Caracterização da distribuição por tamanho de partículas em suspensão e avaliação de risco em ambiente escolar

• Autor(a) principal: Magalhães, Carla Sofia Catarino
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/40166
• topic: Partículas em suspensão; Distribuição por tamanhos; Composição elementar; Avaliação de risco; Inalação; Escola

O presente trabalho teve como objetivos caracterizar a distribuição por tamanhos das partículas em suspensão na Escola Padre Donaciano em Estarreja, uma área industrial e agrícola. As concentrações de matéria particulada com diâmetros aerodinâmicos inferiores a 10, 2.5 e 1 μm (PM₁₀, PM₂․₅ e PM₁) oscilaram entre 0.94 e 107 e entre 1.13 e 242 μg/mᶟ nas salas de aula durante o inverno e a primavera, respetivamente. No inverno, devido ao contributo da combustão residencial de biomassa, as PM₀․₂₅ foram as que contribuíram para a massa total de PM₁₀ no interior das salas e no exterior. Na primavera, a maior contribuição para as PM₁₀ foi a das partículas grosseiras PM₂₋₅₋₁₀ no interior e das PM₀․₂₅ no exterior. A ressuspensão de partículas previamente depositadas e a infiltração do exterior foram identificadas como as principais fontes de partículas no interior das salas. A caracterização elementar das partículas permitiu observar elevadas concentrações de Cl com origem provável nos produtos de limpeza e na produção de hipoclorito e de PVC no Complexo Químico de Estarreja. Os elementos Ti e Ca foram os que apresentaram um maior rácio interior/exterior (I/E), provavelmente devido a pigmentos utilizados nas tintas e saibro calcário transportado do exterior nas solas do calçado. Em geral, o interior das salas foi afetado por fontes exteriores antropogénicas, como emissões de tráfego rodoviário (Zn e Cu), queima de biomassa (K) e o desgaste dos carris das linhas ferroviárias (Ni e Cr). O índice de perigo (HI) foi superior a 1, apontando para possíveis efeitos adversos na saúde das crianças. O risco não carcinogénico, apesar de se encontrar dentro do intervalo aceitável (4,49x10ˉ⁶), foi ligeiramente superior ao limiar aconselhado pela USEPA, sugerindo algum risco associado à exposição das crianças. A aplicação do modelo Multiple-Path Particle Dosimetry permitiu verificar que doses de partículas depositadas no trato respiratório das crianças são superiores às dos adultos. Os resultados obtidos indicam que é necessário investir em ações que promovam uma melhor qualidade do ar nas escolas, para garantir a saúde dos seus ocupantes.