Limites e fronteiras no evangelho de Mateus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Elisa
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Metodista
Texto Completo: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2196
Resumo: O evangelho de Mateus compõe o conjunto dos sinóticos neotestamentários e foi redigido na segunda metade do I século da E.C. Embora não se tenha certeza a respeito do lugar de origem, a hipótese geralmente aceita é que tenha sido produzido nas cercanias da Antioquia da Síria, por volta do decênio 90. Esta pesquisa funda-se na exegese das perícopes 5:27-32, 18:6-9 e 19:9-12 onde encontramos o tratamento de temas como adultério, fornicação e castrações. O conteúdo das perícopes é normativo e indica orientações para o comportamento da audiência reunida em torno do documento. Entendemos que a autoria do evangelho procurou estabelecer sua identidade social por meio da imposição de limites e fronteiras religiosas tomadas da Torá, reintepretadas por Jesus de Nazaré e laboriosamente selecionadas e compiladas pela autoria do evangelho. Era necessária a escrita de um material que resguardasse os princípios da tradição judaica e evitasse a indesejável 'mistura' com as tradições e os costumes de Roma. Embora o grupo mateano não tenha pretendido prescindir do judaísmo, este movimento foi inevitável à medida que os gentios aderiam à fé cristã. Na redação mateana se reconhecem, portanto, expressões da pertença judaica e simbolismos da cultura helênica. Tratam-se de intertextos, memórias ancestrais e imagens míticas que em conjunto foram utilizadas como técnicas retóricas que visavam à construção de identidade da audiência composta por judeus, judeus helenizados e gentios (AU).
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