Incidência do cancro do castanheiro e estrutura populacional de Criphonectria parasitica (Murrill) M. E. Barr na região do Entre Douro e Minho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Gabriela Sofia Teixeira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1463
Resumo: O agente causal do cancro castanheiro Cryphonectria parasitica (Murrill) M.E. Barr, é considerado um dos principais fatores de mortalidade de Castanea sativa Mill. em todo o mundo. Introduzido em Portugal e com desenvolvimento epidémico conhecido a partir da década de 90, manifestou elevada agressividade e uma dispersão muito rápida, tendo, atualmente, distribuição generalizada nas regiões de produção de castanheiro. Neste trabalho realizou-se um estudo sobre a incidência do cancro do castanheiro e sobre a estrutura das populações de C. parasitica presentes em três soutos da Região do Entre Douro e Minho localizados em Felgueiras, Vila Verde e Ponte de Lima. Para avaliar a diversidade da população de Cryphonectria parasitica e obter isolados hipovirulentos, foi realizada uma prospeção nos três soutos em estudo. Foi realizada uma avaliação visual da severidade da doença nas árvores amostradas e uma amostragem de tecidos de cancros ativos e de cancros curados, tendo-se obtido uma coleção de isolados do fungo que foram caraterizados em laboratório. Todos os isolados foram confrontados com isolados europeus de referência (“European Testers”) EU-1, EU-2, EU-11, EU-12 e EU- 66 para determinação dos grupos de compatibilidade vegetativa presentes nos soutos estudados. Dos 221 castanheiros analisados nos três soutos, vinte e um não apresentavam sintomas de cancro e quatro não possuíam viabilidade biológica. Estes soutos apresentavam uma elevada incidência de cancro do castanheiro, mas também se observou a existência de muitos cancros curados. Os isolados obtidos nos três soutos do Entre Douro e Minho pertencem a seis grupos de compatibilidade vegetativa e apenas um número reduzido de isolados não foi incluído em nenhum grupo de compatibilidade vegetativa em estudo. O GCV mais representativo é o EU-11 compreendendo 62% dos isolados, seguindo-se o EU-2 (20%), o EU-12 (7%), o EU-66 e o EU-1 (5,5%). Os soutos de Vila Verde e de Cepões apresentam elevada variabilidade, existindo seis GCV no souto de Vila Verde e cinco GCV no souto de Cepões. A variabilidade é inferior no souto de Felgueiras, com apenas três GCV. Foram isoladas estirpes hipovirulentas (isolados brancos de C.parasitica) nos soutos de Vila Verde e Felgueiras. No souto de Ponte de Lima (Cepões) apesar de também existirem muitos cancros curados, não se isolou nenhuma estirpe hipovirulenta. A eficácia da hipovirulência como meio de luta biológica em castanheiro, depende da capacidade de transmissão dos hipovírus e dos mecanismos biológicos que a determinam, nomeadamente os relacionados com a capacidade de replicação e transmissão do vírus, e das condições ambientais em cada região concreta, e ainda das características da população de C. sativa, pelo que novos estudos são necessários para compreensão destas interações e aplicação da luta biológica com sucesso.
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Para avaliar a diversidade da população de Cryphonectria parasitica e obter isolados hipovirulentos, foi realizada uma prospeção nos três soutos em estudo. Foi realizada uma avaliação visual da severidade da doença nas árvores amostradas e uma amostragem de tecidos de cancros ativos e de cancros curados, tendo-se obtido uma coleção de isolados do fungo que foram caraterizados em laboratório. Todos os isolados foram confrontados com isolados europeus de referência (“European Testers”) EU-1, EU-2, EU-11, EU-12 e EU- 66 para determinação dos grupos de compatibilidade vegetativa presentes nos soutos estudados. Dos 221 castanheiros analisados nos três soutos, vinte e um não apresentavam sintomas de cancro e quatro não possuíam viabilidade biológica. Estes soutos apresentavam uma elevada incidência de cancro do castanheiro, mas também se observou a existência de muitos cancros curados. Os isolados obtidos nos três soutos do Entre Douro e Minho pertencem a seis grupos de compatibilidade vegetativa e apenas um número reduzido de isolados não foi incluído em nenhum grupo de compatibilidade vegetativa em estudo. O GCV mais representativo é o EU-11 compreendendo 62% dos isolados, seguindo-se o EU-2 (20%), o EU-12 (7%), o EU-66 e o EU-1 (5,5%). Os soutos de Vila Verde e de Cepões apresentam elevada variabilidade, existindo seis GCV no souto de Vila Verde e cinco GCV no souto de Cepões. A variabilidade é inferior no souto de Felgueiras, com apenas três GCV. Foram isoladas estirpes hipovirulentas (isolados brancos de C.parasitica) nos soutos de Vila Verde e Felgueiras. No souto de Ponte de Lima (Cepões) apesar de também existirem muitos cancros curados, não se isolou nenhuma estirpe hipovirulenta. A eficácia da hipovirulência como meio de luta biológica em castanheiro, depende da capacidade de transmissão dos hipovírus e dos mecanismos biológicos que a determinam, nomeadamente os relacionados com a capacidade de replicação e transmissão do vírus, e das condições ambientais em cada região concreta, e ainda das características da população de C. sativa, pelo que novos estudos são necessários para compreensão destas interações e aplicação da luta biológica com sucesso.Cryphonectria parasitica, the causal agent of chestnut blight, was considered one of the main factors of mortality of Castanea sativa worldwide. Introduced in Portugal since 1990, and with rapid epidemic development, the disease has manifested high aggressiveness and a very quick dispersion. Currently it has a widespread distribution in the chestnut production regions. In This work we studied the incidence of chestnut blight and on the structure of populations of C. parasitica present in three chestnut areas of Entre-Douro-e-Minho region, located in Felgueiras, Vila Verde and Ponte de Lima. To assess the incidence of the disease, the diversity of Cryphonectria parasitica population and to obtain native hipovirulent strains, a prospection was held in the three chestnut groves under study. A visual assessment of the severity of the disease in sampled trees, and a sampling of tissue from active and inactive cankers was done. A collection of isolates of the fungus was obtained in the laboratory. All isolates were confronted with the European Testers EU-1, EU-2, EU-11, EU-12 and EU-66 for determination of the vc types present in chestnut groves under study. From a total of 221 chetnuts, 21 showed no signs of canker, and 4 had no biological viability. In these groves the canker showed to be very widespread but a few chestnut were found to have healed cankers. Six vc types were found among isolates, and there was a small number of isolate that has not be classified in any vc type. The vc type EU-11 was the most representative comprising 62% of the isolates, followed by EU-2 (20%), the EU-12 (7%), the EU-66 and EU-1 (5.5%). The groves of Vila Verde and Cepões show high VC variability. Six vc types were found in Vila Verde and five vc types in Cepões. Variability is lower in the grove of Felgueiras, with only three vc types present. Hypovirulents strains were isolated (white isolate of C. parasitica) in groves of Vila Verde and Felgueiras. In the grove of Ponte de Lima (Cepões) although there are also many cured cankers, no hypovirulent strain was isolated. The effectiveness of hypovirulence as a means of biological control in chestnut, relies on the capacity of transmission of hypovirus and on their biological mechanisms, namely those related to the ability to replicate the virus, the environmental conditions in each specific region, and even, the characteristics of the of the C. sativa population. Therefore, further studies are needed to understand these interactions and application for a successful biological control.2016-01-20T15:56:50Z2015-05-28T00:00:00Z2015-05-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1463TID:201611899porPereira, Gabriela Sofia Teixeirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:41:30Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1463Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:18.072723Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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