Brasil e África do Sul: cooperação para a segurança marítima no Atlântico Sul

• Autor(a) principal: Silva Filho, Pedro Lima
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844402
• topic: Segurança internacional Atlântico Sul, Oceano

Entre a América do Sul e a África existe o Atlântico Sul, parcela de um Oceano que serve como uma ponte para unir duas regiões que foram afastadas há muito tempo, no período jurássico, quando o continente Gondwana se desintegrou em várias partes. Assim, por milhares de anos houve uma barreira para a integração de duas vastas terras. Contudo, no século XV com a chegada dos navegadores portugueses, a América do Sul e a África começaram um lento processo de aproximação que se intensificou no século XXI, momento em que a segurança marítima surgiu como desafio para a integração, em seus dois aspectos: a safety, que trata da salvaguarda da vida humana no mar e a security, a qual possui o foco nas ações adversas, como roubo e pirataria. Tendo como base o cenário apresentado, estes aspectos foram o tema principal para a pesquisa, metodológica, bibliográfica e documental, com o propósito de identificar oportunidades de cooperação para a segurança marítima no Atlântico Sul. Dessa forma, buscouse limitar a abordagem ao Brasil e à África do Sul, por serem as principais economias lindeiras. Logo, identificou-se os interesses de ambos os Estados no Atlântico Sul e, nesse sentido, foram apresentadas as capacidades de cada Marinha e as principais operações navais realizadas, dentre as quais devem ser destacadas a ATLASUR e a IBSAMAR, as quais contam com as Marinhas do Brasil e da África do Sul. Também foi identificado que a relação entre as duas nações cresceu muito a partir dos anos 1990, com o estreitamento das relações nos Fóruns internacionais como BRICS, BASIC, IBAS, ASA e ZOPACAS. Por fim, após feita a pesquisa, conclui-se que a partir do último Fórum mencionado, foi possível vislumbrar que toda a aproximação entre Brasil e África do Sul poderia ser canalizada para o fortalecimento da segurança marítima do Atlântico Sul, com a criação de uma estrutura perene para o Órgão representada pelo estabelecimento de uma sede e a criação da figura de um Secretário-Geral, a qual daria maior representatividade e simbolismo à ZOPACAS, podendo ainda ser implementada uma forma de controle do tráfego marítimo similar ao CAMAS, com o compartilhamento das informações entre os Estados membros do grupo. Por fim, observou-se que Brasil e África do Sul, líderes regionais e parceiros em diversos Fóruns internacionais, possuem grande afinidade e possibilidade para cooperarem em busca de uma maior segurança marítima no Atlântico Sul