Trajetória de formação dos trabalhadores de saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS) de Betim/MG

• Autor(a) principal: Faria, Dirley Lellis dos Santos
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Modena, Celina Maria
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38232
• topic: Reforma sanitária; Reforma psiquiátrica; Saúde pública

A Reforma Sanitária e a Reforma Psiquiátrica trouxeram importantes mudanças para a Saúde Pública, modificando as instituições e suas práticas e inscrevendo novas formas de promover saúde e produzi-la. Algumas experiências foram pioneiras no Brasil, entre elas, a experiência de Betim que implantou, a partir da década de 90, uma rede de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico. Compreender e analisar criticamente os processos de produção de conhecimentos e de educação permanente nos serviços de saúde mental de Betim. A pesquisa se desenvolveu a partir do referencial hermenêutico dialético e da Atenção Psicossocial, buscando os sentidos e os significados atribuídos ao processo de educação permanente pelos trabalhadores e relacionando tais sentidos e significados às conjunturas e contextos de trabalho. Foram realizadas 20 entrevistas narrativas e um grupo focal com 10 profissionais de diferentes categorias e tempo de serviço. A aprendizagem do cuidado de pessoas com sofrimento mental em Betim se deu no cotidiano, no “corpo a corpo” com os usuários e com a equipe multiprofissional. Nos serviços substitutivos foram criados dispositivos que viabilizam esse aprendizado (reuniões de equipe, oficinas, supervisão, fóruns, matriciamento, etc.). Esses dispositivos foram avaliados como recursos importantes para garantir trabalhadores preparados para escutar e entender a existência-sofrimento, bem como para respeitar as diferenças e favorecer a inclusão social. Entretanto, os trabalhadores percebem que a precarização das condições trabalho está ameaçando os espaços de formação, bem como a sustentação desse projeto. A educação permanente é uma recomendação para a efetivação de práticas psicossociais, sendo imprescindível a sustentação de estratégias que contemplem de forma inventiva o tripé teoria-prática-autocuidado e possibilitem o trabalho em rede em seus diversos níveis. Para tanto, os profissionais necessitam de espaço/tempo para que possam refletir sobre os desafios e dificuldades do trabalho, de forma coletiva e democrática.