Valor preditivo do EEG seqüencial realizado no período neonatal para prognóstico neurológico de recém-nascidos com crises convulsivas
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS |
Texto Completo: | http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1670 |
Resumo: | Objetivos: Avaliar a relação entre o EEG seqüencial no período neonatal com o prognóstico em recém-nascidos com crises convulsivas para a identificação de características preditivas eletroencefalográficas no prognóstico neurológico. Pacientes e métodos: Duas coortes históricas de 259 recém-nascidos com crises convulsivas da mesma unidade de terapia intensiva neonatal acompanhados no Ambulatório de Neurodesenvolvimento do Hospital São Lucas da PUCRS, Porto Alegre-RS. A primeira incluiu neonatos nascidos entre janeiro de 1987 e dezembro de 1997, enquanto a segunda estava integrada por RNs nascidos entre entre janeiro de 1999 e dezembro de 2003. O registro dos EEGs dos RNs que atendiam os critérios de inclusão foram analisados e classificados de acordo com Lombroso8. O EEG seqüencial foi classificado em quatro grupos (normal-normal, anormal-normal, anormalanormal, normal-anormal). Resultados: Cinqüenta e oito (58) recém-nascidos fizeram parte do estudo. O tipo de crise convulsiva mais comum foi a clônica focal e a maioria dos RNs (93,2%) apresentou crises na primeira semana de vida. Encefalopatia hipóxico-isquêmica foi a principal etiologia encontrada. Epilepsia pós-neonatal foi diagnosticada em 24 crianças (41,4%). Observou-se relação estatisticamente significativa quando o primeiro EEG apresentava padrão anormal com atraso de desenvolvimento neuropsicomotor (p=0,030) e óbito pós-neonatal (p=0,030). O ritmo de base do primeiro EEG apresentou diferença significativa em relação ao atraso do DNPM (p=0,041). A relação entre EEG (anormal-anormal, normal-anormal) e epilepsia foi estatisticamente significativa (p=0,015). O ritmo de base anormal seqüencial foi estatisticamente significativo para epilepsia (RR=1,8, IC 95% =1,03-3,0) e atraso de neurodesenvolvimento neuropsicomotor (RR=2,20, IC 95% =1,3-3,0). O padrão de surto-supressão foi preditivo para epilepsia (p=0,013) e óbito pós-neonatal (p=0,034). Não foi encontrada relação estatisticamente significativa entre o tipo de crise convulsiva neonatal e os desfechos em estudo. Conclusão: A anormalidade do ritmo de base em pelo menos um dos EEGs ou anormalidade seqüencial do ritmo de base mostrou-se mais importante para a determinação de prognóstico neurológico do que a anormalidade ictal ou anormalidade na organização do sono. A encefalopatia hipóxico-isquêmica foi a principal causa das convulsões neonatais, sendo que o primeiro EEG deste grupo de recém nascidos constituiu-se em um forte preditor para atraso de desenvolvimento neuropsicomotor. A identificação de recém-nascidos de risco na UTI neonatal, sobretudo aquelas com crises convulsivas que apresentaram EEG seqüencial na relação anormal-anormal, normal-anormal foi um importante fator indicativo do prognóstico neurológico reservado, principalmente relacionado à epilepsia pós-neonatal, relação esta que tem tendência a aumentar quando a etiologia das crises convulsivas estiver relacionada à encefalopatia hipóxico-isquêmica. Os achados desta pesquisa sugerem que o EEG seqüencial no período neonatal apresenta um valor preditivo para o prognóstico de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, epilepsia e óbito pós-neonatal quando comparado com a realização de um único EEG. |
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