Sigatoka Negra no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CORDEIRO, Z. J. M.
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: SILVA, S. de O. e, PEREIRA, J. C. R., COELHO, A. F. S.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1074506
Resumo: A Sigatoka Negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet (fase sexuada) ou Paracercospora fijiensis Morelet (fase anamorfica), e a mais grave doenca da bananeira no mundo. A sua similar, a Sigatoka Amarela, ja esta presente no Brasil desde a decada de quarenta. Nas regioes onde a Sigatoka Negra foi constatada, ela suplantou a Amarela, que passou a ter importancia secundaria. Isto se deve a maior agressividade da Sigatoka Negra em relacao a Amarela implicando em aumento significativo de perdas, que podem chegar a 100% da producao, onde o controle nao e realizado. Outro efeito imediato provocado pela presenca desta doenca e o aumento do custo de controle em funcao, basicamente, do maior numero de aplicacoes anuais de fungicidas, requeridas para o controle da Sigatoka negra que na America Central, tem chegado a 40, ou seja, quatro vezes mais do que o utilizado para a Sigatoka Amarela. Outro fator agravante e o aumento do espectro de variedades atingidas pela doenca, que avanca tambem sobre platanos, cultivados principalmente por pequenos produtores das Regioes Norte e Nordeste. Diante da importancia internacional da doenca, ja nos objetivos iniciais do Programa de Melhoramento Genetico de Banana, conduzido na Embrapa-Mandioca e Fruticultura desde 1982, se previa a obtencao de cultivares resistentes a Sigatoka Negra, meta que tem sido alcancada pela selecao de hibridos e cultivares resistentes a doenca. Um exemplo e o tetraploide PV03-44, obtido pelo CNPMF, e selecionado para resistencia a Sigatoka Negra na Costa Rica, mediante acordo Embrapa/CATIE/Ini-bap. Selecionou-se tambem a cultivar Caipira a partir do Germoplasma disponivel no CNPMF, da qual ja se conhecia a resistencia a Sigatoka Negra. Ato continuo, esses genotipos e outros mais vem sendo avaliados no Estado do Amazonas, mediante cooperacao Embrapa Mandioca e Fruticultura e Embrapa Amazonia Ocidental, que decidiram pela recomendacao dos dois genotipos (PV03-44 e Caipira), para cultivo na regiao, o que devera ocorrer em agosto proximo. Vale salientar ainda, que os mesmos alem de resistentes a Sigatoka Negra, sao tambem resistentes a Sigatoka Amarela e ao Mal do Panama, doencas de grande importancia para o Estado e a regiao. No tocante ao cultivo da banana no pais, esta e a segunda fruta mais importante, sendo produzido anualmente em torno de 6 milhoes de toneladas numa area aproximada de 520.000 hectares, colocando o Brasil como o segundo produtor mundial. Sua importancia estende-se a fixacao do homem no campo, fonte continua de alimento e de renda, haja vista sua producao durante todo o ano. Para alguns Estados destaca-se como um dos principais produtos agricolas geradores de emprego e renda. Entre as cultivares mais plantadas estao a Prata, Pacovan, Maca, Grand Naine, Nanicao e Terra, todas suscetiveis a Sigatoka Negra. Para o Estado do Amazonas, especificamente, a banana constitui-se na fruta de maior consumo. A despeito do que ocorre em outras regioes tropicais onde predominam populacoes carentes, ela deixa de exercer o papel de fruta para constituir-se em alimento basico. Nao obstante, devido a limitacoes de carater tecnico, principalmente no que se refere ao aspecto fitossanitario, a producao tem sido incipiente o que obriga a realizar-se importancoes constantes para suprir a demanda interna. Em geral, alem de atender as necessidades alimentares das populacoes rurais, a banana constitui-se em capital de giro na medida em que o agricultor promove a colheita dos frutos sempre que necessita de recursos para a aquisicao de outros bens, como medicamento, por exemplo, independentemente do estadio ideal de colheita dos frutos.
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