A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Vicente de Paula Ferreira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844925
Resumo: A Operação Iraque Livre, deflagrada no início de 2003, obteve resultados importantes contra uma força iraquiana, em princípio, obsoleta, mas aguerrida. Essa ação demonstrou para o mundo a efetividade dos sistemas militares da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos da América. Durante os combates, a propósito, foi possível observar o uso intensivo de tecnologias, no estado da arte, em apoio a esses sistemas. A operação representou, de fato, uma evolução em relação à que precedeu, denominada Tempestade no Deserto, ocorrida em 1991. Ambas, a seu modo, foram céleres e exitosas, como até então jamais havia acontecido, em especial a última. Essas características, por sua vez, em parte, deveram-se à evolução da integração do setor de inteligência com os sistemas militares, em especial os de comando e controle, comunicações, computadores, vigilância e reconhecimento, todos com operação em rede e dotados de base tecnológica consistente. Questionou-se, a partir disso, a necessidade de análise clássica de dados, efetivada por um profissional de inteligência, a fim de transformá-la, via metodologia própria, em conhecimento útil e relevante ao comandante operacional. A dúvida decorreu, notadamente, devido ao ineditismo, não só pela rapidez na obtenção de resultados, mas também pelo uso intensivo de tecnologia e integração de capacidades em rede e em nível operacional. Indagava-se, pois, se a tecnologia embarcada em sistemas e em processamento em rede significaria maior velocidade à produção de conhecimento e, dessa maneira, dispensaria o raciocínio de analistas de inteligência, que atuam em tempo distinto. Depreende-se, diante dessa questão, notadamente em consequência de resultados e de lições legadas pela Operação Iraque Livre, a importância essencial e indubitável em investir em sistemas militares no estado da arte e que operem em rede, bem como estabelecer integração efetiva entre o setor de inteligência e os referidos sistemas. Essas iniciativas significam, por conseguinte, maior compactação de tempo em assessoramentos e consequentemente em tomada de decisão. Ressalte-se, entretanto, que nada do que foi exposto até aqui indica que o trabalho de analistas de inteligência possa ser dispensado ou mesmo considerado anacrônico diante de novas tecnologias. A qualidade de análises feitas com base em raciocínio treinado de um profissional de inteligência continuará importante para a qualidade do conhecimento produzido e compartilhado com o decisor. Infere-se, assim, que os sistemas informacionais ainda não são capazes de oferecer essa singularidade em forma de precisão, fundamentalmente quando os problemas envolvidos são extremamente complexos e variados. Percebe-se, então, que o emprego de tecnologia é muito importante e deverá evoluir cada vez mais em conflitos armados, mas, ao menos por enquanto, não deverá substituir a análise clássica de inteligência.
id MB_857297b7dc02d514975ff8b4a885c6f0
oai_identifier_str oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/844925
network_acronym_str MB
network_name_str Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
repository_id_str
spelling Silva, Vicente de Paula FerreiraJobim, Claudio Muniz2022-07-05T18:14:16Z2022-07-05T18:14:16Z2020http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844925A Operação Iraque Livre, deflagrada no início de 2003, obteve resultados importantes contra uma força iraquiana, em princípio, obsoleta, mas aguerrida. Essa ação demonstrou para o mundo a efetividade dos sistemas militares da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos da América. Durante os combates, a propósito, foi possível observar o uso intensivo de tecnologias, no estado da arte, em apoio a esses sistemas. A operação representou, de fato, uma evolução em relação à que precedeu, denominada Tempestade no Deserto, ocorrida em 1991. Ambas, a seu modo, foram céleres e exitosas, como até então jamais havia acontecido, em especial a última. Essas características, por sua vez, em parte, deveram-se à evolução da integração do setor de inteligência com os sistemas militares, em especial os de comando e controle, comunicações, computadores, vigilância e reconhecimento, todos com operação em rede e dotados de base tecnológica consistente. Questionou-se, a partir disso, a necessidade de análise clássica de dados, efetivada por um profissional de inteligência, a fim de transformá-la, via metodologia própria, em conhecimento útil e relevante ao comandante operacional. A dúvida decorreu, notadamente, devido ao ineditismo, não só pela rapidez na obtenção de resultados, mas também pelo uso intensivo de tecnologia e integração de capacidades em rede e em nível operacional. Indagava-se, pois, se a tecnologia embarcada em sistemas e em processamento em rede significaria maior velocidade à produção de conhecimento e, dessa maneira, dispensaria o raciocínio de analistas de inteligência, que atuam em tempo distinto. Depreende-se, diante dessa questão, notadamente em consequência de resultados e de lições legadas pela Operação Iraque Livre, a importância essencial e indubitável em investir em sistemas militares no estado da arte e que operem em rede, bem como estabelecer integração efetiva entre o setor de inteligência e os referidos sistemas. Essas iniciativas significam, por conseguinte, maior compactação de tempo em assessoramentos e consequentemente em tomada de decisão. Ressalte-se, entretanto, que nada do que foi exposto até aqui indica que o trabalho de analistas de inteligência possa ser dispensado ou mesmo considerado anacrônico diante de novas tecnologias. A qualidade de análises feitas com base em raciocínio treinado de um profissional de inteligência continuará importante para a qualidade do conhecimento produzido e compartilhado com o decisor. Infere-se, assim, que os sistemas informacionais ainda não são capazes de oferecer essa singularidade em forma de precisão, fundamentalmente quando os problemas envolvidos são extremamente complexos e variados. Percebe-se, então, que o emprego de tecnologia é muito importante e deverá evoluir cada vez mais em conflitos armados, mas, ao menos por enquanto, não deverá substituir a análise clássica de inteligência.porEscola de Guerra Naval (EGN)Apresentado à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores - CEMOS 2020Defesa NacionalInteligênciaInteligência militarOperações Escudo e Tempestade no