Literatura de auto-ajuda e modos de subjetivação

• Autor(a) principal: Polastrini, Julliana Borges
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36067
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Literatura de auto-ajuda; Subjetividade; Sintoma da cultura; Biopoder; Biopotência

A literatura de auto-ajuda tem ganhado na atualidade um número cada vez maior de adeptos, pessoas que buscam em suas páginas, dicas, conselhos, orientações de como agir, como ser, a fim de alcançar um lugar, um status social, e principalmente entender, lidar, e eliminar as angústias e agruras da vida. Tal modelo de escrita data de muitos anos, e a cada período histórico, social, econômico vai transformando-se. Nota-se que na atualidade, aliada ao capitalismo, mais precisamente ao Hiperconsumo, ao predomínio da razão e da ciência, da efemeridade e volatilidade das relações humanas, a narrativa de auto-ajuda tem capturado não somente o discurso, mas também influenciado na subjetividade do sujeito contemporâneo. É possível problematizar então, a literatura de auto-ajuda, configurando-se como um sintoma de nossa cultura, quando veicula a idéia de um sujeito clean, que vive sem angústia, capaz de obter o sucesso sempre, que consegue evitar o sofrimento, se pautado em um manual, que muitas vezes sustentado pelo discurso cientificista corrobora para um sujeito alijado de sua biopotência. O sujeito agora sem as referências religiosas, transcendentais, de tradição, ancestrais, ancora-se nos discursos da auto-ajuda, que aponta para um sujeito racional, que vive sob o imperativo do progresso e do gozo sem limites. Diante deste cenário, ainda é possível ao sujeito singularizar-se sem ter de recorrer a modelos prontos de pensar, sentir, vestir, amar, enfim de existir