Um mundo privado de sentido
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/1490 |
Resumo: | O período da Guerra Fria foi caracterizado não só pelo conflito como também pela identidade. Com efeito existia então uma confrontação entre actores idênticos (os Estados), meios idênticos (as armas nucleares) e acima de tudo objectivos concorrentes (a ideologia). Agora essa unidade terminou. Um conflito de contornos bem definidos cedeu o lugar a conflitos difusos e indefinidos que estão presentes não apenas entre Estados como também no mundo social e laboral. Tomando como exemplo a China antigar o autor descreve como uma privação súbita de inimigo pode ser a fonte de uma crise de identidade e de perda de sentido. Foi precisamente o que sucedeu no período do pós guerra fria. Os conflitos que irromperam desde então são, na opinião do autor, resultado de uma procura de significado e de ausência de um projecto. São referidas três crises - Curdistão, Bósnia e Somália - como exemplos de falta de ajustamento entre meios e objectivos na política humanitária. Presentemente os Estados procuram não ser submetidos a uma globalização que ameaça sufocar a sua liberdade de acção, tentam evitar envolver-se e procuram espaços de fuga. Esta fuga é essencialmente de natureza económica e tem como resultado a falta de cooperação internacional que é paradoxalmente realçada pelo fim das superpotências, fim este ao qual os próprios Estados Unidos não constituiram excepção. Outra justificação para a fuga ou para o retraimento pode ser encontrada na lógica dos custos. A falta de envolvimento é frequentemente justificada pelos custos excessivos, quando a verdadeira causa é novamente a falta de um projecto, de pensar para o futuro. |
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