Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Renata de Araújo Coelho
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: José Renato Salviato, Tânia Mara Volpe Miele, Rogério Scandiuzzi
Tipo de documento: Artigo Outros
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
Texto Completo: https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/492
Resumo: A aplicação de técnicas de genética e de biologia molecular representa significativa contribuição para a identificação humana e investigações criminais, a partir do armazenamento de perfis genéticos. No Brasil, país que ocupa a sexta posição no ranking de taxas de homicídios, com apenas 20% de apuração de crimes, foi instituído o Banco Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, a partir da Lei n° 12.654/12, regulamentada pelo Decreto n° 7.950/13. Esta pesquisa contempla a análise do cenário atual em termos de criminalidade no Brasil e adoção dos citados dispositivos legais, em face dos princípios de bioética médica conhecidos por Autonomia e Não Maleficência. Há críticas no sentido de que o Princípio da Autonomia é ferido, na medida em que a atual legislação permite a coleta compulsória de material genético, afetando outro princípio, constitucional, de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Na mesma linha há a preocupação relativamente ao uso inadequado das informações contidas naquele Banco de Dados, o que, todavia, representa um cuidado adotado pelo legislador. Outro princípio da bioética que necessariamente deve ser rigorosamente observado, até porque representa exigência moral da profissão médica, é o da Não Maleficência. Significa dizer que a coleta compulsória de material genético deve afastar qualquer risco de dano e, por óbvio, de vida. Assim, há de se concluir que a adoção de bancos de DNA representa importante meio de prova para afastar incertezas, seja na identificação criminal, seja na identificação de pessoas desaparecidas.
id IPEBJ_2920936f84c7e73de53011aed52fdcd2
oai_identifier_str oai:bjfs:article/492
network_acronym_str IPEBJ
network_name_str Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
spelling Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no BrasilData baseBanco de DadosDNADNA, CriminosoCriminal, No maleficence principlePrincípio da Não MaleficênciaAutonomy principlePrincípio da AutonomiaA aplicação de técnicas de genética e de biologia molecular representa significativa contribuição para a identificação humana e investigações criminais, a partir do armazenamento de perfis genéticos. No Brasil, país que ocupa a sexta posição no ranking de taxas de homicídios, com apenas 20% de apuração de crimes, foi instituído o Banco Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, a partir da Lei n° 12.654/12, regulamentada pelo Decreto n° 7.950/13. Esta pesquisa contempla a análise do cenário atual em termos de criminalidade no Brasil e adoção dos citados dispositivos legais, em face dos princípios de bioética médica conhecidos por Autonomia e Não Maleficência. Há críticas no sentido de que o Princípio da Autonomia é ferido, na medida em que a atual legislação permite a coleta compulsória de material genético, afetando outro princípio, constitucional, de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Na mesma linha há a preocupação relativamente ao uso inadequado das informações contidas naquele Banco de Dados, o que, todavia, representa um cuidado adotado pelo legislador. Outro princípio da bioética que necessariamente deve ser rigorosamente observado, até porque representa exigência moral da profissão médica, é o da Não Maleficência. Significa dizer que a coleta compulsória de material genético deve afastar qualquer risco de dano e, por óbvio, de vida. Assim, há de se concluir que a adoção de bancos de DNA representa importante meio de prova para afastar incertezas, seja na identificação criminal, seja na identificação de pessoas desaparecidas.IPEBJ2013-12-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionRevisãoinfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdfhttps://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/49210.17063/bjfs2(3)y2013317Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics; v. 2 n. 3 (2013): Volume 2 - Número 3; 317-325Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics; Vol. 2 No. 3 (2013): Volume 2 - Número 3; 317-3252237-261Xreponame:Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethicsinstname:Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ)instacron:IPEBJporhttps://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/492/483Renata de Araújo CoelhoJosé Renato SalviatoTânia Mara Volpe MieleRogério Scandiuzziinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-04-22T12:22:57Zoai:bjfs:article/492Revistahttps://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/homePRIhttps://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/oai2237-261X2237-261Xopendoar:2021-04-22 12:22:57.781Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics - Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
title Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
spellingShingle Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
Renata de Araújo Coelho
Data base
Banco de Dados
DNA
DNA, Criminoso
Criminal, No maleficence principle
Princípio da Não Maleficência
Autonomy principle
Princípio da Autonomia
title_short Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