DesertoTecnologiaA Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MBORIGINALCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdfCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdfapplication/pdf265774https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/1/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf05fec10f586397ed789d2360e478fb52MD51TEXTCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdf.txtCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdf.txtExtracted texttext/plain96203https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/2/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf.txt87b0c21d5de94771618e5fd4268b314aMD52THUMBNAILCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdf.jpgCEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE SILVA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1126https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/3/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf.jpg289814d6866c4b0ce01ce1f3eefc2a3cMD53ripcmb/8449252023-05-12 10:17:59.916oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/844925Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2023-05-12T13:17:59Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
title A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
spellingShingle A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
Silva, Vicente de Paula Ferreira
Inteligência militar
Operações Escudo e Tempestade no Deserto
Tecnologia
Defesa Nacional
Inteligência
title_short A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
title_full A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
title_fullStr A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
title_full_unstemmed A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
title_sort A Integração da Inteligência no Sistema Militar de Comando e Controle na Operação Iraque Livre
author Silva, Vicente de Paula Ferreira
author_facet Silva, Vicente de Paula Ferreira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Vicente de Paula Ferreira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Jobim, Claudio Muniz
contributor_str_mv Jobim, Claudio Muniz
dc.subject.por.fl_str_mv Inteligência militar
Operações Escudo e Tempestade no Deserto
Tecnologia
topic Inteligência militar
Operações Escudo e Tempestade no Deserto
Tecnologia
Defesa Nacional
Inteligência
dc.subject.dgpm.pt_BR.fl_str_mv Defesa Nacional
Inteligência
description A Operação Iraque Livre, deflagrada no início de 2003, obteve resultados importantes contra uma força iraquiana, em princípio, obsoleta, mas aguerrida. Essa ação demonstrou para o mundo a efetividade dos sistemas militares da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos da América. Durante os combates, a propósito, foi possível observar o uso intensivo de tecnologias, no estado da arte, em apoio a esses sistemas. A operação representou, de fato, uma evolução em relação à que precedeu, denominada Tempestade no Deserto, ocorrida em 1991. Ambas, a seu modo, foram céleres e exitosas, como até então jamais havia acontecido, em especial a última. Essas características, por sua vez, em parte, deveram-se à evolução da integração do setor de inteligência com os sistemas militares, em especial os de comando e controle, comunicações, computadores, vigilância e reconhecimento, todos com operação em rede e dotados de base tecnológica consistente. Questionou-se, a partir disso, a necessidade de análise clássica de dados, efetivada por um profissional de inteligência, a fim de transformá-la, via metodologia própria, em conhecimento útil e relevante ao comandante operacional. A dúvida decorreu, notadamente, devido ao ineditismo, não só pela rapidez na obtenção de resultados, mas também pelo uso intensivo de tecnologia e integração de capacidades em rede e em nível operacional. Indagava-se, pois, se a tecnologia embarcada em sistemas e em processamento em rede significaria maior velocidade à produção de conhecimento e, dessa maneira, dispensaria o raciocínio de analistas de inteligência, que atuam em tempo distinto. Depreende-se, diante dessa questão, notadamente em consequência de resultados e de lições legadas pela Operação Iraque Livre, a importância essencial e indubitável em investir em sistemas militares no estado da arte e que operem em rede, bem como estabelecer integração efetiva entre o setor de inteligência e os referidos sistemas. Essas iniciativas significam, por conseguinte, maior compactação de tempo em assessoramentos e consequentemente em tomada de decisão. Ressalte-se, entretanto, que nada do que foi exposto até aqui indica que o trabalho de analistas de inteligência possa ser dispensado ou mesmo considerado anacrônico diante de novas tecnologias. A qualidade de análises feitas com base em raciocínio treinado de um profissional de inteligência continuará importante para a qualidade do conhecimento produzido e compartilhado com o decisor. Infere-se, assim, que os sistemas informacionais ainda não são capazes de oferecer essa singularidade em forma de precisão, fundamentalmente quando os problemas envolvidos são extremamente complexos e variados. Percebe-se, então, que o emprego de tecnologia é muito importante e deverá evoluir cada vez mais em conflitos armados, mas, ao menos por enquanto, não deverá substituir a análise clássica de inteligência.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-07-05T18:14:16Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-07-05T18:14:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844925
url http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844925
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Apresentado à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores - CEMOS 2020
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Escola de Guerra Naval (EGN)
publisher.none.fl_str_mv Escola de Guerra Naval (EGN)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
instname:Marinha do Brasil (MB)
instacron:MB
instname_str Marinha do Brasil (MB)
instacron_str MB
institution MB
reponame_str Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
collection Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/1/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf
https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/2/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf.txt
https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844925/3/CEMOS_034_MONO_CC_CA_VICENTE%20SILVA.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 05fec10f586397ed789d2360e478fb52
87b0c21d5de94771618e5fd4268b314a
289814d6866c4b0ce01ce1f3eefc2a3c
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)
repository.mail.fl_str_mv dphdm.repositorio@marinha.mil.br
_version_ 1798310223974236160