Desvendando a velhice: um estudo acerca do envelhecer na sociedade atual

• Autor(a) principal: Cavechini, Natália Chatagnier
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29086
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Psicanálise; Envelhecimento; Sociedade; Castração; Limites

O mundo passa, hoje, por uma radical transformação demográfica. O desenvolvimento tecnológico e científico, proporcionou um aumento na expectativa de vida da população, e com a diminuição da natalidade, assistimos a um processo de envelhecimento populacional que deve ser considerado e compreendido em sua peculiaridade. A velhice está em pauta, tanto pelas medidas já realizadas, quanto pelo que se espera de um velho socialmente. O objetivo do trabalho é refletir acerca do papel social ocupado pelo velho atualmente, e sua maneira de lidar com a sua própria velhice. Ao tentarmos definir a velhice, nos deparamos com uma série de tentativas que não respondem a uma visão única da velhice, mas sim com um destino singular a ser traçado por cada sujeito, que deve ser integrado na história de uma vida inteira. Para isso temos que entender, a que sujeito estamos nos referindo: sujeito da psicanálise, sujeito desejante, marcado por uma falta estrutural, pela castração, que vai determinar seu modo de se relacionar com os objetos que o cercam e com os seus semelhantes. Modo este que está pautado pela busca incessante de completude, um dia vivenciada na relação primeira com a mãe, mas que não encontra nunca uma satisfação. Ao longo do tempo, o sujeito tem que se haver com as marcas que os efeitos do tempo inscrevem em seu corpo, em seu psiquismo, em suas escolhas. Ele se depara com inúmeras mudanças físicas, psíquicas, sociais, que exigem um trabalho simbólico para serem elaboradas. A velhice escancara tudo aquilo que barra o acesso ao prazer sem limites, denuncia o real da castração, da finitude, da morte, que todos nós procuramos encobrir. Esta negação é vista na sociedade, que vende a ilusão da juventude eterna, que prega os valores da beleza, do novo, da velocidade, da utilidade, elementos todos que o velho está excluído mas procura, estereotipicamente, se inserir. Este trabalho pretende, a partir desta descrição compreender a realidade do velho na sociedade atual e, principalmente, como esta realidade se articula com a realidade do sujeito, com sua singularidade, sua história, sua maneira própria de lidar com os efeitos do tempo