Avaliação dos métodos diagnósticos e terapêuticos de lesões precursoras de câncer e câncer do colo uterino em serviço de referência secundária de Mato Grosso do Sul

• Autor(a) principal: Paniago, Mauricio Lima
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48523
• topic: Lesões Intraepiteliais Escamosas Cervicais; Teste de Papanicolaou; Colposcopi; Histopatologia; Neoplasias do Colo do Útero; Cervical Squamous Intraepithelial Lesions; Pap Smear; Colposcopy; Histopathology; Uterine Cervical Neoplasms; Lesões Intraepiteliais Escamosas Cervicais; Teste de Papanicolaou; Colposcopi; Neoplasias do Colo do ÚteroTerapias; Assistência Integral à Saúde; Estudos de Avaliação; Análise Quantitativa; Estudo Observacional; Estudos Transversais; Epidemiologia Analítica; Técnicas e Procedimentos Diagnósticos; Infecções Por Papillomavirusepidemiologiadiagnósticoprevenção & controle

O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Em Mato Grosso do Sul representa o segundo tipo de câncer mais comum na população feminina. A Rede de Atenção à Saúde da mulher, coordenada pela Estratégia de Saúde da Família tem um papel primordial no controle dessa doença. Exames como citologia, colposcopia e histologia, fazem parte da propedêutica para o diagnóstico de lesões precursoras (LP) de câncer e câncer do colo uterino. A ocorrência de resultados de exames diagnósticos discordantes pode propiciar condutas inadequadas, por exemplo, tratamentos cirúrgicos excessivos ou a não realização de tratamentos cirúrgicos oportunos. Com o objetivo de avaliar os métodos diagnósticos e terapêuticos de LP e câncer do colo de útero de pacientes atendidas no Serviço de Patologia Cervical do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, foi realizado um estudo com pacientes atendidas entre setembro de 2015 a setembro de 2018. A amostra estudada foi de 138 pacientes selecionadas por amostragem sistemática. Variáveis sócio demográficas, clínicas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos foram obtidas dos prontuários clínicos. Sobretratamento foi definido como procedimento terapêutico cuja análise histológica resultou normal ou neoplasia intraepitelial cervical grau 1 (NIC 1). As concordâncias entre os exames diagnósticos foram analisadas pelo coeficiente kappa ponderado. As pacientes tinham idade variando de 20 a 80 anos (mediana de 37). Biópsia, eletrocauterização excisão e amputação do colo do útero foram realizadas em 133 (97,8%), 7 (5,1%), 86 (62,3%) e 2 (1,5%) pacientes respectivamente. Quatorze (10,1%) pacientes foram submetidas à histerectomia por LP ou câncer de colo. Os mais frequentes resultados da citologia foram lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) (73-52,9%) e de baixo grau (LSIL) (30-21,7%). Das 136 pacientes que foram submetidas a algum procedimento para histologia, os diagnósticos histológicos mais frequentes foram de NIC 2 (38-27,9%) e câncer (30-22,1%). Dos pares de exames analisados observou-se concordância, porém com níveis considerados fracos, entre citologia vs histologia de biópsia (kappa=0,151; p=0,011), colposcopia vs histologia de biópsia (kappa=0,205; p=0,001) e histologia de biópsia vs histologia de excisão (kappa=0,266; p=0,014). A taxa de sobretratamento foi de 16,3% das excisões e de 35,7% das histerectomias. A fraca concordância entre exames, assim como as taxas de sobretratamento observadas revelam desafios do controle de câncer de colo de útero, apontando para a necessidade de implementação de novas estratégias.