Interações e conflitos entre humanos e macacos-prego (Cebus apella) no Parque da Criança em Anápolis-GO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Lilian Betania Rocha
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3566
Resumo: Tem havido um grande número de ocorrências de conflitos envolvendo macacos-prego (Cebus apella) e humanos nos parques municipais. Harmonizar esses conflitos tem sido um grande desafio e encontrar soluções para os problemas gerados torna-se cada dia mais urgente. O presente trabalho procurou investigar como se estabelecem essas relações e o que as pessoas pensam a respeito da presença desses animais no parque e sobre a forma como se comportam. Para tanto, foram realizadas observações ad libitum, filmagens no Parque da Criança, em Anápolis, Goiás, Brasil. Foram realizadas observações diretas das interações, utilizando-se o método zero e um, registro de todas as ocorrências e durante as observações foram anotadas informações contextuais consideradas importantes. Também foram realizadas entrevistas com os freqüentadores do parque. Os resultados mostraram que ocorreram mais interações nos finais de semana. A mata foi o local em que houveram mais registros de interações e nos brinquedos ocorreram mais interações conflituosas. O transporte de alimentos é um fator importante para a ocorrência de interações conflituosas, já o de sacolas e outros objetos não favoreceu esse tipo de interação. Em interações conflituosas os macacos emitem um maior número de combinações de comportamentos agressivos que os humanos, por outro lado os humanos, emitiram maior número de combinações contendo categorias não agressivas. Houve mais interações agressivas quando só humanos emitiram comportamentos agressivos do que quando só macacos emitiram tais comportamentos. A maioria dos entrevistados consistiu de visitantes assíduos do parque, que cursaram na sua maioria até o ensino fundamental e possuíam até três filhos. Tais visitantes iam ao parque por questões ecológicas, entre elas, ver os animais, macacos e apreciar a natureza. Costumavam permanecer no parque entre uma e quatros horas. Disseram permanecer mais tempo nos brinquedos e na mata. Mais da metade disse apenas olhar e parar para olhar os macacos, alguns disseram falar com animais, alimentá-los e tentar tocá-los ou tocá-los. Muitos poucos confessaram já terem agredidoos, mas, mais da metade já viram humanos agredirem os macacos e poucos viram os macacos atacarem os humanos. O ataque ou agressão dos humanos aos macacos foi o motivo mais citado para as agressões sofridas, seguida da falta alimentos. A maioria disse gostar dos animais, e considera que deveriam permanecer no parque e que deveria haver programas de educação ambiental. Concluiu-se que os ataques dos macacos aos humanos de forma geral foram eliciados por ação de humanos: seja porque os macacos interpretavam as atitudes dos humanos como ameaças, por terem sido atacados primeiro pelos humanos, por reagirem à interferência humana em suas interações sociais, e como forma de obtenção de recursos alimentares, ou ainda, por questões ligadas à sua sobrevivência. Por outro lado, faltou aos humanos conhecimento adequado sobre esses animais, sua importância e de como e quando interagir com eles, o que poderia ser erradicado com a implantação de um programa de educação ambiental.
