cuidado de si, de ocupar-se e preocupar-se consigo, muitas vezes se dilui diante do estigma ainda presente nas relações cotidianas. As relações entre as práticas de saúde e o modo como são operadas as tecnologias, e como estas podem ser aplicadas mecanicamente ou interagindo com os sujeitos, revelaram as dimensões críticas e reconstrutivas do cuidado. A análise das concepções de cuidado possibilitou compreender lógicas e modelos distintos diante do sofrimento físico ou mental desses usuários na busca de serviços de saúde. A valorização dos processos subjetivos precisa transcender aspectos normativos. É necessário ampliar a qualificação dos trabalhadores como elemento constituinte do processo de trabalho e a criação de espaços que propiciem relações que possam transformar a lógica do confinamento e da exclusão pela lógica de funcionamento em redes articuladas, que possibilite o diálogo e o respeito sobre como as pessoas andam a vida e buscam cuidar da saúde. |
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Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, que tem como lócus o território de Manguinhos/RJ. A técnica de coleta foi a entrevista semiestruturada no período de 2014 a 2016. Os participantes da pesquisa foram definidos pela relevância das informações e se constituíram por onze gestores e sete trabalhadores que atuam em equipes da atenção à saúde. Para análise dos resultados foi utilizada a técnica de análise temática e elaborado uma matriz com as categorias teóricas e empíricas. Buscou-se analisar, além dos significados expressos no material, a opacidade de determinados discursos, tomando como base a interpretação como um ato no nível simbólico e o contexto histórico e social. O cuidado como categoria ontológica é concretizado na interação com o outro, remetendo a experiências e vínculos entre os sujeitos. O cuidado de si, de ocupar-se e preocupar-se consigo, muitas vezes se dilui diante do estigma ainda presente nas relações cotidianas. As relações entre as práticas de saúde e o modo como são operadas as tecnologias, e como estas podem ser aplicadas mecanicamente ou interagindo com os sujeitos, revelaram as dimensões críticas e reconstrutivas do cuidado. A análise das concepções de cuidado possibilitou compreender lógicas e modelos distintos diante do sofrimento físico ou mental desses usuários na busca de serviços de saúde. A valorização dos processos subjetivos precisa transcender aspectos normativos. É necessário ampliar a qualificação dos trabalhadores como elemento constituinte do processo de trabalho e a criação de espaços que propiciem relações que possam transformar a lógica do confinamento e da exclusão pela lógica de funcionamento em redes articuladas, que possibilite o diálogo e o respeito sobre como as pessoas andam a vida e buscam cuidar da saúde.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. 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