O prolongamento da jornada de trabalho e a dupla subordina??o contempor?nea : estudo junto aos trabalhadores da iniciativa privada em educa??o da cidade de Pelotas, RS

• Autor(a) principal: Nogueira, Jairo Dias
• Data de Publicação: 2007
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
• Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/391
• topic: PROFESSORES - RIO GRANDE DO SUL; PROFESSORES - TRABALHO; JORNADA DE TRABALHO; QUALIDADE DE VIDA; CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL

Esta tese analisa a situa??o dos trabalhadores da educa??o da cidade de Pelotas, RS, que, ap?s terem cumprido uma jornada legal de trabalho, prolongam-na com horas extras. Atualmente, os trabalhadores dessa categoria profissional, al?m de ter um contrato formal, v?m incorporando, de forma eventual ou permanente, uma carga hor?ria maior, para garantir sua sobreviv?ncia ou manter seu status quo. A situa??o de crise, vivenciada pela classe trabalhadora nas ?ltimas d?cadas, tem gerado uma realidade de desemprego, subemprego e inseguran?a. A op??o pela extens?o da jornada est? relacionada a algumas implica??es: a busca da manuten??o do padr?o de vida e acesso a bens de consumo modernos; aumento da carga hor?ria de trabalho, ap?s o per?odo legal, com gera??o de mais desemprego; sobrecarga de trabalho, gerando problemas sociais e de sa?de na vida desses trabalhadores, como cansa?o, irrita??o, estresse, perda do conv?vio familiar. Para este estudo, busquei refer?ncias na obra de Marx e de alguns autores contempor?neos, que tratam da tem?tica. Metodologicamente, escolhi 13 (treze) professores, que prolongam a jornada de trabalho, s?o profissionais que exercem lideran?as na educa??o e em suas ?reas espec?ficas. Optei por abordagens qualitativas, dando ?nfase ? hist?ria de vida e ? oralidade. As entrevistas realizadas partem da preocupa??o quanto ao aumento da carga hor?ria, porque ela vem, gradativamente, incorporando-se ao cotidiano desses profissionais. A pesquisa revelou, tamb?m, que esses profissionais se voltam, constantemente, aos valores do passado, como forma de referir aspectos vividos, enquanto se mant?m preocupados e inseguros em rela??o ao presente e ao futuro. A busca de uma vida com mais qualidade pressup?e o rompimento com essa situa??o que vem alienando e oprimindo, cada vez mais, a classe trabalhadora docente, assim como acontece com os demais trabalhadores. ? necess?rio, pois, uma postura cr?tica e de enfrentamento para com essa realidade, uma vez que existe um ocultamento e uma absor??o silenciosa de intensifica??o e incorpora??o de mais trabalho. A perspectiva de ruptura com essa situa??o encontra-se na organiza??o social e sindical desses profissionais, para que possam identificar as reais conseq??ncias dessas assimila??es contempor?neas, maculadas sob o fetiche da qualidade de vida.