title_full Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
title_fullStr Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
title_full_unstemmed Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
title_sort Uma Perspectiva Bioética sobre a Criação de Banco de Dados de Perfis Genéticos para Investigações Criminais no Brasil
author Renata de Araújo Coelho
author_facet Renata de Araújo Coelho
José Renato Salviato
Tânia Mara Volpe Miele
Rogério Scandiuzzi
author_role author
author2 José Renato Salviato
Tânia Mara Volpe Miele
Rogério Scandiuzzi
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Renata de Araújo Coelho
José Renato Salviato
Tânia Mara Volpe Miele
Rogério Scandiuzzi
dc.subject.por.fl_str_mv Data base
Banco de Dados
DNA
DNA, Criminoso
Criminal, No maleficence principle
Princípio da Não Maleficência
Autonomy principle
Princípio da Autonomia
topic Data base
Banco de Dados
DNA
DNA, Criminoso
Criminal, No maleficence principle
Princípio da Não Maleficência
Autonomy principle
Princípio da Autonomia
dc.description.none.fl_txt_mv A aplicação de técnicas de genética e de biologia molecular representa significativa contribuição para a identificação humana e investigações criminais, a partir do armazenamento de perfis genéticos. No Brasil, país que ocupa a sexta posição no ranking de taxas de homicídios, com apenas 20% de apuração de crimes, foi instituído o Banco Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, a partir da Lei n° 12.654/12, regulamentada pelo Decreto n° 7.950/13. Esta pesquisa contempla a análise do cenário atual em termos de criminalidade no Brasil e adoção dos citados dispositivos legais, em face dos princípios de bioética médica conhecidos por Autonomia e Não Maleficência. Há críticas no sentido de que o Princípio da Autonomia é ferido, na medida em que a atual legislação permite a coleta compulsória de material genético, afetando outro princípio, constitucional, de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Na mesma linha há a preocupação relativamente ao uso inadequado das informações contidas naquele Banco de Dados, o que, todavia, representa um cuidado adotado pelo legislador. Outro princípio da bioética que necessariamente deve ser rigorosamente observado, até porque representa exigência moral da profissão médica, é o da Não Maleficência. Significa dizer que a coleta compulsória de material genético deve afastar qualquer risco de dano e, por óbvio, de vida. Assim, há de se concluir que a adoção de bancos de DNA representa importante meio de prova para afastar incertezas, seja na identificação criminal, seja na identificação de pessoas desaparecidas.
description A aplicação de técnicas de genética e de biologia molecular representa significativa contribuição para a identificação humana e investigações criminais, a partir do armazenamento de perfis genéticos. No Brasil, país que ocupa a sexta posição no ranking de taxas de homicídios, com apenas 20% de apuração de crimes, foi instituído o Banco Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, a partir da Lei n° 12.654/12, regulamentada pelo Decreto n° 7.950/13. Esta pesquisa contempla a análise do cenário atual em termos de criminalidade no Brasil e adoção dos citados dispositivos legais, em face dos princípios de bioética médica conhecidos por Autonomia e Não Maleficência. Há críticas no sentido de que o Princípio da Autonomia é ferido, na medida em que a atual legislação permite a coleta compulsória de material genético, afetando outro princípio, constitucional, de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Na mesma linha há a preocupação relativamente ao uso inadequado das informações contidas naquele Banco de Dados, o que, todavia, representa um cuidado adotado pelo legislador. Outro princípio da bioética que necessariamente deve ser rigorosamente observado, até porque representa exigência moral da profissão médica, é o da Não Maleficência. Significa dizer que a coleta compulsória de material genético deve afastar qualquer risco de dano e, por óbvio, de vida. Assim, há de se concluir que a adoção de bancos de DNA representa importante meio de prova para afastar incertezas, seja na identificação criminal, seja na identificação de pessoas desaparecidas.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-12-19
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Revisão
info:eu-repo/semantics/other
format article
other
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/492
10.17063/bjfs2(3)y2013317
url https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/492
identifier_str_mv 10.17063/bjfs2(3)y2013317
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/492/483
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv IPEBJ
publisher.none.fl_str_mv IPEBJ
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics; v. 2 n. 3 (2013): Volume 2 - Número 3; 317-325
Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics; Vol. 2 No. 3 (2013): Volume 2 - Número 3; 317-325
2237-261X
reponame:Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
instname:Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ)
instacron:IPEBJ
reponame_str Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
collection Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
instname_str Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ)
instacron_str IPEBJ
institution IPEBJ
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics - Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1697756591135129600