Análise do processo de enquadramento na construção midiática de doença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferraz, Luiz Marcelo Robalinho
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Lerner, Kátia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17319
Resumo: A proposta deste artigo é refletir como a mídia constrói a concepção de doença. Partimos da ideia de que esse significado é criado por um processo de enquadramento, que confere sentidos através de uma interpretação dos fatos relacionados às diferentes moléstias noticiadas. Tomamos como base teórica o conceito de frame de Goffman (1974), Rosenberg (1977), Entman (1993) e Antunes (2009), bem como a noção de enquadramento de memória de Pollak (1989). A nosso ver, a dimensão dada através desses enquadramentos articula significados construídos em diferentes campos do saber, não sendo apenas determinado pelas concepções biomédicas. Selecionamos as matérias publicadas pela revista Veja entre setembro e dezembro dos anos de 1968 e de 1988, perfazendo um total de nove textos, a fim de avaliar a cobertura numa perspectiva comparativa, tendo como marco histórico e legal a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Pela análise do material, verificamos uma mudança no esquema de classificação dos acontecimentos. Em 68, o termo “medicina” foi usado como estratégia de titulação das matérias em todos os textos. Já em 88, houve uma variação dos operadores para os termos “saúde”, “comportamento” e “aids”, criando uma nova subagenda sobre doença dentro da agenda cotidiana definida pelo veículo.
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A nosso ver, a dimensão dada através desses enquadramentos articula significados construídos em diferentes campos do saber, não sendo apenas determinado pelas concepções biomédicas. Selecionamos as matérias publicadas pela revista Veja entre setembro e dezembro dos anos de 1968 e de 1988, perfazendo um total de nove textos, a fim de avaliar a cobertura numa perspectiva comparativa, tendo como marco histórico e legal a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Pela análise do material, verificamos uma mudança no esquema de classificação dos acontecimentos. Em 68, o termo “medicina” foi usado como estratégia de titulação das matérias em todos os textos. Já em 88, houve uma variação dos operadores para os termos “saúde”, “comportamento” e “aids”, criando uma nova subagenda sobre doença dentro da agenda cotidiana definida pelo veículo.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Laboratório de Comunicação e Saúde. Observatório Saúde na Mídia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porFundação Oswaldo Cruz. 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