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Foram realizadas observações diretas das interações, utilizando-se o método zero e um, registro de todas as ocorrências e durante as observações foram anotadas informações contextuais consideradas importantes. Também foram realizadas entrevistas com os freqüentadores do parque. Os resultados mostraram que ocorreram mais interações nos finais de semana. A mata foi o local em que houveram mais registros de interações e nos brinquedos ocorreram mais interações conflituosas. O transporte de alimentos é um fator importante para a ocorrência de interações conflituosas, já o de sacolas e outros objetos não favoreceu esse tipo de interação. Em interações conflituosas os macacos emitem um maior número de combinações de comportamentos agressivos que os humanos, por outro lado os humanos, emitiram maior número de combinações contendo categorias não agressivas. Houve mais interações agressivas quando só humanos emitiram comportamentos agressivos do que quando só macacos emitiram tais comportamentos. A maioria dos entrevistados consistiu de visitantes assíduos do parque, que cursaram na sua maioria até o ensino fundamental e possuíam até três filhos. Tais visitantes iam ao parque por questões ecológicas, entre elas, ver os animais, macacos e apreciar a natureza. Costumavam permanecer no parque entre uma e quatros horas. Disseram permanecer mais tempo nos brinquedos e na mata. Mais da metade disse apenas olhar e parar para olhar os macacos, alguns disseram falar com animais, alimentá-los e tentar tocá-los ou tocá-los. Muitos poucos confessaram já terem agredidoos, mas, mais da metade já viram humanos agredirem os macacos e poucos viram os macacos atacarem os humanos. O ataque ou agressão dos humanos aos macacos foi o motivo mais citado para as agressões sofridas, seguida da falta alimentos. A maioria disse gostar dos animais, e considera que deveriam permanecer no parque e que deveria haver programas de educação ambiental. Concluiu-se que os ataques dos macacos aos humanos de forma geral foram eliciados por ação de humanos: seja porque os macacos interpretavam as atitudes dos humanos como ameaças, por terem sido atacados primeiro pelos humanos, por reagirem à interferência humana em suas interações sociais, e como forma de obtenção de recursos alimentares, ou ainda, por questões ligadas à sua sobrevivência. Por outro lado, faltou aos humanos conhecimento adequado sobre esses animais, sua importância e de como e quando interagir com eles, o que poderia ser erradicado com a implantação de um programa de educação ambiental.There has been an increase in the number of conflicts between Capuchin-monkeys (Cebus apella) and humans in municipal parks. Diminishing these conflicts has been a big challenge as it has to find permanent solutions that benefit both parts. In this study I investigated how the interactions between humans and capuchins occur, what people think about the presence of these animals and how they behave towards them. Ad libitum observations were conducted and video tapes made of interactions in one park, in the city of Anápolis, State of Goiás, Brazil. Behavioral data were collected using one/zero sampling, and all occurrences technique. Personal impressions were obtained trough interviews with park users. The results obtained were analyzed in search of the unleashing agent of agonism, including details about the days of the week on which these conflicts were more likely to occur, whether or not food items were involved, where in the park these interactions occurred, which types of behaviors are more frequent, how and who intervened in the encounters etc. I also attempted to delineated a profile of the persons that frequented the park, considering their opinion about the monkey attacks on people, how they perceive the threats by the monkeys and their opinions about the existence of monkey free urban areas. Results show that the majority of the interactions occurred during the weekends. The wooded area was the place where they most frequently occurred and the conflicts occurred more likely in the playground area. Food transportation appears to be an important factor in the occurrence of conflicts, but simply toting bags did not lead to conflicts. During conflicts the monkeys emitted more combinations of different aggressive behaviors than did humans, but on the other hand humans produced a greater number of non-aggressive behaviors. There were more aggressive encounters when only humans emitted aggressive behaviors. The majority of visitors were regulars, had a secondary level education, had up to three offspring and visited the park for ecological reasons (which included see the monkeys and nature viewing). These people remained in the park from one to four hours at a time, and reported spending more time in the playground and wooded areas. More than half of the interviewed reported stopping to watch the monkeys and some reported speaking to the monkeys, feeding and attempting to touch them. Few admitted having attempted to hurt them, but more than half had already witnessed other people doing so. A few had seen the monkeys attacking humans. Attacks on humans by monkeys were one of the reasons most commonly cited for the monkey attacks; the second reason was the lack of food. Most people said they like the monkeys and thought they should remain in the park, where educational programs should be conducted. The conclusion drawn was that the attacks on humans by the monkeys were elicited by humans behavior: by monkeys misinterpretation of the action of humans as aggressive; by reacting to human interference in their social interactions, by being attacked first by humans, as a form of obtaining food or other survival issues. On the other hand there was a lack of knowledge about these animals on behalf of the visitors. This problem could be eliminated through environmental education programs.Pontifícia Universidade Católica de GoiásEscola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de PsicologiaBrasilPUC GoiásPrograma de Pós-Graduação STRICTO SENSU em PsicologiaMendes, Francisco Dyonísio Cardosohttp://lattes.cnpq.br/7396049661058589Martins, Lilian Betania Rocha2016-12-12T18:21:12Z2005-06-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMartins, Lilian Betania Rocha. Interações e conflitos entre humanos e macacos-prego (Cebus apella) no Parque da Criança em Anápolis-GO. 2005. 127 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia - GO.http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3566porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2016-12-13T03:00:30Zoai:ambar:tede/3566Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932016-12-13T03:00:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false
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