Ilhas fluviais são ilhas "verdadeiras" para os mamíferos? Respostas das espécies às mudanças na estrutura espacial da paisagem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12045 http://lattes.cnpq.br/5351330534364245 |
Resumo: | Desde a publicação da teoria da biogeografia de ilhas, a ideia de que manchas de habitat são comparáveis a ilhas oceânicas popularizou-se na ecologia e, mais tarde, na biologia da conservação. Mais recentemente, surge a ecologia da paisagem, a qual busca explicar a relação entre os padrões espaciais de estrutura da paisagem e os processos ecológicos. Um dos padrões espaciais mais estudados é a relação espécie-área (REA), a qual prevê que áreas maiores devem conter maior riqueza de espécies. Porém, a constatação desses efeitos pode estar enviesada se o número de espécies em uma ilha ou parcela (fragmento) de habitat aumentar somente em decorrência do incremento da área amostrada ao invés de ser influenciado pelo tamanho da mancha per se. Em decorrência desse debate, recentemente foi proposto que a quantidade de habitat na paisagem local do entorno das manchas simplifica os efeitos do seu tamanho e isolamento e, por isso, deve ser o principal fator determinante da distribuição de espécies em sistemas de manchas. Os objetivos desse trabalho foram: (i) testar se a REA de mamíferos habitando ilhas fluviais na região do médio-Solimões, Amazônia Central, ocorre devido a um efeito de ilha ou a um artefato amostral; (ii) avaliar os efeitos independentes da quantidade de habitat na paisagem e do tamanho da ilha na riqueza de espécies estimada por um esforço amostral padronizado; e (iii) analisar como a quantidade de habitat e a resistência da matriz ao fluxo biológico na paisagem estão relacionados com a composição de espécies das ilhas. Para isso, registrou-se a ocorrência de mamíferos em 15 ilhas fluviais, cujas paisagens foram caracterizadas espacialmente a partir de imagens de satélite. A REA de mamíferos nas ilhas foi explicada somente pelo efeito da área amostral e o seu padrão não se manteve quando a riqueza de espécies foi estimada em amostras de tamanho padronizado, independente do tamanho da ilha. A quantidade de habitat na paisagem local foi capaz de prever a riqueza de espécies estimada por um esforço amostral padronizado, bem como o padrão de estrutura da assembleia de mamíferos nas ilhas. Por outro lado, a resistência da matriz não apresentou relação com a composição de espécies de mamíferos nas ilhas. Embora as ilhas fluviais estudadas representem áreas de terra isoladas por uma matriz de água, elas não podem ser consideradas ilhas "verdadeiras" sob a perspectiva de equilíbrio do modelo de MacArthur-Wilson. Em suma, esse estudo suporta a hipótese de que a quantidade de habitat explica a distribuição de mamíferos nas ilhas fluviais do médio-Solimões. |
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Rabelo , Rafael MagalhãesBicca-Marques, Júlio CésarAragon, SusanNelson, Bruce Walker2020-02-17T18:04:09Z2020-02-17T18:04:09Z2016-03-24https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12045http://lattes.cnpq.br/5351330534364245Desde a publicação da teoria da biogeografia de ilhas, a ideia de que manchas de habitat são comparáveis a ilhas oceânicas popularizou-se na ecologia e, mais tarde, na biologia da conservação. Mais recentemente, surge a ecologia da paisagem, a qual busca explicar a relação entre os padrões espaciais de estrutura da paisagem e os processos ecológicos. Um dos padrões espaciais mais estudados é a relação espécie-área (REA), a qual prevê que áreas maiores devem conter maior riqueza de espécies. Porém, a constatação desses efeitos pode estar enviesada se o número de espécies em uma ilha ou parcela (fragmento) de habitat aumentar somente em decorrência do incremento da área amostrada ao invés de ser influenciado pelo tamanho da mancha per se. Em decorrência desse debate, recentemente foi proposto que a quantidade de habitat na paisagem local do entorno das manchas simplifica os efeitos do seu tamanho e isolamento e, por isso, deve ser o principal fator determinante da distribuição de espécies em sistemas de manchas. Os objetivos desse trabalho foram: (i) testar se a REA de mamíferos habitando ilhas fluviais na região do médio-Solimões, Amazônia Central, ocorre devido a um efeito de ilha ou a um artefato amostral; (ii) avaliar os efeitos