“Candomblé é a África”. Esquecimento e Utopia no Candomblé jeje-nagô (“Candomblé is Africa”. Forgetfulness and Utopia in the Candomblé jeje-nagô)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de História (Belo Horizonte. Online) |
DOI: | 10.5752/P.2237-8871.2016v17n26p64 |
Texto Completo: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoshistoria/article/view/P.2237-8871.2016v17n26p64 |
Resumo: | O Candomblé jeje-nagô estabeleceu-se na Bahia nos finais do século XIX e primeiros anos do século XX, durante o período final da trata de escravos oriundos da chamada Costa dos Escravos. Diante de um novo contexto cultural e regional, que era a Bahia de então, os escravos das cidades yorùbá e ewe-fon, muitos dos quais representando grupos étnicos/reinos rivais, forjaram uma nova realidade religiosa, a partir das memórias partilhadas e das similitudes culturais e, bem assim, colhendo contributos a outros grupos étnicos africanos e ao catolicismo popular. Este texto foca a problemática do esquecimento em termos: das diferenças étnicas e políticas nos episódios fundacionais do Candomblé, não obstante a diversidade das suas nações (ficcionais); da escravatura como um processo de reconfiguração identitária que conduziu a uma espécie de amnésia causada pelo traumático desenraizamento/exílio forçado; da agência masculina. De igual modo, está em análise a complexa utopia da fundação do Candomblé como uma religião de continuidade com a África e de realeza africana, numa mistura entre “passado mítico” e “lar imaginado”, narrativa que curiosamente esquece o processo crioulo de descontinuidade e “adaptação criativa”, visível nos aspetos estéticos do ritual. AbstractThe jeje-nagô Candomblé was established in Bahia between 19th century and the early years of 20th, during the last days of slave trade, from the so-called “Slaves Coast”. In a new cultural and regional environment – which was Bahia in those days –, African slaves from Yorùbá and Ewe-Fon towns, many of them representing rival ethnic groups/kingdoms, forged a new religious framework using shared memories and cultural similitudes, and collected pieces from other African groups and Portuguese Catholicism. This text focuses the oblivion of: ethnic and political differences in Candomblé foundational moments, despite it (fictional) “nations”; slavery as a process of identity reconfiguration that led to a sort of Amnesia caused by the uprooting trauma/forced exile; male agency; and the complex utopia of Candomblé as a religion of continuity to Africa and African royalty, in a mixture of “mythical past” and “imagined homeland”, which curiously forget the creole process of discontinuity and “creative adaptation”, visible in ritual aesthetic aspects.Keywords: Ethnicity. Amnesia. Candomblé. Identity. |
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