Incêndios rasteiros em florestas sazonalmente alagáveis por água preta na Amazônia: carga de combustível e recuperação lenta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Flores, Bernardo Monteiro
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11956
http://lattes.cnpq.br/0959644265911854
Resumo: O fogo é um dos principais instrumentos de desmatamento na Amazônia. No entanto, apesar de sofrerem pouca pressão antrópica, as florestas de igapó e campinarana, ambas sazonalmente alagáveis pelas águas pretas e ácidas do Rio Negro e tributários, são altamente inflamáveis na estação seca. Em de imagens de satélite e observações em campo, essas florestas apresentam uma maior suscetibilidade à propagação do fogo e mortalidade de árvores do que florestas de terra firme adjacentes. Medimos as diferenças na quantidade de combustível entre os três tipos florestais para comparar a suscetibilidade ao fogo. Avaliamos também a influencia da porcentagem de areia no solo e do tempo de inundação no acumulo de combustível no igapó. A regeneração da estrutura florestal em igapós queimados foi inferida a partir do índice de vegetação Enhanced Vegetation Index (EVI) e inventários de campo. O EVI de uma queimada de 2.6 Kha foi acompanhado por 10 anos e foi medida a área basal em duas cicatrizes de igapós queimados à 11 e 15 anos. Nossos resultados confirmam que as florestas de campinarana e igapó são mais inflamáveis por possuírem maiores quantidades de combustível, principalmente húmus, liteira fina e raízes finas. Somente no igapó, combustíveis finos (< 8cm) foram observados em grandes quantidades. Essas florestas passam quase a metade do ano alagadas e sob alta precipitação, o que justifica a importância desses combustíveis finos na suscetibilidade ao fogo. Além disso, o EVI mostrou ser uma ferramenta adequada para avaliar a regeneração de florestas alagáveis. Os igapós queimados utilizados nesse estudo mostraram uma resiliência extremamente baixa, com muito pouca regeneração mais de dez anos após uma única passagem do fogo.
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