independentes da quantidade de habitat na paisagem e do tamanho da ilha na riqueza de espécies estimada por um esforço amostral padronizado; e (iii) analisar como a quantidade de habitat e a resistência da matriz ao fluxo biológico na paisagem estão relacionados com a composição de espécies das ilhas. Para isso, registrou-se a ocorrência de mamíferos em 15 ilhas fluviais, cujas paisagens foram caracterizadas espacialmente a partir de imagens de satélite. A REA de mamíferos nas ilhas foi explicada somente pelo efeito da área amostral e o seu padrão não se manteve quando a riqueza de espécies foi estimada em amostras de tamanho padronizado, independente do tamanho da ilha. A quantidade de habitat na paisagem local foi capaz de prever a riqueza de espécies estimada por um esforço amostral padronizado, bem como o padrão de estrutura da assembleia de mamíferos nas ilhas. Por outro lado, a resistência da matriz não apresentou relação com a composição de espécies de mamíferos nas ilhas. Embora as ilhas fluviais estudadas representem áreas de terra isoladas por uma matriz de água, elas não podem ser consideradas ilhas "verdadeiras" sob a perspectiva de equilíbrio do modelo de MacArthur-Wilson. Em suma, esse estudo suporta a hipótese de que a quantidade de habitat explica a distribuição de mamíferos nas ilhas fluviais do médio-Solimões.After the publication of the theory of island biogeography, the idea that habitat patches are comparable to oceanic islands have popularized in ecology, and later in conservation biology. The discipline of landscape ecology came afterward, studying the relationship between spatial patterns of landscape structure and ecological processes. One such pattern is the species-area relationship (SAR), which predicts that larger areas will contain more species. However, the patch size effects may be biased if the number of species in a given island or fragment increase only due the increment of the sampled area, instead of a patch size effect per se. Recently, it has been proposed that the amount of habitat in the local landscape simplifies both patch size and isolation effects and, consequently, it should be the main driver of species distribution in patchy systems. This study aimed to: (i) test if SAR from mammals inhabiting fluvial islands in the middle-Solimões River region, in Central Amazon, occurs due to an island effect or to a sample area effect; (ii) evaluate the independent effects of habitat amount in landscape and island size on species richness estimated by a standardized sampling effort; and (iii) analyze how habitat amount in landscape and matrix resistance are related to species composition. For this, the occurrence of mammals in fluvial islands was registered on 15 islands, and the landscapes surrounding the islands were characterized based on satellite images. The sample area effect alone explained the SAR found in the islands, and the relationship did not remain after species richness being accessed by standardized sampling effort. Habitat amount in the local landscape was able to predict the species richness estimated by standardized sample effort, and was also related to the species composition pattern. On the other hand, matrix resistance was not correlated with species composition. Even if islands are considered literally as true islands, i.e. portions of land surrounded by water, these findings suggest that these islands may not be considered as "real" islands under the equilibrium perspective of MacArthur-Wilson model. These findings support the hypothesis that habitat amount in landscape explains the distribution of mammal species in the fluvial islands of middle-Solimões region.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEcologia de comunidadesHábitat para mamíferosIlhas fluviaisIlhas fluviais são ilhas "verdadeiras" para os mamíferos? Respostas das espécies às mudanças na estrutura espacial da paisageminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertacao_INPA.pdfDissertacao_INPA.pdfapplication/pdf2069434https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12045/1/Dissertacao_INPA.pdf555dfac310c54bb52047ef2d2b1fde88MD511/120452020-03-16 15:57:00.049oai:repositorio:1/12045Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-16T19:57Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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