Heterogeneidade de ecossistemas, modelos de desequilíbrio e distúrbios
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biodiversidade Brasileira |
Texto Completo: | https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/135 |
Resumo: | A concepção de que os ecossistemas são homogêneos no espaço e no tempo e que, por isso, deveriam ser isolados de qualquer mudança, foi uma das principais razões para a exclusão total do fogo em áreas protegidas com ecossistemas propensos a esse elemento em vários países, há algumas décadas. Nessa concepção, os distúrbios naturais não eram e, em alguns casos, ainda não são bem compreendidos ou aceitos na gestão de áreas protegidas. Atualmente, o paradigma da heterogeneidade adotado na ecologia tem requerido o papel do fogo como fator que influencia as variações no espaço e no tempo, na busca por condições que seriam “naturais” em alguns ecossistemas, como as savanas. A frequência de fogo em áreas protegidas no Brasil tem sido elevada e, portanto, estressante, considerando que essa perturbação traz vários impactos negativos para a biota. Da mesma forma, em ecossistemas naturalmente não propensos ao fogo, como as formações florestais, a ocorrência desse elemento é extremamente negativa para a conservação biológica. Por outro lado, a exclusão total do fogo pode diminuir a heterogeneidade da vegetação, como observado em formações campestres e savânicas. A implantação do manejo de fogo em uma área protegida, com ecossistemas naturalmente propensos, deve ser baseada fundamentalmente em pesquisas de monitoramento sobre os efeitos do fogo na biota local e ter como fundamento básico a exclusão de incêndios sem controle. Regras gerais de regime de fogo não podem ser aplicadas para as áreas protegidas com ecossistemas propensos porque as diferentes fitofisionomias, o histórico de cada área, o grau de antropização do entorno, a ocorrência de espécies invasoras e exóticas, os padrões de conectividade dos fragmentos e a fauna associada podem influenciar fortemente os resultados do manejo do fogo. Além disso, as áreas protegidas com forte processo de insularização, circundadas por áreas urbanas, estradas, pastagens e grandes monoculturas, tornam o manejo do fogo para conservação biológica um desafio ainda mais difícil, considerando que as queimadas para manejo podem resultar em impactos negativos devido às interações com outros impactos antrópicos, demandando um elevado esforço de monitoramento. Palavras-chave: biodiversidade; distúrbio; ecologia de ecossistemas; regime de fogo. |
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A concepção de que os ecossistemas são homogêneos no espaço e no tempo e que, por isso, deveriam ser isolados de qualquer mudança, foi uma das principais razões para a exclusão total do fogo em áreas protegidas com ecossistemas propensos a esse elemento em vários países, há algumas décadas. Nessa concepção, os distúrbios naturais não eram e, em alguns casos, ainda não são bem compreendidos ou aceitos na gestão de áreas protegidas. Atualmente, o paradigma da heterogeneidade adotado na ecologia tem requerido o papel do fogo como fator que influencia as variações no espaço e no tempo, na busca por condições que seriam “naturais” em alguns ecossistemas, como as savanas. A frequência de fogo em áreas protegidas no Brasil tem sido elevada e, portanto, estressante, considerando que essa perturbação traz vários impactos negativos para a biota. Da mesma forma, em ecossistemas naturalmente não propensos ao fogo, como as formações florestais, a ocorrência desse elemento é extremamente negativa para a conservação biológica. Por outro lado, a exclusão total do fogo pode diminuir a heterogeneidade da vegetação, como observado em formações campestres e savânicas. A implantação do manejo de fogo em uma área protegida, com ecossistemas naturalmente propensos, deve ser baseada fundamentalmente em pesquisas de monitoramento sobre os efeitos do fogo na biota local e ter como fundamento básico a exclusão de incêndios sem controle. Regras gerais de regime de fogo não podem ser aplicadas para as áreas protegidas com ecossistemas propensos porque as diferentes fitofisionomias, o histórico de cada área, o grau de antropização do entorno, a ocorrência de espécies invasoras e exóticas, os padrões de conectividade dos fragmentos e a fauna associada podem influenciar fortemente os resultados do manejo do fogo. Além disso, as áreas protegidas com forte processo de insularização, circundadas por áreas urbanas, estradas, pastagens e grandes monoculturas, tornam o manejo do fogo para conservação biológica um desafio ainda mais difícil, considerando que as queimadas para manejo podem resultar em impactos negativos devido às interações com outros impactos antrópicos, demandando um elevado esforço de monitoramento. Palavras-chave: biodiversidade; distúrbio; ecologia de ecossistemas; regime de fogo. |
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